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Itaú Unibanco (ITUB4): lucro líquido recorrente de R$ 7,688 bilhões no 4T22, queda de 5,1%

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O Itaú Unibanco registrou lucro recorrente gerencial, excluindo itens extraordinários de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre deste ano. O número é 5,1%  menor que o registado no terceiro trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a cifra cresceu 7,1%. O banco fechou 2022 com lucro de R$ 30,768 bilhões, alta de 14,5% ante o resultado do ano anterior.

Graças a margens mais altas, fruto de uma carteira de crédito mais rentável, o maior banco do País conseguiu absorver o impacto de um evento subsequente de um grande cliente corporativo sobre o custo de crédito.

O nome desse cliente não foi informado, mas o movimento, que é o mesmo já informado pelo Santander Brasil, indica que trata-se da Americanas. O Itaú é um dos maiores credores da companhia, que pediu recuperação judicial em janeiro, com R$ 2,9 bilhões a receber da varejista. Em termos relativos, é um dos grandes bancos menos expostos à companhia, o que dilui o impacto do evento sobre o resultado.

Apenas com este cliente, o banco teve uma despesa de R$ 1,3 bilhão em provisões.

“No quarto trimestre de 2022, reconhecemos em nossas demonstrações financeiras os impactos provenientes de evento subsequente a data do fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial”, afirma o banco no informe de resultados. O Itaú diz que houve um esforço para cobrir 100% deste evento, com impacto negativo de R$ 719 milhões no lucro recorrente.

O retorno recorrente gerencial sobre patrimônio líquido (ROE) do Itaú caiu de 21% no terceiro trimestre para 20,3% no quarto trimestre.

O custo de crédito do Itaú foi de R$ 9,805 bilhões, alta de 58,1% em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com o balanço. O caso Americanas pesou no custo do crédito, que inclui despesas com provisões para perdas (PDD) e ajustes no valor de títulos. Sem citar nomes, por uma questão de sigilo bancário, o Itaú afirmou que provisionou 100% de um evento subsequente — uma empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial. Essa provisão teve um impacto de R$ 1,307. A instituição financeira aparece na lista de credores da varejista com exposição de R$ 2,87 bilhões.

A carteira de crédito do conglomerado, que inclui a operação brasileira e as de outros países da América Latina, encerrou o período em R$ 1,141 trilhão, um aumento de 11,1% em 12 meses, e alta de 2,7% em três. De acordo com o banco, o crescimento veio principalmente das operações de varejo, em que entram pessoas físicas e empresas de menor porte.

A margem financeira gerencial foi de R$ 24,975 bilhões, alta de 17,8% em um ano, puxada pela margem com clientes, que entre outros, reflete os ganhos com empréstimos. Ela fechou o trimestre em R$ 24,227 bilhões, alta de 21,7% em um ano, refletindo tanto o maior volume de crédito quanto a alta da Selic.

A margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria do banco, caiu 42,5% em um ano, mas subiu 44,9% em três meses, para R$ 748 milhões. No informe de resultados, o Itaú afirma que no trimestre houve uma melhoria na administração de ativos e passivos, em relação ao período encerrado em setembro, bem como na tesouraria das operações na América Latina.

O spread (diferença entre custo de captação e os juros cobrados dos clientes) foi de 8,7%, 1 ponto porcentual maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Em relação ao terceiro trimestre, aumentou 0,1 p.p.

Na receita de serviços e resultado de seguros, a expansão esperada é de 7,5% a 10,5%. As despesas não decorrentes de juros devem aumentar de 5% a 9%.

As receitas de tarifas ficaram em R$ 10,427 bilhões, subindo 0,2% na comparação trimestral e 1,7% contra o mesmo período de um ano antes. As receitas de seguros atingiram R$ 2,467 bilhões, com avanços de 9,4% e 24,2%, respectivamente.

A despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 9,907 bilhões. A cifra cresceu 19,7% em relação ao terceiro trimestre. Na comparação anual, houve um salto de 45,1%.

O banco fechou o ano com inadimplência de 2,95%, acima dos 2,8% de setembro e dos 2,5% no fim de 2021. O indicador teria ficado em 2,97% em dezembro se não fosse uma venda de carteira.

O presidente do banco, Milton Maluhy, afirmou que o foco nos clientes e na gestão de riscos levou ao crescimento dos resultados do banco no ano passado.

