O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu nomear o economista Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira (8).

O cargo de diretor de Política Monetária é considerado o segundo cargo mais importante do Banco Central, atrás apenas da presidência, ocupada desde o começo de 2018 por Roberto Campos Neto. Foi ocupado de 2019 a 2023 por Bruno Serra, que anteriormente havia trabalhado no Itaú como head da mesa de renda fixa.

Galípolo tem 40 anos e presidiu o banco Fator entre 2017 e 2021. Ele já foi professor da faculdade de Economia da PUC de São Paulo e deu aulas sobre parcerias público-privadas (PPP) na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).

Nas eleições deste ano, o economista foi o coordenador do plano de governo da campanha derrotada de Haddad para o governo de São Paulo. Também trabalhou como conselheiro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área econômica e foi um dos responsáveis por estabelecer contatos do presidente eleito com empresários e grandes nomes do mercado durante a campanha.

Na transição, ele participou do grupo técnico de infraestrutura, área considerada prioritária pelo presidente Lula.

Galípolo ganhou destaque entre os conselheiros de Lula por causa de sua visão a respeito da necessidade de um novo regime fiscal para o país.

Em diversas oportunidades, disse que o teto de gastos, a âncora fiscal em vigor atualmente, criada no governo Michel Temer (MDB), deveria ser revogado por já não funcionar mais – o governo de Jair Bolsonaro (PL) aprovou pelo menos três emendas à Constituição para fugir do teto, gastando quase R$ 800 bilhões por fora da regra.

O economista defende que um novo regime deve nascer a partir de diálogos com a sociedade. Na PEC da Transição foi incluído um dispositivo para obrigar o governo a propor um novo regime fiscal até agosto de 2023. O texto já foi aprovado pelo Senado e agora tramita na Câmara.

Executivo da Meta para a Fazenda

Para o lugar de Galípolo, Haddad escolheu o advogado Dario Durigan, que é desde 2020 o Head de Políticas Públicas do WhatsApp, aplicativo de mensagens que faz parte da Meta Holdings (META), de Mark Zuckerberg.

Durigan trabalhou com Haddad pouco mais de um ano na Prefeitura de São Paulo, como Assessor da Subchefia para Assuntos Jurídicos. Depois passou três anos como advogado sênior na Consultoria Jurídica da União em São Paulo, até se mudar para o WhatsApp no começo de 2020.

Com informações da Bloomberg Linea e Foto: Washington Costa/MF