Os economistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central (BC), reduziram as projeções para a inflação deste ano e para 2024. Eles mantiveram as estimativas para a taxa básica Selic, na primeira sondagem divulgada após o Comitê de Política Monetária do Banco Central manter a taxa em 13,75% na semana passada.

Inflação

No cenário de inflação, o IPCA de 2023 recuaram de 6,05% para 6,02%. O prognóstico para o índice em 2024 também foi reduzido de 4,18% para 4,16% e mantido em 4,00% para 2025 e 2026.

A previsão de inflação nos preços administrados – que são controlados por contrato ou pelo poder público- diminuiu de 10,73% para 10,70% em 2023, enquanto a projeção para a inflação medida pelo Indice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) caiu de 2,18% para 2,14%.

PIB

Em relação ao desempenho da economia brasileira, o Focus manteve o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 em 1%, mas foi cortada de 4,18% para 4,16% em 2024. Já em relação a 2025, a projeção foi mantida em 1,80%, enquanto, para 2026, seguiu em 1,80% pela quinta semana seguida.

O resultado primário equivale à diferença entre a receita e a despesa pública, sem considerar os gastos referentes à dívida do governo – como as despesas com o pagamento de juros.

A previsão para o resultado nominal – a diferença entre as receitas e as despesas do governo, inclusive aquelas relacionadas à dívida pública – foi de déficit de 7,80% do PIB, igual ao saldo negativo de 7,80% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2023 aumentou
para 60,70% do PIB, comparada à projeção de 60,55% do PIB da semana passada.

Para 2024, as instituições mantiveram a previsão de déficit primário em 0,80% do PIB, mesmo valor observado na semana passada.

A previsão para o resultado nominal foi de déficit de 7,00% do PIB, igual ao saldo negativo de 7,00% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida em 2024 aumentou para 64,10% do PIB, comparada à projeção de 64,00% do PIB da semana passada.

Juros (FX:BRASELIC)

No boletim divulgado hoje, estimativa para a Selic em 2023 permaneceu inalterada em 12,50% para este ano e em 10,00% em 2024, na décima segunda semana de manutenção. Para 2025, a taxa seguiu em 9%, mas voltou a subir em relação a 2026, passando de 8,88% para 9,00%.

Câmbio (FX:USDBRL)

No caso do câmbio, a projeção para o dólar foi mantida em R$5,20 em 2023 e em R$5,25 em 2024. Para 2025, as projeções foram revisadas de R$5,30 para R$5,25 e, para 2026, passaram de R$5,32 para R$5,30

Balança Comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão de superávit comercial em 2023 em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor observado na
semana passada. A balança comercial mede o resultado das vendas de bens ao exterior (exportações),
menos as compras de bens do exterior (importações).

A previsão para o saldo em conta corrente – que reúne os resultados das transferências e das balanças comercial, de serviços e de renda – foi de déficit de US$ 47,70 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 48,00 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2023 ficou estável em US$ 80.00 bilhões.

Para 2024, as instituições indicaram previsão de superávit comercial em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor observado na semana passada.

A previsão para o saldo em conta corrente foi de déficit de US$ 52,25 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 52,75 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2024 ficou estável em US$ 80,00 bilhões.

Entenda o Boletim Focus

O Boletim Focus é um relatório divulgado semanalmente pelo Banco Central do Brasil (BC ou BACEN).

Este relatório contem uma série de projeções sobre a economia brasileira coletadas junto a alguns dos principais economistas em atuação no país. Cerca de 100 (cem) analistas de mercado, representando as principais instituições financeiras do Brasil, opinam sobre a perspectiva futura de diversos indicadores de nossa economia.

O BACEN criou o Boletim Focus para poder acompanhar as impressões do mercado brasileiro sobre a inflação.

O relatório é confeccionado de segunda-feira a domingo, sendo divulgado sempre às segundas-feiras da semana seguinte à sua confecção.