“Antecipamos o atual ciclo de crédito, diversificamos nossos portfólios e calibramos nossa exposição. Ao mesmo tempo, continuamos a consolidar nossa transformação cultural e digital, o que tem sido fundamental para os resultados conquistados pelo Itaú Unibanco nos últimos trimestres”, disse, em nota à imprensa.

Os ativos totais do Itaú chegaram a R$ 2,469 trilhões, um aumento de 14% em termos anuais, e alta de 1,9% em um trimestre. Segundo o banco, a alta foi puxada pela carteira de títulos e pelas operações de crédito.

O patrimônio líquido do Itaú, por sua vez, foi de R$ 160,925 bilhões, alta de 11,3% em 12 meses. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente da instituição foi de 19,3%, uma queda de 0,9 ponto porcentual em um ano, e de 1,7 p.p. em três meses.

O funding de clientes cresceu 4,2% no trimestre. Nos últimos 12 meses o crescimento foi de 13,1%, em função dos recursos de letras que cresceram 131,9%, principalmente letras financeiras e imobiliárias; e dos depósitos a prazo, que cresceram 13,5%, em função da estratégia comercial do produto no varejo. A redução dos depósitos à vista ocorreu principalmente em nossas unidades no exterior.

⇒ Efeito Americanas de R$ 719 milhões no lucro

Sem citar nominalmente a Americanas, o banco explicou que a maior despesa de provisão ocorreu, principalmente, nos negócios de atacado no Brasil “devido a um evento subsequente ao fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte, que entrou em recuperação judicial”.

“Houve reforço na provisão para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 1,307 bilhão no custo do crédito, com a diferença da exposição sendo reconhecida na provisão complementar”, diz o texto que acompanha o balanço.

A provisão teve impacto de R$ 719 milhões no lucro do quarto trimestre.

“Excluindo esse efeito, o resultado recorrente gerencial teria atingido R$ 8,4 bilhões e o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido teria atingido 21,0% no quarto trimestre”, disse o banco.

O índice de inadimplência de empréstimos acima de 90 dias no Brasil cresceu de 3,2% para 3,43%.

“O aumento ocorreu devido à maior inadimplência no segmento de pessoas físicas no Brasil, principalmente nas carteiras de cartão de crédito e financiamento de veículos”, diz o texto que acompanha o balanço.

⇒ Projeções 

O Itaú Unibanco divulgou suas projeções para este ano. O banco projeta um crescimento de carteira de crédito entre 6% e 9%.

A margem financeira com clientes deve crescer entre 13,5% e 16,5%. Já a margem financeira com o mercado deve crescer entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.

O custo de crédito do banco deve ficar entre R$ 36,5 bilhões e R$ 40,5 bilhões. Para a receita de prestação de serviços e resultado de seguros, o Itaú projeta crescimento entre 7,5% e 10,5%.

Teleconferência

O impacto do caso Americanas nos resultados trimestrais do Itaú dominou uma boa parte da teleconferência do banco sobre o balanço do quarto trimestre de 2022, divulgado ontem à noite. Milton Maluhy Filho, CEO da instituição financeira, trouxe o assunto logo em sua fala inicial, garantindo que o “evento subsequente” está 100% provisionado. Daqui para frente, segundo ele, “apenas eventos de recuperação de crédito são esperados”.

As provisões referentes à exposição do banco a Americanas geraram um impacto de R$ 1,307 bilhão no custo do crédito do Itaú no quarto trimestre. E de R$ 719 milhões no lucro recorrente gerencial do banco, que foi de R$ 7,688 bilhões. Não fosse isso, o resultado não teria vindo abaixo das expectativas do mercado.

O índice de cobertura em função de provisão para Americanas chegou a 1.857% na carteira de atacado. “Dentro desse índice cobertura, está 100% provisionado. Se o evento ocorrer na magnitude que a gente provisionou, perdemos índice de cobertura, mas está 100% provisionado”, disse Maluhy Filho.

O nome da varejista não foi citado pelo CEO do Itaú porque o banco não comenta sobre clientes específicos. Assim como no texto do balanço, o caso Americanas foi tratado como “evento subsequente”. Mesmo sem dar nome aos bois, Maluhy Filho disse que uma série de informação sobre o tal caso já estava gerando desconforto no banco antes da história vir à tona. Por esse motivo, o Itaú reduziu R$ 1 bilhão de exposição ao cliente ao longo do segundo semestre do ano passado.

