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Gol (GOLL4): prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão no 3T22, queda de 38,7%

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A companhia aérea Gol registrou no terceiro trimestre de 2022 um prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão, queda de 38,7% na comparação com o registrado em igual trimestre do ano anterior. Já o prejuízo líquido recorrente atingiu R$ 596,2 milhões entre julho e setembro de 2022, baixa de 33,9% frente a igual período do ano passado, quando teve perdas de R$ 902,4 milhões.

A empresa disse que o resultado foi fortemente afetado pelas oscilações cambiais.

A receita líquida somou R$ 4,009 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 109,4% na comparação com igual etapa de 2021.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente totalizou R$ 695,2 milhões positivos no 3T22. Em igual período do anterior, o resultado fora negativo de R$ 257,8 milhões 3T21.

As despesas operacionais (CASK) somaram R$ 3,968 bilhões no 3T22, um crescimento de 48,8% em relação ao mesmo período de 2021. O Custo por Assento-Quilômetro recorrente diminuiu em  cresceu 6,5% para R$ 36,45 centavos. O CASK Combustível cresceu 87,9% para R$ 17,36 centavos, devido ao aumento de 91,3% nos preços do querosene da aviação (QAV).

receita líquida por assento-quilômetro Ofertado (RASK) evoluiu 48,2% para R$ 0,39 centavos. O yield líquido por passageiro cresceu 50,9% para 45 centavos (R$), maior patamar da história da Gol.

A demanda por transporte (RPK) saltou 40,9% no geral na comparação anual e 27,4% no doméstico. Já a oferta de assentos (ASK) avançou 41,3% no geral e 28,1% no doméstico — também frente a igual trimestre de 2022.

A demanda no mercado doméstico atingiu 7.555 milhões de RPK, um aumento de 27,4% comparado ao 3T21, e 79% do RPK registrado no 3T19.

A oferta no mercado doméstico por sua vez atingiu 9.327 milhões de ASK, representando um aumento de 28,1% comparado ao 3T21 e 81,4% dos níveis atingidos no 3T19.

A taxa de ocupação foi de 81% e a Companhia transportou cerca de 6,8 milhões de Clientes no 3T22, um incremento de 39,2% comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior.

O PRASK líquido no 3T22 foi 50,6% maior comparado ao 3T21, atingindo R$ 36,56 centavos.

Despesas com combustível de aviação por ASK: maior em 87,9% decorrente do aumento no preço do barril de petróleo (WTI) em 30% e consequentemente no querosene de aviação (QAV) em 91,3% no período, parcialmente compensado por uma maior proporção de Boeing-737-MAX 8 na frota  operacional  e redução de aproximadamente 4% no consumo de combustível por hora-bloco operada.

No 3T22, o volume total de decolagens da Companhia foi de 50,636, representando um acréscimo de 39,8% comparativamente ao 3T21. O total de assentos disponibilizados no mercado foi de 8,9 milhões, também representando um acréscimo de 39,7% comparativamente ao mesmo período de 2021.

⇒ Frota

No final do 3T22, a frota total da GOL era de 145 aeronaves Boeing 737, sendo 108 NGs e 37 MAXs. A frota da GOL é 100% composta por aeronaves de médio porte (narrowbody), sendo 98% financiada via arrendamento mercantil operacional e 2% financiada via arrendamento financeiro.

Em 30/09/22, a GOL possuía 92 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing 737-MAX, sendo 67 do modelo 737-MAX 8 e 25 do modelo 737-MAX 10. O plano de frota da Companhia prevê a devolução de cerca de 25 aeronaves operacionais até o final de 2023, com a flexibilidade de acelerar ou reduzir o volume de devoluções caso necessário.

No mês de outubro de 2022, a Gol adicionou 18 novas aeronaves Boeing 737-MAX em sua ordem com a Boeing, composto de seis aeronaves  737-MAX 8 e 12 do modelo 737-MAX 10.

A liquidez total (caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, depósitos e contas a receber) foi de R$ 3,7 bilhões, uma redução de aproximadamente 7% comparativamente ao mesmo período do ano anterior.

Em 30/09/22, a Companhia registrou um total de Empréstimos e Financiamentos de R$ 11,4 bilhões, e um passivo circulante no valor de R$ 869 milhões. O passivo de arrendamento total registrado é de R$ 12,1 bilhões (R$ 14,9 bilhões assumindo a metodologia de pagamento UDM vezes7).

