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Dexco (DXCO3): lucro líquido de R$ 154,148 milhões, queda de 39,6%

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Dexco – fabricante de louças e metais sanitários, revestimentos cerâmicos e painéis de madeira – viu seus resultados encolherem. O lucro líquido caiu 39,6% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo intervalo de 2021, indo a R$ 154,148 milhões. O lucro líquido recorrente foi de R$ 162,9 milhões, queda de 39,1% versus 3T21, atrelada a queda dos resultados operacionais.

Vale destacar o impacto direto do aumento do custo de madeira na Variação do Valor Justo dos Ativos Biológicos, que encerrou o trimestre em R$ 176,6 milhões, porém este efeito não foi suficiente para compensar a pressão inflacionária. Com isso, o ROE Recorrente encerrou o 3T22 em 11,2%.

A receita líquida consolidada do grupo teve um leve recuo de 0,7%, indo a R$ 2,161 bilhões.

A Dexco explicou que o impacto nos resultados teve origem no aumento dos custos em função da pressão de insumos, combinada com a menor diluição do custo fixo decorrente do menor volume vendido.

ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado e recorrente foi de R$ 415,6 milhões no 3T22. A margem Ebitda teve retração de 8,5 pontos porcentuais, para 19,2%.

A LD Celulose já está operando com resultado positivo, tendo totalizado o ebitda de USD 22,7 milhões no trimestre e USD 12,0 milhões no acumulado. Este resultado, se somado ao da Dexco, nos 49,0% que possui, levaria o ebitda Ajustado e Recorrente da Companhia a R$ 477,0 milhões (considerando o câmbio de fechamento do dia 30/09/2022 – R$ 5,406). Os impactos positivos de R$ 15,3 milhões no trimestre, advindos da apuração por meio de equivalência patrimonial, ainda não estão refletidos no ebitda Ajustado e Recorrente da Companhia por se tratar de fase pré-operacional.

A Divisão Madeira foi o grande destaque do trimestre, mesmo com queda de 8,6% e 7,3% no 3T22, quando comparado com o mesmos período 2021, ano este que apresentou o recorde da Divisão até então. O recorde de receita líquida não foi suficiente para compensar a queda nas vendas – que segue em patamares saudáveis – e a inflação de insumos e frete, que resultaram no ebitda Ajustado e Recorrente de R$ 276,1 milhões, 28,0% abaixo do 3T21, com retração na margem de 9,7 p.p.. Com este resultado, a Divisão Madeira encerrou os 9M22 com ebitda Ajustado e Recorrente de R$ 895,4 milhões, 18,0% abaixo do mesmo período de 2021.

A Divisão Deca foi a mais impactada no trimestre. A bem-implementada estratégia de pricing não foi suficiente para compensar a forte queda nas vendas no varejo, o que levou a Divisão a encerrar o trimestre com ebitda Ajustado e Recorrente de R$ 73,3 milhões, acumulando R$ 258,5 milhões no acumulado do ano. O mercado de materiais de construção, assim como a Deca, sofreu retração no trimestre com queda de 4,7% e 7,3% do seu faturamento bruto deflacionado no terceiro trimestre e nos últimos 9 meses, respectivamente, conforme dados da Associação Brasileira de Materiais de Construção (ABRAMAT).

O mercado de Revestimentos Cerâmicos finalizou o terceiro trimestre de 2022 com queda de 17,3% no volume vendido em relação ao terceiro trimestre de 2021, enquanto a utilização de capacidade instalada do setor foi de 80,0%, conforme dados da ANFACER. No ano, a queda do setor foi de 14,1%. A Divisão de Revestimentos da Dexco apresentou desempenho inferior ao mercado, com sua operação rodando a 72,0% de utilização trimestre, devido principalmente ao fechamento de uma de suas linhas para retrofit.

O nível de exposição da Companhia no canal varejo fez com que sua queda superasse a notada na indústria, encerrando o trimestre com retração de 25,9% no 3T22 e 18,4% nos 9M22, na mesma comparação, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (ANFACER). Diante disto, a Divisão encerrou o trimestre com ebitda Ajustado e Recorrente de R$ 66,3 milhões no trimestre, totalizando no ano R$ 211,6 milhões.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês)  encerrou o 3T22 em 11,2%. Nos 9M22, a queda das vendas somada aos fortes efeitos de custos e despesas operacionais levaram ao Lucro Líquido Recorrente de R$ 564,1 milhões, queda de 23,9% em relação ao 9M22. Além disso, o ROE Recorrente encerrou em 12,9%, retração de 5,2 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado.

O lucro bruto pró-forma no trimestre foi de R$ 753,6 milhões, em linha com o 3T21, enquanto a margem bruta foi de 34,9%, levemente acima da realizada no 3T21. Já nos 9M22, o Lucro Bruto Pró-Forma cresceu em 11,1% sobre o 9M21, com Margem Bruta de 35,0%.