“É difícil imaginar que estava havendo uma fraude em uma empresa com todas as características que essa empresa tem. Mas a gente já vinha reduzindo exposição, a medida que as operações foram vencendo, não fomos produzindo novas, por uma série de razões que não vem ao caso aqui agora”, explicou Maluhy Filho.

“Fraude” foi um termo utilizado mais de uma vez pelo CEO para se referir ao episódio. “É um caso isolado, uma fraude”, apontou. “A gente fez uma revisão da carteira, de várias empresas que se valem de operações de risco sacado e a gente não identificou nenhuma anormalidade”, afirmou. No risco sacado, a instituição financeira antecipa os pagamentos a fornecedores de uma empresa. Esse tipo de operação é apontado como principal vetor do rombo contábil das Americanas.

Questionado por um analista se os empréstimos para empresas ficariam mais caros em função do caso, Maluhy Filho disse que não houve qualquer reprecificação de portfólio relacionado a ele.

“Revisão de spread sempre vai acontecer quando a gente entender que o cenário de risco mudou, o pricing é algo dinâmico”, afirmou. “A gente continua praticando os mesmos preços, obviamente tomando os cuidados devidos e olhando o cenário, mas nada advindo do caso específico”.

No entanto, Maluhy Filho admite que o cenário atual é sim mais desafiador para as empresas, que vem um de um passado recente de custo de crédito próximo a zero.

“A gente vai ver efeito de normalização acontecendo no atacado. Não são casos novos, já estavam no radar, sendo monitorados, tirando esse caso específico de uma fraude, que os modelos tradicionais não capturam”, afirma.

Ao ser questionado sobre setores que preocupam o banco, falou, mais uma vez sem citar nomes, de uma empresa próxima a passar por segunda recuperação judicial, “mais por uma questão jurídica de proteção da companhia”.

É o caso da Oi, que conseguiu uma tutela cautelar na Justiça para se proteger de seus credores e pode entrar com um novo pedido de RJ. “O caso está absolutamente provisionado, não temos preocupação específica, evidentemente vamos acompanhar de perto”.

VISÃO DO MERCADO

Ativa Investimentos

O Itaú reportou resultados sólidos, parcialmente em linha com as nossas estimativas. A linha de maior discrepância acabou sendo o custo de crédito. O banco optou por provisionar 100% da sua exposição à Americanas, gerando um lucro líquido 5,6% menor.

Caso não houvesse o provisionamento, o lucro líquido teria ficado em R$ 8,4 bilhões e o ROE em 21,0%, resultado levemente acima das nossas expectativas. Além disso, o banco também divulgou seu guidance para 2023, onde os números também vieram em linha com as nossas projeções.

Em um cenário com expectativas cada vez piores para o setor financeiro, entendemos que o resultado em linha do Itaú, em conjunto com seu guidance próximo às estimativas do mercado, traz um alívio e demonstra a resiliência do banco. Em um cenário de inadimplência subindo aceleradamente, o Itaú ainda mantém seu índice abaixo dos 3%, enquanto consegue gerar ROE de 21,0% em um período em que já começa a desacelerar o crescimento.

Ativa tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 35,00…

BB Investimentos 

O Itaú Unibanco entregou no 4T22 um resultado que consideramos positivo, com lucro líquido recorrente de R$ 7,67 bilhões, equivalente a um ROAE de 19,3%, impactado pelo provisionamento extraordinário relacionado a um caso no segmento Grandes Empresas – o qual imaginamos se tratar de Americanas. O resultado foi marcado por dinâmicas similares às do 3T22, com forte receita de juros das operações de crédito capaz de compensar as elevadas despesas com provisões e a fraca receita de tesouraria.

Sem maiores surpresas, o Itaú segue apresentando, em nossa opinião, um conjunto de resultados equilibrado quando consideramos o contexto de maior seletividade e desaceleração de crescimento de carteira de crédito vivido pelo setor, consequência natural do ambiente de maior aperto monetário. Cabe salientar que, excluindo o provisionamento extraordinário citado acima, o lucro teria sido de R$ 8,4 bilhões, equivalente a um ROE de 21%, o que somado a poucas tendências dignas de apontamento negativo no trimestre, corrobora a nossa percepção da continuidade do bom momento do banco.

