A Petrobras atualizou em seu website a composição dos comitês ligados ao Conselho de Administração (CA). Considerado o mais sensível, o Comitê de Pessoas (Cope) teve os três conselheiros trocados e passou a ser formado somente por membros indicados pelo governo. Essa formação, sem nenhum conselheiro minoritário, facilita a formação de maioria para aprovação das trocas de executivos da empresa pelo presidente Caio Paes de Andrade.

O CA teve todas as seis cadeiras da União reformadas por indicação do governo em 19 de agosto, durante a última assembleia de acionistas. Essa reformulação impôs mudanças na composição dos seis comitês ligados ao colegiado, que são formados pelos próprios conselheiros e membros externos convidados.

O Cope, que acompanha mudanças no corpo funcional da empresa e aprova indicações de executivos, informa a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), passa a ser presidida pela conselheira representante da União e procuradora da Fazenda Nacional, Iêda Cagni. E conta, também, com os conselheiros da União e advogados Edison Garcia e Gileno Barreto. Este último acumula a presidência do Conselho da Petrobras e presidiu o Serpro, tendo sido antes subordinado a Paes de Andrade em sua passagem pela autarquia. Como membros externos do Cope, permanecem os advogados Ana Silvia Corso Matte e Tales Bronzato, que estavam na última formação do comitê.

Já era esperada a entrada de dois conselheiros indicados pelo governo para o lugar dos dois ex-conselheiros autodeclarados independentes, mas indicados pelo governo, Ruy Schneider e Marcio Weber. A novidade fica por conta da entrada de um terceiro conselheiro alinhado com o governo no lugar do advogado e representante de acionistas minoritários, Francisco Petros. Petros encarnou a resistência às investidas do Planalto na companhia nos últimos meses, inclusive votando contra a aprovação de Paes de Andrade para o comando da empresa em reunião do Comitê de Elegibilidade (Celeg), espécie de subcomitê do Cope.

Com maioria governista e sem Petros ou outro conselheiro minoritário qualquer no Cope, a tendência é que as indicações de Paes de Andrade passem sem dificuldade pelo CA, sejam técnicas ou políticas. Nos corredores da estatal, o temor é que a porteira aberta sirva para acomodar indicações de aliados do governo às vésperas das eleições, fragilizando ainda mais a governança da Petrobras.

Hoje a estatal já conta com dois conselheiros ativos que foram reprovados pelas antigas estruturas internas da empresa: o número dois da Casa Civil, Jônathas Costa, e o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano. Por guardarem conflitos de interesse no cargo vedados pela lei das estatais, eles são questionados na Justiça por acionistas minoritários.

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