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Petrobras sustenta que seus preços para gasolina e diesel estão em linha com o mercado internacional

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Na contramão do que dizem importadores de combustíveis e consultorias do setor, a Petrobras sustenta que seus preços para gasolina e diesel estão em linha com o mercado internacional. O diagnóstico foi apresentado nesta quarta-feira, 26, ao conselho de administração e confirmado por três fontes da companhia. A diferença se deve às diferentes metodologias adotadas pela estatal e pelos demais agentes e especialistas, dizem essas fontes.

Segundo apurou o Broadcast, os preços dos combustíveis estiveram desalinhados recentemente, mas, no momento, não registram defasagem em relação ao mercado internacional. Nas contas da área técnica da Petrobras, a gasolina está totalmente alinhada e, o diesel, praticamente zerado.

O presidente da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, diz ter recebido com “surpresa” o diagnóstico dos técnicos da Petrobras apresentado aos conselheiros.

“Vejo com surpresa porque, se olharmos para algumas semanas atrás, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) trabalhava com o preço acima da paridade nos cálculos da Abicom e, naquele momento, reduziu preços e passou a tangenciar as curvas do PPI preparadas por nós. Não entendo essa diferença agora”, disse Araújo. PPI corresponde ao preço de paridade de importação. O executivo afirma que os parâmetros da Abicom bateram com os da Petrobras para a baixa de preços e estranha que, agora sob pressão altista, o mesmo não aconteça.

Preços defasados da gasolina há seis semanas

Como mostrou o Broadcast, relatório do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria chefiada pelo economista Adriano Pires, aponta que a gasolina da Petrobras tem sido vendida abaixo do preço de importação há seis semanas e, no caso do diesel, desde o início de outubro. No fechamento do mercado de ontem, a defasagem da gasolina era de 18,56% e, segundo o CBIE, seria necessário aumento de R$ 0,75 por litro nas refinarias para alinhamento ao PPI. Para o diesel, a defasagem estava em 19,31% (R$ 1,17 por litro).

O diretor do CBIE Pedro Rodrigues, as diferenças estão próximas das máximas de 2020, alcançadas em 6 de maio para a gasolina (32,1%) e em 22 de outubro para o diesel (22,9%). Nas contas da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem no preço de ambos os combustíveis era de 16% no início da noite de ontem.

Um ex-conselheiro da Petrobras que integrou o colegiado até meados de agosto afirma que nenhum reajuste será feito às vésperas da eleição, pois seria um “tiro no pé” do governo, mas que será incontornável aumentar os preços, principalmente do diesel.

O País importa entre 20% e 30% do volume de diesel que consome. Ao praticar preços abaixo do PPI, a Petrobras desestimula a atuação de importadores e aumenta o consumo de estoques.

Segundo o ex-conselheiro, a defasagem é inegável e passa do limite que era tolerado quando fazia parte do conselho da estatal, embora ainda seja possível conviver com o atual patamar de preço por algum tempo.

Informações Broadcast

Uma fonte da Petrobras informou que a metodologia da companhia é diferente da adotada pelo representante de importadores e consultorias em função da escala importada pela companhia, que ajuda a reduzir seus preços de importação. Além disso, a companhia não repassa imediatamente a volatilidade do mercado internacional a seus preços.

Recentemente, o diretor de exploração e produção da estatal, Fernando Borges, afirmou que a companhia baixou preços em velocidade maior que a considerada agora para eventuais aumentos, o que “beneficia a sociedade”. A declaração foi vista por agentes de mercado como uma confissão da pressão política exercida pelo governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) para que a empresa não aumente preços poucos dias antes do segundo turno das eleições.

O analista Ilan Abertman, da Ativa Investimentos, diz que a Petrobras vende combustíveis abaixo do PPI, mas reconhece as diferenças entre as metodologias da Petrobras e demais fontes. Ele também sugeriu que a passividade de diretores e conselheiros sobre a defasagem a dias da eleição já era esperada pelo mercado e estaria “precificada”

“A Petrobras não abre a sua fórmula (da defasagem), mas eles fazem as contas do PPI considerando a média dos últimos 12 meses. Por se tratar de média, já tem, no final, um parâmetro suavizado. Além de se tratar de uma média longa, a gente também vê que, desde a gestão do general Silva e Luna, além da fórmula, a Petrobras tenta diferenciar movimentos conjunturais de movimentos estruturais”, diz Arbetman.

Desde 2016, a Petrobras segue a política de preço de paridade internacional e ajusta o preço dos combustíveis vendidos em suas refinarias ao preço de importação. Para tanto, considera fatores como valores praticados no exterior, principalmente no Golfo do México (EUA), frete e câmbio.

Quando a política do PPI foi adotada, sob a presidência de Pedro Parente, os preços eram atualizados diariamente, o que foi alvo de reclamações como o fim da previsibilidade para contratos na ponta da cadeia, como o frete de caminhoneiros. Nos anos seguintes, os reajustes passaram a ser cada vez mais espaçados e, sobretudo este ano, sob pressão do Planalto.

Em benefício da estatal, Rodrigues, do CBIE, afirma que ainda não é possível cravar que a precificação da Petrobras deixou de ser técnica. Ele ressalta que a companhia interrompeu reduções de preço em respeito à dinâmica do mercado internacional.

“No fim, a precificação é uma estratégia comercial. Por que reduz preço mais rápido e demora mais para subir? Quando há espaço para reduzir, faz logo para ganhar no volume de vendas e tirar mercado da concorrência. Para aumentar, demora mais para não perder mercado, principalmente se tem estoque. Isso acontece em todos os mercados”, diz.

Informações Broadcast

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