As despesas com vendas aumentaram 11%, para R$ 267,859 milhões. As despesas gerais e administrativas pro forma  encerraram o terceiro trimestre em R$ 81,8 milhões, 29,5% acima do 3T21, enquanto no 9M22 este valor foi de R$ 233,1 milhões, 30,8% maior que o 9M21.

Os reajustes salariais e o foco da Companhia em digitalização e automação de processos foram os principais responsáveis por este aumento. Além disso, o aumento das despesas com viagens, as quais não ocorreram em 2021, tampouco no 1T22, também foi relevante para o crescimento desta despesa.

Vale lembrar que no 4T21 ocorreu um aumento na base salarial dos colaboradores, decorrente dos dissídios de aproximadamente 10,0%, e isso deverá impactar as Despesas Gerais e Administrativas ao longo de 2022, quando comparado com o ano anterior.

O resultado financeiro pro forma foi negativo em R$ 150,6 milhões. A contínua alta da taxa básica de juros impactou diretamente os encargos financeiros da Companhia, levando à uma despesa adicional de R$ 56,2 milhões em relação ao 2T22 e de R$ 111,6 milhões contra o terceiro trimestre de 2021.

“A contínua alta da taxa básica de juros impactou diretamente os encargos financeiros da companhia”, descreveu a direção no balanço.

A Dexco encerrou o terceiro trimestre do ano com o investimento total de R$ 195,2 milhões em suas operações, sendo R$ 74,7 milhões relativo à recomposição de seu ativo florestal, somado à R$ 120,3 milhões direcionados para manutenção, modernização fabril e digitalização. A Dexco também confirma o foco em seu Novo Ciclo de Investimentos, que levou ao investimento de R$ 156,9 milhões, sendo R$ 24,7 milhões direcionados à Divisão Madeira dos projetos de desgargalamento, a melhoria do mix (novas linhas de revestimento de painéis) e a expansão de base florestal no Nordeste, R$ 45,8 milhões investidos na Deca e R$ 86,3 milhões na construção da nova unidade de Revestimentos em Botucatu (RS).

A Companhia finalizou o terceiro trimestre do ano com o endividamento consolidado de R$ 5.756,6 milhões e Dívida Líquida de R$ 3.828,3 milhões.

Em relação ao 2T22, houve um aumento nominal de R$ 138,9 milhões do Endividamento Líquido, explicado pelo acréscimo da despesa com juros do trimestre. Somado a este efeito, a leve retração dos resultados dos últimos doze meses contribuiu para o aumento marginal da alavancagem, que encerrou o período em 1,96x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado e Recorrente, ainda em patamares baixos.

Nesse trimestre a Companhia renovou sua linha de crédito rotativo (“Revolving Credit Facility”) junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 500 milhões, com disponibilidade para saque de até 12 meses, reforçando sua forte posição de caixa e liquidez financeira. O custo médio dos financiamentos encerrou o período em 112% do CDI, um aumento de 3,0 p.p. sobre o 2T22, com prazo médio de vencimento 4,0 anos.

Os resultados da Dexco (BOV:DXCO3) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 27/10/2022.Confira o Press Release completo!  

VISÃO DO MERCADO

Mirae Asset

A Dexco apresentou fraco desempenho no 3T22. A forte pressão dos custos combinada com um cenário macroeconômico desafiador, que afeta diretamente a renda do consumidor, impactaram em especial o EBITDA Recorrente da Dexco no trimestre que somou R$ 415,6 milhões, representado queda de 31,2% a/a e – 6,9% t/t.

Tal retração do EBITDA acabou deteriorando a alavancagem medida pela Dívida Liquida sobre EBITDA, que saltou de 0,8x no 3T21 para 1,7x no período em análise.

Todavia, ressaltamos que tal nível de alavancagem é perfeitamente administrável. Somos menos construtivos em relação ao investimento em Dexco nesse momento pela combinação de cenário macro desafiador e pressão de custos. Como a empresa explana em seu release: “a queda na busca por financiamento imobiliário junto a outros fatores como o alto endividamento das famílias do país estão ocasionando grandes instabilidades no setor de reformas e, consequentemente, na demanda por produtos da Dexco”.

Essa condição macro deve continuar no médio prazo, dada a desaceleração econômica contratada para 2023. Adicionalmente, esse cenário impede repasses de preços, afetando as margens já pressionadas pela inflação de insumos. Gostamos da Dexco, sob diversos aspectos, que envolve posicionamento de mercado, equipe de gestão e recebemos com satisfação o bom crescimento de sua unidade de celulose solúvel.

Todavia, o momento desafiador e a falta de catalisadores de curto prazo nos conduzem à uma recomendação neutra para seus papéis que negociam hoje num P/E para 2023 de 16,5x.

Mirae mantém recomendação neutra com preço-alvo em revisão…

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Infomoney, Estadão, Reuters

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