Nesta sexta-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara, oficialmente, o fim da pandemia da covid-19. Por mais de três anos, desde março de 2020, o coronavírus SARS-CoV-2 e as suas inúmeras variantes, como Delta e Ômicron, foram taxados como uma emergência sanitária global. Neste período, mudanças impensáveis na vida de todas as pessoas foram adotadas para salvar vidas, como isolamento social e o uso de máscaras. Também ocorreu uma das maiores campanhas globais, em tempo real, pela vacinação.

“Com grande esperança, declaro o fim da covid-19 como uma emergência de saúde global”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em coletiva de imprensa. A decisão foi embasada nas análises do Comitê de Emergência, que se encontrou para discutir o cenário global da doença pela 15ª vez na quinta-feira (4).

O anúncio do fim da pandemia da covid-19 é um marco para a história recente da humanidade. Neste ponto, o diretor-geral da OMS lembra que a doença “virou nosso mundo de cabeça para baixo”. Nas estatísticas oficiais, são pelo menos 7 milhões de mortes associadas ao coronavírus, “mas sabemos que o número é várias vezes maior — pelo menos 20 milhões”, pontua.

Tedros também recorda que a doença pandêmica “causou grande agitação social, com fronteiras e escolas fechadas, e milhões de pessoas experimentando a solidão, o isolamento, a ansiedade e a depressão”.

Em outro campo, a doença expôs “falhas políticas, dentro e entre as nações”, acrescenta. Além disso, “erodiu a confiança entre pessoas, governos e instituições, alimentada por uma torrente de desinformação e desinformação”, detalha o diretor-geral da OMS.

Por fim, a pandemia da covid-19 também “revelou as desigualdades gritantes do nosso mundo, com as comunidades mais pobres e vulneráveis sendo as mais atingidas e as últimas a receber acesso a vacinas e outras ferramentas”, defende.

Embora a decisão deva ser comemorada, é preciso pontuar: o fim da pandemia não implica no desaparecimento do vírus da covid-19. Na semana passada, a doença ainda matava uma pessoa a cada três minutos e milhares de pessoas continuam a ser internadas para tratar a infecção. Em paralelo, alguns indivíduos aprendem a conviver com as sequelas duradouras da doença, a covid longa.

“Este vírus veio para ficar. Ainda está matando e ainda está mutando. Permanece o risco de surgirem novas variantes que causam novos surtos de casos e mortes”, acrescenta o diretor-geral da OMS. Por isso, os sistemas construídos para conter a pandemia devem ser adaptados para a nova realidade, incluindo os grupos de cientistas que investigam as mutações do coronavírus.

“O que esta notícia significa é que é a hora dos países fazerem a transição do modo de emergência para o de gerenciamento da covid-19 junto com outras doenças infecciosas”, finaliza Tedros.

No Brasil, a pandemia do novo Coronavírus, que nesta sexta-feira (5) teve retirada o fim da emergência munidal, já matou mais de 700 mil pessoas. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na terça-feira (2), ao todo, são 701.833 vidas perdidas para a doença em território nacional.  Foram contabilizados 37.487.971 diagnósticos confirmados.

Já sob o novo governo, o ministério parou de informar diariamente o número de casos e mortes por covid. Os dados são divulgados semanalmente – dividindo por semanas epidemiológicas. A última, terminada em 29 de abril, é a 15ª com menos mortes registradas desde o início da pandemia.

por hoje em dia, canaltech