A dívida bruta total registrada é de R$ 23,5 bilhões, representando um aumento de 12,3 e 3,7% em relação ao 3T21 e 2T22. A relação dívida líquida ajustada sobre EBITDA UDM recorrente foi de 9,1x em 30/09/22.

O prazo médio de vencimento da dívida de longo prazo da Companhia, excluindo os arrendamentos de aeronaves e os bônus perpétuos, é de 2,7 anos. A taxa média da dívida em Reais aumentou para 18,8%, e nas obrigações em Dólares Americanos, excluindo arrendamentos de aeronaves e bônus perpétuos, se manteve em 6,7%.

Os resultados da Gol (BOV:GOLL4) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 27/10/2022.

Teleconferência

Com as passagens aéreas em patamares considerados elevados, sobretudo do ponto de vista do consumidor, a Gol (GOLL4) conseguiu bater recorde de receita em um único trimestre: R$ 4 bilhões. Na teleconferência sobre os resultados obtidos pela companhia entre julho e setembro deste ano, o CEO Celso Ferrer afirmou que o preço médio da tarifa ainda não atingiu um teto. Por outro lado, segundo ele, a precificação das passagens melhorou.

GOLL4 fecha em alta de 5% após balanço; analistas destacam maior eficiência da empresa

De acordo com Ferrer, entre 10% e 15% das passagens aéreas vendidas pela Gol custam menos de R$ 200 e cerca de 40% estão abaixo de R$ 400. “É uma tarifa média com um desvio padrão bem expressivo para que a gente consiga fazer uma segmentação de clientes e dar acesso no limite que os custos nos permitem. Estamos fazendo isso de maneira mais organizada agora”, afirmou Ferrer em teleconferência sobre resultados do terceiro trimestre.

“A gente vem trabalhando bem forte esse mix de tarifas, ajustando as rotas e vamos continuar crescendo ASK [oferta de assento por quilômetro voado], crescer 11% a capacidade no quarto trimestre em relação ao terceiro tri”, disse.

A companhia aérea fez ajustes de oferta por dois trimestres consecutivos, mas Celso Ferrer afirma que a tendência continua sendo de crescimento. “A gente pode desacelerar de acordo com o que a gente sente no mercado, mas o que a gente tem visto é uma demanda sim consistente”, afirmou em teleconferência com analistas e jornalistas.

CEO não vê demanda reprimida para voos domésticos

Questionado sobre o poder de repasse de custos à tarifa paga pelo consumidor, Celso Ferrer explicou que demanda represada foi sentida mais por parceiros da companhia do que pela Gol em si, cuja operação é maior no mercado doméstico.

“Você pega por exemplo o tráfego para a Europa, destinos internacionais em julho e agosto foi realmente um boom de demanda reprimida. Não vejo isso no doméstico”, disse ele. “O que a gente vê é um crescimento tri contra tri resiliente”, afirmou.

Ferrer também afirmou que a Gol deve terminar o ano com 95% da oferta de assentos de 2019. “No ano que vem, trabalhamos com produtividade que vai refletir níveis pré-pandemia”, afirmou. Ele explica que a utilização dos aviões tem sido retomada aos poucos, até como estratégia de otimização de custos.

Em viagens corporativas, o número de clientes está em 70% do pré-pandemia, mas a receita já superou a do período. “Deve chegar a 85% do que era, em números de passageiros, nos próximos meses”, disse Ferrer. O CEO explica que muitas viagens de negócios não têm sido compradas pelos canais de vendas tradicionais de corporativo.

“A gente vê muita gente viajando a negócios em segmentos que não voavam tanto antes da companhia, profissionais liberais, pequenas e médias empresas ou grandes corporações juntando viagem a lazer e negócios”, afirmou o CEO.

No terceiro trimestre, a Gol operou uma média de 500 a 550 voos diários. Segundo Ferrer, no quarto trimestre essa frequência deve aumentar para 600 a 620 partidas por dia. Na alta temporada, a partir de 15 de dezembro, a previsão é de 680 a 700 decolagens diárias.

