O regulador de mídia britânico Ofcom está investigando a Amazon (NASDAQ:AMZN), Google (NASDAQ:GOOGL), e Microsoft (NASDAQ:MSFT) sobre a indústria de computação em nuvem.

A Amazon, Google e Microsoft também são negociadas na B3 através do ticker (BOV:AMZO34), (BOV:GOGL34) e (BOV:MSFT34), respectivamente.

Nas próximas semanas, o órgão de vigilância lançará um estudo para examinar a posição das empresas que oferecem infraestrutura de nuvem pública e se elas representam alguma barreira à concorrência.

Sua investigação, anunciada na quinta-feira (22), se concentrará nos chamados “hyperscalers” como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud, que permitem que as empresas acessem o poder de computação e o armazenamento de dados de servidores remotos, em vez de hospedá-lo em sua própria infraestrutura privada.

Outras medidas podem ser tomadas pelo regulador se descobrir que as empresas estão prejudicando a concorrência. Selina Chadha, diretora de conectividade da Ofcom, disse que o regulador ainda não chegou a uma opinião sobre se os gigantes da nuvem estão engajados em comportamento anticompetitivo. Ofcom disse que concluirá sua revisão e publicará um relatório final, incluindo quaisquer preocupações e recomendações propostas dentro de 12 meses.

A revisão fará parte de uma estratégia digital mais ampla da Ofcom, que regula as indústrias de transmissão e telecomunicações no Reino Unido.

Também planeja investigar outros mercados digitais, incluindo mensagens pessoais e assistentes virtuais como Alexa, da Amazon, no próximo ano. Ofcom disse que está interessado em como serviços, incluindo o Whatsapp da Meta, FaceTime da Apple e Zoom impactaram as chamadas e mensagens tradicionais, bem como o cenário competitivo entre assistentes digitais, TVs conectadas e alto-falantes inteligentes.

“A maneira como vivemos, trabalhamos, nos divertimos e fazemos negócios foi transformada pelos serviços digitais”, disse Chadha, da Ofcom, em comunicado na quinta-feira. “Mas à medida que o número de plataformas, dispositivos e redes que fornecem conteúdo continua a crescer, o mesmo acontece com os problemas tecnológicos e econômicos enfrentados pelos reguladores.”

“É por isso que estamos iniciando um programa de trabalho para examinar esses mercados digitais, identificar quaisquer preocupações com a concorrência e garantir que estejam funcionando bem para as pessoas e empresas que dependem deles”, acrescentou.

Ofcom foi selecionado como o aplicador de novas regras rígidas de policiamento de conteúdo nocivo na internet. Mas é improvável que a legislação, conhecida como Online Safety Bill, entre em vigor tão logo quanto Liz Truss substitua Boris Johnson como primeiro-ministro. Com o governo de Truss enfrentando uma infinidade de problemas no Reino Unido – inclusive a crise do custo de vida – espera-se que a regulamentação de segurança online vá para o final da fila de prioridades políticas para o governo.

A medida se soma aos esforços de outros reguladores para controlar as grandes empresas de tecnologia sobre o domínio percebido que elas têm em várias partes da economia digital.

A Autoridade de Concorrência e Mercados tem várias investigações ativas em empresas de Big Tech e quer poderes adicionais para garantir condições equitativas nos mercados digitais. Enquanto isso, a Comissão Europeia multou o Google em bilhões de dólares por supostas infrações antitruste, está investigando a Apple e a Amazon em casos separados e aprovou leis digitais que podem reformular os modelos de negócios dos gigantes da internet.

A Amazon detém uma liderança confortável no mercado de serviços de infraestrutura em nuvem, com sua divisão Amazon Web Services gerando bilhões de dólares em lucros todos os anos. Em 2021, a AWS arrecadou US$ 62,2 bilhões em receita e mais de US$ 18,5 bilhões em receita operacional.

O Azure da Microsoft é o segundo colocado, enquanto o Google é o terceiro maior player. Outras empresas, incluindo a IBM e a chinesa Alibaba, também operam seus próprios braços de nuvem.

Combinadas, Amazon, Microsoft e Google geram cerca de 81% das receitas no mercado de serviços de infraestrutura em nuvem do Reino Unido, de acordo com a Ofcom, que estima que o mercado valha £ 15 bilhões (US$ 16,8 bilhões).

A Microsoft anunciou recentemente uma série de mudanças em seus termos de contrato de nuvem, tornando mais fácil para os clientes usarem plataformas de nuvem concorrentes, bem como a Microsoft. A empresa com sede em Redmond, Washington, enfrentou reclamações de rivais na Europa de que estava limitando a escolha no mercado.

Com informações de CNBC