Para o setor bancário, o ano de 2023 tende a ser de acomodação, incluindo menor crescimento de carteiras e pressão sobre os custos, mas com receitas financeiras robustas graças ao ambiente de maiores juros compensando tais reveses, e não esperamos algo essencialmente diferente para o Itaú. A vantagem dele, em nossa visão, está na maior qualidade relativa da carteira de crédito, ainda que o segmento pessoa física, que não apenas foi de onde a maior parte do crescimento dos últimos anos veio, mas também de onde a maior inadimplência vem (e deve continuar) despontando, siga sendo o ponto a ser monitorado com maior escrutínio.

Apesar de algumas dinâmicas ligeiramente decepcionantes, como o fraco crescimento de receitas de serviços (exceto seguros), atribuído em nossa análise à desaceleração do crédito e das despesas não-juros, que cresceram acima da inflação no comparativo anual, temos poucos indícios de uma deterioração significativa na capacidade operacional do Itaú, neste momento.

BB Investimentos tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 30,20…

Bradesco BBI

O Bradesco BBI também vê que o Itaú apresentou um trimestre forte no 4T22. O destaque é que o banco continuou a beneficiar de fortes receitas financeiras com clientes. Enquanto as provisões foram significativamente impactadas provavelmente pelo caso Americanas, “o atual momento positivo do banco permitiu o provisionamento de 100%, evitando impactos em 2023”, avalia.

Entre os pontos negativos apontados pelo BBI, as taxas de serviços e despesas operacionais decepcionaram, parcialmente compensadas por um dado melhor no segmento de seguro. As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 10,4 bilhões 5,5% abaixo da expectativa da casa, com cartão de crédito e gestão de ativos mais fortes compensados por conta corrente e taxas de corretagem mais fracas. Por outro lado, o resultado de seguros ficou 13,7% acima da estimativa do BBI, puxado por um aumento nos prêmios ganhos e comissões/taxas devido ao aumento das vendas. Finalmente, as despesas operacionais atingiram R$ 14,6 bilhões, 1,9% acima da projeção da casa, refletindo os efeitos de um acordo coletivo de trabalho e processamento de dados.

BTG Pactual 

Enquanto o momento dos bancos não é positivo, os números do Itaú devem ser bem recebidos pelo mercado. Conforme sinalizado em nosso relatório de fevereiro de 2022, onde discutimos os resultados do 4T21, o Itaú parece ser o banco incumbente que está se preparando melhor para competir em um ambiente mais difícil.

Liderados por seu jovem e novo CEO Milton Maluhy, que está à frente de uma Transformação Digital Massiva do “velho banco”, estamos cada vez mais confiantes de que o Itaú continuará superando seus principais pares. Assim, reiteramos como uma das nossas Top Picks deste ano, ao lado de BBAS, BBSE e Cielo.

BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 35,00…

Credit Suisse

O Credit Suisse apontou que já tinha o Itaú como um dos seus top picks (preferidos) e enxerga que os resultados, assim como o guidance para 2023, são uma prova do poder de lucros e execução da companhia.

Os analistas do banco suíço reforçaram a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) no nome e acreditam que o desempenho operacional continuará a se distanciar de outros pares do setor privado.

“Nos resultados, a empresa entregou um retorno sobre o patrimônio líquido robusto de 19%, apesar de provisionar 100% para a exposição de Lojas Americanas, ao mesmo tempo em que apresentou bom desempenho de qualidade dos ativos no varejo”, aponta. O Credit ainda ressalta que, excluindo a provisão provável com o efeito Americanas, o lucro líquido gerencial teria sido de R$ 8,387 bilhões com um ROE de 21%, 1,1% acima da projeção do banco suíço.

Olhando para o ponto médio do guidance, o lucro líquido gerencial é 3% acima do esperado pelo Credit Suisse e em linha com o consenso.

Goldman Sachs 

O Goldman Sachs, por sua vez, aponta que os resultados foram mistos, pois a margem financeira continua forte e o banco agora está totalmente provisionado para o caso específico de Americanas, mas o crescimento dos empréstimos está diminuindo e o custo do risco deve permanecer elevado.

Goldman Sachs tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 30,00.

