O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE subiu 0,4 ponto em maio, para 91,5 pontos, compensando a queda de 0,3 ponto no mês anterior. Após alcançar o menor nível do ano em janeiro (88,6 pts), o índice parece acomodar neste patamar baixo, ainda distante do nível considerado neutro, dos 100 pontos.

“A discreta alta da confiança empresarial em maio parece representar muito mais uma acomodação do índice no patamar em torno dos 91 pontos que o início de uma tendência de alta. Houve alguma melhora das expectativas no horizonte de três meses, mas o persistente pessimismo com o rumo dos negócios no horizonte mais longo, de seis meses, e a piora das percepções sobre a situação atual impedem uma leitura mais favorável dos números agregados. Os setores mais cíclicos da economia continuam, portanto, em ritmo morno e em compasso de espera. Com a diminuição do pessimismo no Comércio, os indicadores de confiança setoriais estão mais próximos entre eles, com a Construção registrando o maior nível e o Comércio ainda na pior situação”, avalia Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE.

A alta da confiança empresarial em maio foi determinada pela melhora de 2,0 pontos do Índice de Expectativas (IE-E), que atingiu 93,4 pontos, o melhor resultado desde outubro de 2022 (95,9 pts.). Este resultado deve ser interpretado com certa cautela já que o indicador que mede as expectativas no horizonte de seis meses caiu no mês para 90,5 pontos, ficando abaixo do nível dos indicadores que medem o otimismo três meses à frente, como o de Demanda (91,9) e o de Emprego (94,9). Já o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) caminhou em sentido contrário ao do IE-E e recuou 1,1 ponto, passando a 91,1 pontos.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

Em maio, os índices de confiança do Comércio e Serviços subiram 3,7 e 0,5 pontos, respectivamente, influenciados pela melhora das expectativas e, somente no caso do Comércio, também da percepção sobre a situação atual. Indústria e Construção caminharam em sentido oposto e recuaram no mês, com piora tanto na percepção da situação corrente quanto das expectativas para os próximos meses. O destaque fica para a reversão de parte do pessimismo que se espalhava pelo Comércio. Com a alta em maio, o IE-COM recupera quase 70% da queda registrada no mês anterior.

Em maio, a confiança empresarial subiu em 39% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação inferior à observada no mês anterior.