O IRB Brasil RE apresentou prejuízo líquido de R$ 298,7 milhões no terceiro trimestre de 2022, com alta frente ao resultado negativo de R$ 155,7 milhões no mesmo período de 2021. A companhia ressalta, no entanto, que a linha registrou queda de 20% em relação ao segundo trimestre deste ano.

Nos primeiros nove meses de 2022 o prejuízo líquido totalizou R$ 591,6 milhões, 89,74% maior comparado a um prejuízo de R$ 311,8 milhões no mesmo período de 2021.

“O efeito das variações climáticas no agronegócio, que gerou quebra de safra e resultou em perdas significativas para os produtores rurais e, consequentemente, para as seguradoras e resseguradoras, ainda impactou nosso resultado do terceiro trimestre. Esse efeito relevante elevou a sinistralidade a níveis não esperados pela companhia, que já esperava colher de maneira mais significativa nesse trimestre os resultados da estratégia de re-underwriting [de limpeza do balanço] iniciada em 2020”, afirmou a companhia em seu release de resultados.

A resseguradora apontou acreditar “que o momento de inflexão de resultados tenha se deslocado no tempo, mas que todas as ações foram tomadas corretamente para que a companhia opere com rentabilidade no médio prazo”.

As despesas gerais e administrativas no 3T22 totalizaram R$ 87,6 milhões, um decréscimo de 3,2% em relação ao 3T21. Assim, o índice de despesa administrativa foi de 7,4% no 3T22. Se retirarmos o efeito do LPT, que afeta o prêmio ganho, o índice seria de 6,1%.

O caixa consumido pelas operações totalizou R$ 789,5 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$ 604,8 milhões no 3T21. O consumo de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de prêmios, decorrente dos ajustes na política de subscrição, e pelo maior pagamento de sinistros, com destaque para os adiantamentos contratuais feitos à seguradoras no segmento Rural, lembrando que os recursos do aumento de capital, de R$1,2 bilhão, entram como atividade de financiamento e não estão considerados no fluxo das operações da Companhia.

O volume total de prêmios emitidos pelo IRB apresentou redução de 7,5% em relação ao 3T21, alcançando R$ 2,4124 bilhões, comparados a R$ 2,6077 bilhões no mesmo período do ano anterior.

O prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 1.738,9 milhões no 3T22, com decréscimo de 3,0% em relação ao mesmo período de 2021, principalmente em razão da saída, no Segmento Rural, de alguns negócios não alinhados com as condições de hard market vigentes e com o apetite a riscos da Companhia. As vendas para a Safra Verão/2022-23 ocorrem com ajustes de taxas (+30% de aumento médio) e reduções nas garantias dos seguros, refletindo os recentes resultados do setor.

O total do prêmio retido foi de R$1.253,8 milhões no 3T22, com decréscimo de 28,1% em relação ao 3T21, impactado pelo maior volume de prêmios retrocedidos, principalmente pela operação de LPT.

O sinistro retido total no terceiro trimestre foi de R$ 1,387 bilhão, uma redução anual de R$ 605,2 milhões ou 30,4%. Na comparação com o 2T22, houve redução nominal de R$ 276,6 milhões, uma queda de 16,6%.

O índice de sinistralidade total no 3T22 foi de 116,8%, apresentando uma redução de 2,4 ponto percentual (p.p.) ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 119,3%. Se excluir o efeito da operação de LPT (Transferência de Carteira de Perdas) e dos efeitos climáticos, o índice de sinistralidade normalizado atingiria 91,3%, destacou.

“O índice de sinistralidade ainda reflete os eventos atípicos climáticos, que afetaram o segmento rural e os impactos da pandemia”, considera Toneto. “A tendência é que o impacto seja cada vez menor nos sinistros daqui para a frente”, complementa.

O custo de aquisição no 3T22 totalizou R$308,8 milhões, com diminuição de 6,4% em relação ao 3T21. Quando analisamos a relação entre o custo de aquisição e o prêmio ganho do período, esse índice passou de 19,7% para 26,0%. Excluindo-se o efeito do LPT, o índice de comissionamento seria de 21,4% no 3T22.

A companhia apresentou resultado de underwriting negativo de R$539,3 milhões, comparado a um resultado negativo de R$677,8 milhões no 3T21. Os principais impactos foram decorrentes da sinistralidade dos segmentos de Agro, por conta de fatores climáticos e Covid na linha de Vida e estão detalhados nos itens anteriores.

O resultado financeiro e patrimonial foi positivo em R$173 milhões, apresentando um decréscimo de 32,6% em relação ao mesmo período de 2021. A diminuição decorre da receita financeira extraordinária ocorrida em set/21 de R$167,2 milhões de recuperação de tributos. O resultado financeiro deve-se principalmente ao aumento da taxa SELIC, de 6,2% a.a. em setembro de 2021 para 13,7% a.a. em setembro de 2022, com reflexo principalmente na remuneração dos títulos públicos e ativos atrelados ao CDI na carteira de investimentos da Companhia no Brasil.

O IRB informou ainda ter alcançado a suficiência de capital regulatório em dois indicadores o qual estava desenquadrado pelas normas do regulador Susep, o que levou à capitalização de R$ 1,2 bilhão ocorrida por meio de oferta subsequente de ações em setembro.

A Companhia apresentou, na data-base de 30 de setembro de 2022, suficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$153,6 milhões. Assim, o patrimônio líquido ajustado correspondia a 109% do capital mínimo requerido na data.

Em 30 de setembro de 2022, a Companhia apresentou suficiência no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória de R$325,9 milhões, em comparação ao saldo positivo de R$235,5 milhões em 31 de dezembro de 2021 (Ver Nota 17 – Garantia das Provisões Técnicas).

Os resultados do IRB Brasil RE (BOV:IRBR3) referente suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 10/11/2022. Confira o Press Release completo!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney