A Vamos reportou lucro líquido consolidado de R$ 169,1 milhões no primeiro trimestre de 2023, com alta de 38,8% frente igual período do ano passado, indicando mais um trimestre de alta.

A receita líquida somou R$ 1,682 bilhão no período de janeiro a março deste ano, aumento de 78% sobre a receita de R$ 945,2 milhões em igual período de 2022.

O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – consolidado totalizou R$ 659,2 milhões no 1T23, representando um crescimento de 82,3% comparado ao 1T22 (R$ 361,5 milhões). Na comparação com o 4T22, o aumento do indicador foi de 16,3%.

A empresa estreou na Bolsa em meados de 2019 com o racional de que vale mais à pena para grandes empresas locarem máquinas e equipamentos pesados do que os comprar. “Quem faz as contas percebe que alugar pode ser 30% mais barato que uma aquisição. Você renova a frota, diminui custos operacionais e libera capex em um momento de alto custo de capital”, reforça.

Neste sentido, chama a atenção que a receita líquida de locação superou a de concessionárias, que atua na venda de equipamentos seminovos, neste trimestre. Enquanto o faturamento da vertical de aluguel de máquinas cresceu 128,5%, para R$ 805,5 milhões, o segmento de vendas registrou R$ 794,8 milhões no período, crescimento de 37,5%.

“As incertezas de início de ano não nos impediram de registrar um bom resultado, conseguimos começar o ano mais forte”, aponta o CEO da Vamos, que anunciou também nesta quarta-feira a compra da DHL Tratores por R$ 93 milhões, sendo esta sua segunda aquisição no ano – a primeira foi a Tietê Veículos por R$ 331 milhões.

A companhia encerrou o trimestre com uma frota total de 45.055, sendo 35.529 caminhões e implementos e 9.526 máquinas e equipamentos, representando um mix de frota de 79%/21%, respectivamente. Esse total representa crescimento de frota de 51,9% em relação aos ativos no encerramento do 1T22 (29.669) e de 2,8% em relação ao encerramento do dezembro de 2022.

A Vamos avançou na ampliação e diversificação da nossa carteira de clientes, expandindo nossa capilaridade em diferentes setores da economia. Encerrou o primeiro trimestre de 2023 com aproximadamente 2.900 contratos, crescimento de 71,5% em relação ao 1T22, com base em uma carteira de clientes composta por cerca de 1.250 clientes, crescimento de cerca de 66,1% no período comparativo.

A receita futura contratada (backlog) de R$ 15,678 bilhões é 76,9% maior que o 1T22 e tem alta de 14,2% sobre o 4T22.

O estoque de ativos novos da Companhia em março/2023 somou R$ 2,984 bilhões, ratificando diretriz estratégica e forte perspectiva de crescimento:

  • O valor de mercado estimado desse estoque de ativos é 47,7% superior ao valor de aquisição, trazendo incremento na rentabilidade dos novos contratos;
  • Estoque novo: ativos “à pronta entrega” para novos contratos que ainda gerarão crescimento em 2023;
  • Com base no CAPEX contratado do primeiro trimestre de 2023, esse valor representa 4,3 meses de vendas de novos contratos
  • Ganho operacional – redução no prazo de implantação e de reconhecimento de receita.

A longo prazo, a Vamos afirma ter R$ 15,7 bilhões em receita futura contratada, o chamado backlog, com crescimento de 76,9% sobre o 1T22. O capex contratado, que é uma proxy de novos contratos, avançou 11% em um ano, para R$ 1,73 bilhão.

O estoque de ativos somou R$ 2,98 bilhões no primeiro trimestre, sendo R$ 496 milhões em implementação e R$ 2,49 bilhões para pronta entrega. Esse item, aponta Gustavo Couto, vem permitindo que a empresa consiga ampliar suas margens, uma vez que o valor de mercado dos ativos em estoque está 47,7% maior do que o valor de aquisição.

No segmento de Locação, a receita líquida de serviços totalizou R$ 584,6 milhões, crescimento de 90,9%, comparado ao primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o trimestre anterior, tivemos um aumento de 14,4%, comprovando a forte tendência de crescimento do nosso modelo de negócio com contratos de longo prazo (contrato padrão de 5 anos)

No Segmento de concessionárias atingimos R$ 794,8 milhões de receita líquida, representando alta de 37,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação com 4T22, houve aumento de 17,6% no indicador.

No segmento de seminovos, a receita líquida totalizou R$ 220,9 milhões no trimestre, crescimento de 376,9%, com margem bruta consolidada de 19,3% na venda dos ativos. Desconsiderando a participação da receita da transação intragrupo realizada no trimestre e divulgada ao mercado², a margem bruta das vendas a varejo somou cerca de 31,0%.

O Resultado Financeiro Líquido totalizou R$ 337,7 milhões, representando um aumento de 188,0% em relação ao 1T22. O aumento da despesa financeira líquida é derivada do aumento da taxa de juros (CDI), e do endividamento da Companhia.

“Conseguimos fazer comprar importantes entre 2021 e 2022 que nos permitem ter um ativo a um custo menor”, avalia o executivo. Com isso, o retorno sobre capital investido (ROIC, em inglês) avançou 5,1 pontos em um ano, para 19,4%, enquanto o retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu 0,4 ponto, a 22%.

A empresa encerra o primeiro trimestre com R$ 2,31 bilhões em posição de caixa, o que permitiria cobrir o endividamento até meados de 2025, afirma a Vamos. A alavancagem está em 3,23 vezes a dívida líquida pelo Ebitda, dentro de uma margem considerada saudável para empresas de capital, intensivo, como é o caso da Vamos.

“Nossos convenants [obrigações assumidas com credores atreladas a indicadores financeiros da empresa] são de 3,75 vezes e estamos seguros quanto a nossa disciplina financeira. Também fizemos a maior parte do capex necessário para os novos contratos”, reforça Couto.

O capex contratado totalizou R$ 1,734.6 bilhão em contratos de locação de longo prazo, no primeiro trimestre de 2023, crescimento de 10,6% na comparação com o mesmo período de 2022, e 71,9% em relação ao volume contratado no 4T22. Em linha com o que comentamos nos trimestres anteriores, o CAPEX contratado garante crescimento com efeito positivo nos resultados da Companhia ao longo dos próximos anos.

O executivo lembra que a empresa obteve R$ 641 milhões em setembro do ano passado por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-on) e que isso ajudou a reforçar o caixa neste momento de retração no mercado de crédito.

Neste trimestre, o CEO aponta ainda que R$ 2 bilhões foram levantados no mercado de dívida, sendo R$ 1,3 bilhão por meio da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e operações com bancos e cerca de R$ 700 milhões com a venda de outros recebíveis.

A despeito de um investimento de R$ 424 milhões anunciados neste início de segundo trimestre, Gustavo Couto afirma que a empresa tem ainda mais R$ 2 bilhões disponíveis em linhas de financiamentos em bancos de fomento com “condições bem melhores que a do mercado” que garantirão a liquidez da empresa ao longo do ano.

Em março de 2023, a dívida líquida encerrou em R$ 7.209,0 bilhões com alavancagem de 3,23x (dívida líquida/EBITDA), reforçando a disciplina da gestão financeira da Companhia com um balanço sólido para a continuidade do plano de crescimento. Encerramos o trimestre com uma sólida posição de caixa e aplicações financeiras de R$ 2,309 bilhões, suficiente para cobrir a dívida até meados de 2025, além da disposição de R$165 milhões em linhas compromissadas não sacadas.

Os resultados do Grupo Vamos (BOV:VAMO3) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 26/04/2023. Confira o Press Release completo!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão