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Bradesco (BBDC4): lucro líquido recorrente de R$ 1,595 bilhão no 4T22, queda de 75,9%

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O Bradesco fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 1,595 bilhão, uma queda de 75,9% em relação ao mesmo período de 2021, e de 69,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O lucro líquido recorrente de 2022, foi de R$ 20,7 bilhões, uma redução de 21,1% em relação a 2021.

O resultado do banco foi fortemente afetado por um cliente de atacado, que não teve o nome citado, e que teve todo o crédito provisionado – pelo movimento, é possível inferir que trata-se da Americanas.

O lucro líquido contábil foi de R$ 1,437 bilhão no período, uma redução de 54,7% em relação ao mesmo período de 2021.

“Houve aumento rápido e relevante da inflação, com aumento das taxas de juros maior que o inicialmente antecipado, impactos no ciclo de crédito e um ambiente global de grande instabilidade política e econômica”, diz a mensagem da administração, que acompanha o resultado.

A margem financeira total atingiu R$ 16,677 bilhões, queda de 1,7% na comparação ano a ano.

A margem com clientes do Bradesco subiu 18,3% no 4T22, para R$ 17,480 bilhões. Segundo o banco, houve o aumento da carteira de crédito e também de um mix de produtos mais rentável, embora com maior risco.

Na margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria, o Bradesco teve perda de R$ 803 milhões. O resultado foi provocado pela variação das posições de ativos e passivos da instituição. O spread foi de 9,8%, alta de 0,7 ponto porcentual em um ano, e queda de 0,3 p.p. em um trimestre.

“Houve aumento rápido e relevante da inflação, com aumento das taxas de juros maior que o inicialmente antecipado, impactos no ciclo de crédito e um ambiente global de grande instabilidade política e econômica”, diz a mensagem da administração, que acompanha o resultado.

O estoque de PDD totalizou R$ 57,7 bilhões, representando 8,8% da carteira de crédito, o equivalente a um índice de cobertura para créditos vencidos acima de 90 dias de 204%.

A Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) expandida totalizou R$ 14,881 bilhões no quarto trimestre, ante R$ 4,823 bilhões registrada no mesmo trimestre de 2021.

Sem citar diretamente o nome de Americanas, o Bradesco diz que fez 100% de provisionamento relacionado a um caso de “um cliente Large Corporate específico”, ocorrido no início de 2023, no valor R$ 4,9 bilhões.

“A administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22”, diz o comunicado. Sem levar em conta essa provisão, o ROAE do trimestre teria sido de 10,3%.

A carteira renegociada apresentou crescimento de 5,5% no trimestre, totalizando R$ 34,4 bilhões em Dez22. Destacamos que o total desta carteira vem acompanhando de forma relativa o crescimento da carteira Bacen. Em relação ao mesmo período de 2020, pico da pandemia, houve redução de 0,6 p.p. no indicador.

A carteira de crédito do Bradesco estava em R$ 891,933 bilhões, um aumento de 9,8% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, e alta de 1,5% na comparação com o período de três meses encerrado em setembro.

Em pessoas físicas houve alta de 2,4% no trimestre e de 12,6% em 12 meses, chegando a R$ 361,101 bilhões. Em pessoas jurídicas, ao somar R$ 530,831 bilhões, a carteira teve alta trimestral de 0,9% e anual de 7,9%.

No final do quarto trimestre de 2022, os ativos do conglomerado somavam R$ 1,830 trilhão, um aumento de 8% em base anual, e contração de 3,2% em termos trimestrais.

No final do quarto trimestre de 2022, os ativos do conglomerado somavam R$ 1,830 trilhão, um aumento de 8% em base anual, e contração de 3,2% em termos trimestrais.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio trimestral (ROAE, na sigla em inglês) atingiu 3,9%, de 13% no terceiro e 17,5% no quarto trimestre de 2021. De acordo com comunicado do Bradesco, 2022 “foi um ano de bastante volatilidade causada por eventos importantes”.

A inadimplência total da carteira atingiu 4,1% entre 15 a 90 dias e 4,3% acima de 90 dias. As revisões e ajustes nas políticas de crédito que foram realizadas neste cenário agravado, já trouxeram a inadimplência das novas safras para patamares inferiores ao período pré-pandemia.

A inadimplência deu um salto, a margem com o mercado veio novamente negativa (como já se esperava) e a rentabilidade caiu para a um patamar fora de qualquer comparação com outros períodos e com os rivais. Ao mesmo tempo, o banco divulgou projeções (“guidance”) para este ano que podem ser difíceis de alcançar, dado o cenário atual.

As despesas operacionais totalizam R$ 13,491 bilhões, alta trimestral de 8,6% e anual de 4,8%. A receita de serviços somou R$ 9,251 bilhões no quarto trimestre, alta de 4,5% em três meses e de 4,4% em 12 meses.

⇒ Provisão à Americanas

“Não fosse o provisionamento de Americanas, o Bradesco teria reportado um lucro líquido acima da expectativa do mercado. Mas, olhando as outras linhas, o resultado foi ruim. A inadimplência continua alta, e o ROE que figurava entre os melhores junto com Itaú, acabou decepcionando”, destaca André Fernandes, Head de Renda Variável e sócio A7 Capital.

“O banco acabou divulgando um lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 4° trimestre de 2022, e o consenso do mercado era de R$ 4,35 bilhão. Foi o maior impacto no resultado dentre os três grandes bancos privados”, frisa.

No balanço divulgado, o banco afirma que foi fortemente afetado por um cliente de atacado, que não teve o nome citado, e que teve todo o crédito provisionado — pelo movimento, é possível inferir que trata-se da Americanas.

A Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro, com dívidas de R$ 48 bilhões. O Bradesco é o banco com a maior exposição absoluta à companhia. O Itaú, que tinha R$ 2,8 bilhões a receber, também optou por provisionar todo o crédito. Por sigilo bancário, as instituições não podem citar a companhia nominalmente.

Este fator fez com que as provisões do Bradesco contra a inadimplência tivessem um salto para R$ 14,881 bilhões no trimestre, mais de quatro vezes o volume registrado no mesmo período do ano anterior.

Sem este efeito, teriam sido de R$ 10,030 bilhões, refletindo o aumento da inadimplência. O resultado operacional do Bradesco no trimestre ficou negativo em R$ 99 milhões. No ano anterior ficou positivo em R$ 10,283 bilhões.

⇒ Projeções

A instituição financeira ainda divulgou suas projeções para 2023, com a expectativa de uma alta na sua Carteira de Crédito Expandida de 6,5% a 9,5%, uma Margem Financeira Total de 7% a 11%, um avanço nas Receitas de Prestação de Serviços de 2% a 6%.

As Despesas Operacionais (Despesas de Pessoal + Administrativas + Outras) têm uma expectativa de avanço de 9% a 13%, com o banco reiterando que as Despesas administrativas e de pessoal crescem em linha com a inflação. Já o Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização deve crescer de 6% a 10%.

Por fim, projetam uma PDD Expandida de R$ 36,5 bilhões a R$ 39,5 bilhões.

Os resultados da Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) referentes suas operações do quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 08/02/2023. Confira o Press Release completo!

Teleconferência

Depois que o Bradesco (BBDC4) apresentou resultados muito abaixo do esperado no quarto trimestre de 2022, os executivos do banco fizeram um mea culpa. “Devíamos ter restringido mais cedo nossa política de crédito”, admitiu Octavio de Lazari, CEO do Bradesco, logo no começo da teleconferência sobre o balanço com analistas. Segundo ele, a perda de renda de clientes do banco aconteceu de forma mais rápida que o esperado. “Temos importante exposição à baixa renda e pequenas empresas”, lembrou Lazari.

O executivo acredita que o banco tenha emprestado mais do que deveria ao longo do pior momento da pandemia, época em que os índices de inadimplência estavam atipicamente baixos. O Bradesco acabou ampliando a concessão de crédito em linhas de maior risco – o cliente baixa renda e empresas menores – o que resultou em uma escalada de empréstimos inadimplentes.

O índice de inadimplência do banco para empréstimos acima de 90 dias cresceu 0,4 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre, para 4,3%. Na comparação com dezembro de 2021, teve alta de 1,5 ponto percentual.

Também houve piora nas dívidas vencidas entre 15 e 90 dias, que passaram de 3,6% no terceiro trimestre para 4,1%. Mas o executivo explicou que o banco já começou a tomar medidas para reverter a situação, ao adotar uma postura mais seletiva.

A taxa de aprovação de crédito massificado do banco, em dezembro do ano passado, correspondia a 67% do que o banco concedia ao final de 2021. Lazari disse que, este ano, o banco vai trabalhar com mais operações colateralizadas (com garantias) e clientes de menor perfil de risco.