Inter 

O resultado do 4T22 do Itaú Unibanco foi positivo e retirando os efeitos de provisionamento de perda de crédito para o caso específico, teria sido acima das nossas expectativas, apresentando um lucro líquido de R$ 8,4 bilhões (+4% t/t e +4,2% Inter Research) e ROE de 21% (estável t/t e -0,8 p.p. Inter Research). Efetivamente o Itaú reportou um lucro líquido de R$ 7.668 milhões (+5,1% t/t e – 4,9% Inter Research) e ROAE de 19,3% (-1,7 p.p. t/t e -0,8 p.p. Inter Research).

O desempenho no trimestre foi pautado pelo bom resultado no NII com clientes, beneficiado pelo maior volume de crédito no período, além de melhor margem com passivos vindo da maior taxa de juros e maior saldo médio, apresentando também crescimento da carteira na América Latina. Na ponta positiva também observamos estabilidade na receita com serviços, que foi beneficiada pelo segmento de cartões dada a sazonalidade do período, que compensou a queda nas receitas com o banco de investimentos.

Além disso, o resultado com seguros avançou bem (11,4% t/t) com a boa evolução dos prêmios ganhos e receitas com previdência. Por outro lado, o custo do crédito subiu saindo de 3,8% no 3T22 para 4,4% no 4T22, devido ao maior provisionamento relacionado ao caso específico no Atacado no Brasil, que foi 100% provisionado gerando impacto de R$ 1.307 milhões no custo do crédito e R$ 719 milhões líquidos de impostos.

Entendemos como adequado o provisionamento do banco dado os elevados riscos de recuperação de crédito do caso, o que limpa o balanço para 2023 em relação ao caso. O índice de capital Tier I (utilizado pelo banco para política de distribuição de proventos) atingiu 13,5%, régua mínima para o banco pagar maiores dividendos. Portanto, caso haja contínua melhora do indicador e caso o banco ache adequado, podemos futuramente ter um maior nível de payout, que hoje está em 25%.

Inter tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 35,00…

XP Investimentos

A XP aponta ver os resultados do 4T22 do Itaú como sólidos, apesar do lucro líquido abaixo do esperado e impactado pelo considerável provisionamento de R$ 1,3 bilhão relacionado provavelmente o caso da Americanas).

“Do lado positivo, esta provisão equivale a 100% da exposição do banco à empresa e limpa os resultados de 2023 de qualquer impacto adicional”, avalia.

Esse revés momentâneo, que correspondeu a menos de 10% do seu Lucro Líquido, pressionou seu Retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) para 19,3%, uma queda de 0,9 ponto porcentual (p.p.) em um ano, e de 1,7 p.p. em três meses, que os analistas da XP ainda veem como positivo e com tendência de recuperação nos próximos trimestres.

“Como resultado, apesar de um lucro um pouco abaixo do esperado, vemos os números gerais do banco como robustos e reiteramos nossa visão positiva sobre o nome”, apontam os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães, que assinam o relatório.

Apesar da desaceleração no segmento de grandes empresas, o crescimento da carteira de crédito do Itaú manteve-se forte, crescendo 11% no ano no total e 14,2% na base anual no Brasil, avaliam.

Segundo Manda e Guimarães, a Margem Financeira (NII) continuou se destacando, atingindo R$ 25 bilhões no 4T22 (alta de 18% no ano), suportada pelo desempenho positivo da Margem Financeira com Clientes. Com isso, sua receita operacional totalizou R$ 37,9 bilhões no período (alta trimestral de 3,6% e anual de 13,2%).

Sua taxa de inadimplência aumentou marginalmente para 2,9% (alta de 10 pontos-base no trimestre), enquanto o índice de inadimplência no Brasil atingiu 3,4%, avanço trimestral de 20 pontos-base. Isso, aliado ao reconhecimento dos impactos decorrentes do evento subsequente relacionado ao caso específico (provavelmente Americanas), levou o banco a aumentar substancialmente a provisão no trimestre para R$ 9,8 bilhões, alta trimestral de 22,7%. Assim o índice de cobertura ficou em 212%, queda trimestral de 3 pontos percentual, o que a XP ainda considera como saudável.

Os resultados do Itaú Unibanco (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4) referente o quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 07/02/2023. Confira o relatório de análise gerencial da operação!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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