As ações dos EUA caíram na sexta-feira (02) para coroar seu terceiro declínio semanal consecutivo, depois que um sólido relatório de empregos de agosto não conseguiu aliviar os temores de que o Federal Reserve continuaria subindo agressivamente as taxas de juros para combater a inflação e levar a economia a uma recessão.

Depois de subir pela manhã, o Dow Jones apagou um ganho de 370 pontos e terminou a sessão em baixa em 337,98 pontos, ou 1,07%, em 31.318,44.

O S&P 500 caiu 1,07%, para 3.924,26 pontos, seu menor fechamento desde julho.

O Nasdaq Composite caiu 1,31%, para 11.630,86, registrando sua primeira sequência de seis dias de baixa desde 2019.

Todos os principais índices caíram no final da semana, tornando-a a terceira semana negativa consecutiva depois de cair nos últimos dias de agosto e desistir de mais da metade do rali de verão. O Dow Jones e o S&P perderam 3% e 3,3%, respectivamente, enquanto o Nasdaq caiu 4,2%.

“Ainda há muito nervosismo em torno do que veremos nos próximos meses”, disse Callie Cox, analista de investimentos da eToro nos EUA. “Sim, a inflação e o mercado de trabalho estão se equilibrando, mas a que custo? Os mercados ainda estão descobrindo isso.”

“Para piorar a situação, o S&P 500 está preso na zona de perigo – abaixo de suas três grandes médias móveis. Essas médias móveis serviram como piso até algumas semanas atrás. Agora, eles parecem ser tetos que o índice simplesmente não consegue ultrapassar. O clima definitivamente mudou. Embora não possamos testar os mínimos desta liquidação novamente, também podemos não atingir novos máximos tão cedo”, acrescentou.

As ações foram pressionadas ao longo desta semana por comentários agressivos de funcionários do Federal Reserve, sinalizando que os aumentos das taxas de juros não vão desaparecer tão cedo. Isso colocou os investidores em alerta para um novo teste das baixas de junho, especialmente sabendo que setembro é historicamente um mês ruim para o mercado. Alguns sugeriram que, se o S&P 500 não conseguir manter o nível de 3.900, essas mínimas do verão podem voltar ao jogo.

Alguns investidores foram brevemente confortados na sexta-feira pelo relatório de empregos altamente antecipado, que mostrou que a economia adicionou 315.000 empregos no mês, pouco abaixo da estimativa do Dow Jones de 318.000. Isso pareceu aliviar temporariamente os temores de que um mercado de trabalho mais aquecido daria margem de manobra ao Federal Reserve para se tornar mais agressivo com seus aumentos de taxas. As ações subiram na primeira parte do dia.

A taxa de desemprego subiu para 3,7%, dois décimos de ponto percentual acima das expectativas. O relatório de agosto é particularmente importante porque é um dos últimos grandes relatórios econômicos que o Fed pesará antes de aumentar as taxas em sua reunião de setembro. Este ponto de dados pode ajudar o banco central a determinar se será um aumento de 75 pontos-base.

O último grande relatório econômico é o CPI de agosto em 13 de setembro e é mais provável que determine quão agressivo o Fed precisa ser no curto prazo.