O executivo admitiu que o perfil mais conservador do mix pode vir a afetar os spreads e, consequentemente, as receitas do banco. Mas afirmou ser possível balancear o crescimento entre as carteiras do Bradesco, com taxas maiores, a depender do caso, e menos concessões de cartão de crédito, por exemplo. O principal objetivo é controlar a inadimplência.

A expectativa é que o índice relativo a clientes baixa renda e pequenas empresas comece a se estabilizar a partir do terceiro trimestre e, a partir daí, se inicie uma contração.

A Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) expandida totalizou R$ 14,881 bilhões no quarto trimestre, ante R$ 4,823 bilhões registrada no mesmo trimestre de 2021. Sem citar diretamente o nome de Americanas (AMER3), o Bradesco diz que fez 100% de provisionamento relacionado a um caso de “um cliente Large Corporate específico”, ocorrido no início de 2023, no valor R$ 4,9 bilhões.

Lazari se referiu ao fato específico como fraude e disse que o episódio “não ensejou nenhuma mudança nas operações de risco sacado”. O risco sacado é quando o banco antecipa pagamentos a fornecedores de uma empresa e essa operação é vista como principal razão do rombo contábil em Americanas.

“Foi caso específico de uma fraude. A precificação é feita com o risco de cada cliente. Não são muitas operações [desse tipo], é uma carteira de poucos clientes”, afirmou Lazari.

Ainda na teleconferência com analistas, o executivo afirmou que o Bradesco quer retomar o retorno médio sobre patrimônio líquido (ROE, ou ROAE, na sigla em inglês) ao nível de 18%. “Sempre demos retorno sobre patrimônio acima ou muito próximo disso. Nos vimos em uma situação que acabou comprometendo nossos resultados em 2022, mas entendemos que é possível recuperar”, afirmou.

O retorno médio sobre patrimônio líquido (ROAE, na sigla em inglês), que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, foi a 13,1% no acumulado em doze meses. No trimestre, fechou a 3,9%, baixa de 13,6 pontos porcentuais em um ano e de 9,1 pontos em três meses.

VISÃO DO MERCADO

Ativa 

O Bradesco reportou resultados ruins. Sem o efeito Americanas, o resultado teria vindo em linha com as nossas projeções, o lucro líquido, inclusive, teria sido de R$ 4,262 bilhão, 4,2% acima das nossas expectativas. Contudo, a deterioração na qualidade do crédito foi novamente bastante forte, o índice de inadimplência subiu 0,4 p.p., para 4,3%, enquanto seus pares privados já começam a demonstrar desaceleração no avanço do índice.

O banco também divulgou o guidance para 2023, onde nos surpreendeu o crescimento das despesas operacionais. Sendo assim, somando a tudo isso o fato do Bradesco ter provisionado 100% da sua exposição à varejista, que por sua vez, é a maior entre as empresas de nossa cobertura, entendemos que o banco está passando pela tempestade perfeita.

Nossas expectativas já apontavam para um guidance modesto, dado o cenário desafiador que já se projeta para o Bradesco. Sendo assim, estimativas do crescimento da carteira ficar entre 6,5% e 9,5%, e a margem financeira gerencial subir entre 7% e 11%, já estavam englobadas em nossas projeções, onde na verdade, projetamos crescimento ainda mais modestos dessas linhas.

Contudo, o que nos surpreendeu negativamente foi o guidance para as despesas operacionais aumentarem entre 9% e 13%, e do custo de crédito ficar entre R$ 36,5 e R$ 39,5 bilhões, o que após os dados de inadimplência desse trimestre, nos parecem mais factíveis do que os que havíamos projetado.

Ativa tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 18,80…

BTG Pactual 

As expectativas não eram altas, mas no geral as linhas de cima da DRE não decepcionaram, com destaque para as receitas de prestação de serviços e seguros. A margem financeira ficou quase em linha com nossas estimativas, subindo 2% t/t e caindo 2% a/a. Desta vez, a margem financeira com o mercado foi a surpresa positiva, apesar de reportar R$ 800 milhões negativos.

A margem financeira com clientes caiu t/t (+19% a/a) e ficou 2% abaixo de nossas estimativas. A carteira expandida desacelerou, ficando abaixo de nossas expectativas (+2% t/t e +10% a/a ex-variação cambial). A receita de seguros e títulos de capitalização foi forte no quarto trimestre, atingindo R$ 4,3 bilhões (+24% t/t, +22% a/a e 12% acima de nossas estimativas) devido ao sólido desempenho nos segmentos de vida e previdência.