Querosene de aviação 130% mais caro

Na apresentação, o CEO disse ainda que o período foi marcado pelos maiores preços de combustíveis da história. Ferrer observou que o querosene de aviação ficou 130% mais caro na comparação com o mesmo período em 2019, antes da pandemia.

“A gente tem navegado com muito cuidado, ajustando no mês a mês o que é essa demanda [de assentos] porque a gente nunca teve na nossa história um custo variável tão alto”, disse Ferrer. “O estímulo está muito limitado pelo custo de combustível que estamos enfrentando”.

Para compensar parte alta do preço de querosene de aviação, a empresa reduziu custos “ex” combustível em 24% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

A transformação da frota também tem papel fundamental nessa estratégia de redução de custos. A Gol estima que, nos próximos anos, de 50% a 60% das aeronaves novas entregues à Gol estarão sob modalidade de arrendamento financeiro.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI afirma que os preços do petróleo devem começar a estabilizar, e a combinação com a alta temporada no Brasil, no final do ano, pode trazer alívio à posição de liquidez da Gol. Com o novo guidance, a casa estima que as receitas da aérea no quarto trimestre fiquem em R$ 4,9 bilhões e o Ebitda atinja R$ 1,2 bilhão.

O BBI manteve avaliação neutra sobre GOLL4 após a divulgação do resultado, com preço-alvo de R$ 13. “Nossa classificação neutra é baseado no fato de que as margens da Gol seguem pressionadas pelo preço elevado do petróleo, volatilidade do câmbio e inflação elevada no Brasil”, diz a análise.

Citi

O Citi destacou o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 695 milhões, 21% acima do que o banco projetado. Um ano antes, a companhia havia reportado Ebitda negativo. Também chamou atenção para a geração de caixa livre da companhia de R$ 94 milhões.

“Será isso o suficiente para os investidores? Uma melhora de sentimento no setor e sobre o próprio Brasil poderia ajudar as ações a começarem a se recuperar”, diz análise do banco.

Eleven Financial

A Eleven Financial avalia que os resultados da companhia foram sólidos, com uma retomada importante do nível de rentabilidade, para aproximadamente 12% da margem Ebitda, mesmo com o preço do combustível e o dólar em patamares elevados. Os analistas da casa observam que a Gol chegou a esse patamar de rentabilidade graças à recuperação da demanda por viagens à lazer e corporativas, o que possibilitou novos aumentos do yield. Os custos também foram geridos de forma mais eficiente, com a renovação da frota de aeronaves.

“Nesse cenário, a Gol conseguiu retomar um patamar mais consistente de lucro operacional (Ebit) de R$ 262 milhões, não visto desde o início da pandemia”, destaca o relatório da Eleven. A casa também chama atenção para redução no índice de endividamento da companhia.

A Eleven avalia que o novo guidance da Gol não trouxe grandes alterações, mas mostra um maior controle da oferta em virtude do aumento dos combustíveis, que deve impactar a margem Ebtida da companhia em 1 ponto percentual este ano. A casa tem recomendação de compra para GOLL4 e preço-alvo de R$ 18.

Goldman Sachs

“Foi bem vinda a decisão da administração de reduzir o crescimento da capacidade para recuperar sua rentabilidade. Isso reforça a nossa visão de que a indústria continua se comportando de forma racional contra um ambiente macroeconômico desafiador”, escreveram os analistas do Goldman Sachs.

O banco continua com recomendação de compra para o papel GOLL4 com preço-alvo de R$ 14,80 para o final de 2023. “Sabemos que as perspectivas de curto prazo continuam desafiadoras diante de combustíveis com preços elevados, mas acreditamos que as companhias aéreas vão ser capazes de repassar esses custos para as tarifas no longo prazo”, diz o relatório do Goldman.

Goldman Sachs mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,90…

Itaú BBA

O Itaú BBA aponta que o Ebitda veio abaixo do consenso do mercado, mas os yields vieram acima do antecipado pela companhia, crescendo 5% na comparação trimestral.

Os números foram acompanhados por novas projeções da companhia aérea. A Gol revisou o crescimento de sua capacidade para 2022 para uma faixa entre 50% e 55% – a previsão anterior era de crescimento anual entre 55% e 65%. O novo guidance refletiu os maiores custos com combustíveis, o atual volume de vendas de passagens e expectativa de disponibilidade assentos.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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