Os fundos negociados em bolsa ( ETFs ) apoiados em Bitcoin (BTC) de vários tipos estão agora amplamente disponíveis para investidores em todo o mundo. Mas a popularidade dos fundos varia, com investidores na Austrália mostrando quase nenhum interesse em negociar os ETFs recém-lançados lá.

A Austrália é a região que mais se destaca por sua falta de interesse em ETFs de bitcoin, onde os primeiros desses ETFs foram lançados em abril deste ano. Desde então, até 2 de junho, os ETFs no país acumularam apenas BTC 199 (US$ 5,96 milhões), mostram dados da pesquisadora de criptomoedas Arcane Research.

O fraco interesse nesta região contrasta fortemente com a Europa, onde ETPs locais (produtos negociados em bolsa) têm BTC 92.256 (US$ 2,76 bilhões) sob gestão, o maior número de todas as regiões.

Enquanto isso, a Europa foi seguida pelo Canadá como a região com o segundo maior número de bitcoin sob gestão, com BTC 75.333 (US$ 2,25 bilhões) detidos por ETFs canadenses em 3 de junho, mostraram os dados.


Fonte: Pesquisa Arcana / Twitter

De acordo com o analista da Arcane Research, Vetle Lunde, o interesse silencioso em ETFs de bitcoin entre os investidores australianos pode ser parcialmente explicado pelo fato de que os primeiros ETFs foram lançados na mesma época em que o colapso do LUNA e do ecossistema Terra aconteceu.

“Esses ETFs foram lançados no pior momento possível”, disse Lunde, explicando que o lançamento aconteceu no “pico do amplo de-risking em todas as ações” e no topo do colapso do mercado de criptomoedas que foi desencadeado pelo colapso do LUNA e do terraUSD (UST).

Ele acrescentou que os fluxos para os ETFs de bitcoin australianos provavelmente se fortalecerão ao longo do tempo e opinou que o ETF conhecido como EBTC emitido pela ETFS Management deve se beneficiar mais devido à sua exposição direta ao bitcoin.

Ainda não há ETF de BTC à vista nos EUA

Uma coisa importante a ser observada ao analisar os dados é que, ao contrário da Europa e do Canadá, ainda não há ETF baseado em bitcoin aprovado nos EUA. Em vez disso, os investidores no mercado doméstico dos EUA ficam com ETFs lastreados em futuros de bitcoin, o que invariavelmente acaba custando mais ao investidor.

De acordo com a Arcane’s Lunde, os ETFs canadenses – e especialmente as versões com hedge em dólar americano – provavelmente verão saídas quando um ETF à vista for aprovado para o mercado dos EUA. Os ETFs europeus, no entanto, estão mais isolados desse risco, de acordo com Lunde, que disse que “provavelmente não sofrerão grandes saídas.”

E embora muitos investidores esperançosos em bitcoin já tenham esperado pacientemente por anos, o analista da Arcane disse que estão acontecendo coisas que tornam provável que esse ETF seja aprovado em breve nos EUA.

“As chances são a favor de uma aprovação do ETF em algum momento de 2023”, disse Lunde.

Entre os fatores positivos que podem fazer a diferença está o novo projeto de lei de criptomoedas de dois senadores dos EUA, bem como um pedido de mudança de regra pela exchange de criptomoedas FTX que permitiria a liberação de negociações diretamente sem passar por intermediários.

Influxos fortes globalmente

Notavelmente, a falta de interesse entre os australianos ocorreu apesar do fato de que as entradas em ETFs de bitcoin globalmente aumentaram nos últimos meses.

De ter BTC 188.091 sob gestão em abril para BTC 197,86 em maio, a quantidade de bitcoin sob gestão por ETFs globalmente já havia atingido BTC 205.008 três dias no mês de junho, marcando um aumento de BTC 7.152 em apenas três dias.

A notícia dos fortes fluxos foi compartilhada por Lunde no Twitter e rapidamente captada pelas principais vozes da comunidade criptográfica:

As entradas servem como prova de que os investidores não desistiram da criptomoeda número um, apesar das pesadas perdas nos últimos dois meses, e estão aproveitando os preços mais baixos para acumular mais moedas.

De um preço de mais de US$ 45.000 em 1º de abril, o BTC caiu cerca de 33% para US$ 30.000 na sexta-feira.

Com informações de CryptoNews