As receitas de prestação de serviços também foram mais fortes que nossas estimativas em R$ 9,3 bilhões (+5% t/t e +4% a/a), ficando 2% acima do esperado, impulsionadas principalmente por cartões de crédito e consórcio.

Ao todo, esperamos outra rodada de grandes revisões nas estimativas do consenso, o que significa que as ações provavelmente continuarão com baixo desempenho. O BBDC4 é negociado 1,0x VP mais recente, que historicamente se provou ser um ótimo nível para comprar a ação (nas poucas vezes em que o BBDC negociou em um patamar tão baixo).

Mas, desta vez, achamos que a ação pode ser negociada abaixo do VP por um tempo. Supondo que o guidance esteja certo (e o consideramos razoável, o que é muito importante para recuperar a confiança do mercado), o lucro antes dos impostos, que vemos como uma boa estimativa para “o poder de lucro” do Banco, seria ~40% abaixo do recente pico de R$ 39 bilhões.

Em 2021, o Bradesco reportou lucro de R$ 26,2 bilhões, apenas 2,5% abaixo de seu principal par. Em 2023, a diferença provavelmente será de pelo menos 35-40%.

Recuperar a confiança leva tempo. Se o Bradesco estiver aberto para discutir seus erros do passado (difícil acreditar que esse desempenho seja apenas cíclico) e/ou mostrar que seu guidance pode ser alcançado ao longo do ano, a ação pode começar a se recuperar. Mas, por enquanto, o ROE de pelo menos 18% que o CEO Octavio de Lazari disse à imprensa que o banco espera alcançar, parece muito distante.

BTG Pactual tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 18,00…

Inter

O resultado do 4T22 do Bradesco veio abaixo das nossas expectativas, com lucro líquido de R$ 1.595 milhões (-69,5% t/t e -71,7% Inter Research) e ROE de 3,9% (- 9,6 p.p. t/t e -10,3 p.p. Inter Research), marcando o pior resultado trimestral do banco de toda a série histórica desde 2008.

O resultado foi marcado pelo provisionamento de 100% do evento de “um Cliente Large Corporate específico” que resultou na baixa de toda exposição do banco de R$ 4.851 milhões, o que entendemos como prudente devido aos riscos de perda relacionados ao caso. Retirando o efeito líquido da PDD para o Cliente Large Corporate, seu lucro líquido teria sido de R$ 4.262 milhões (-18,4% t/t e -24,3% Inter Research) e ROAE de 10,3% (-3,2 p.p. t/t e -3,9 p.p. Inter Research).

Ainda assim, o resultado teria sido fraco, principalmente pelo aumento da PDD em 38,2% t/t (ex-caso específico) e resultado no NII com clientes mais fraco que o 3T22, NII com mercado ainda negativo (mas mostrando melhora marginal) e outras despesas com piora significativa.

Mas nem tudo foi ruim, observamos um bom resultado nas receitas com serviços e tarifas, que vieram em linha com o esperado beneficiadas pelas rendas com cartão de crédito, dado o maior volume transacionado no final do ano, e mesmo comparando com o 4T21 também houve forte avanço. Além disso, o ramo de seguros mostrou forte desempenho, com avanço de 24% t/t, pela forte melhora no resultado financeiro.

Inter tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 15,00…

Mirae Asset

O Bradesco encerrou o 4T22 com lucro líquido de apenas R$ 1,6 bilhão, -75,9% a/a e -69,5% t/t, ~60% abaixo do consenso de mercado. O Retorno Anualizado sobre PL (ROE) caiu para 3,9%, -13,6 p.p. a/a e -9,1 p.p. t/t. A forte elevação da provisão para devedores duvidosos (PDD expandida) que saltou de R$ 7,3 bilhões no 3T22 para R$ 14,9 bilhões no 4T22 (R$ 4,9 bilhões somente de Americanas) foi o grande ofensor do resultado do banco no período.

Nas demais linhas o desempenho do banco veio dentro do esperado, porém o nível de provisionamento indica forte deterioração do crédito massificado, além da Americanas. Reiteramos nossa recomendação neutra para o Bradesco, ressaltando que o banco pode sofrer forte reprecificação no curto prazo, diante do guidance anunciado que indica queda de rentabilidade para 2023.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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