O Ibovespa operava estável impulsionado pela Petrobras e Suzano, enquanto a Vale impedia maiores ganhos. Investidores ainda repercutem as últimas decisões de pausa nos juros nos EUA e de nova alta nos europeus.
Por volta das 13h20, o Ibovespa operava estável, segurando os 119 mil pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$18,7 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
A Petrobras PN subia 1,46%, seguindo a valorização de 2,28% do petróleo Brent. O movimento da commodity é impulsionado pelo crescimento da produção das refinarias chinesas em maio, a segunda maior expansão já registrada.
Há poucos instantes, a Petrobras anunciou um corte de R$0,13 por litro no preço da gasolina para as distribuidoras, que passa a valer a partir de amanhã.
A Vale ON, por outro lado, caía 0,10% e pressionava o Ibovespa, impedindo a maior valorização do índice. A mineradora corrigia o desempenho de ontem, apesar da alta de 1,43% do contrato do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian na madrugada.
Os destaques positivos eram das ON da Suzano, da Hapvida e as PNA da Braskem, que subiam 4,05%, 3,02% e 4,30%, na sequência.
As ações da Hapvida (HAPV3) estão entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 3,49% (R$ 4,45). Participante do mercado dizem que a procura pelos papéis ainda é reflexo da perspectiva mais otimista apresentada pela companhia durante o chamado Hapvida Day, realizado ontem, com destaque para os esforços no reajuste de preços. No mesmo setor, Qualicorp (QUAL3) avança 1,23% (R$ 4,95) e Rede D’Or (RDOR3) +1,71% (R$ 33,91).
Os papéis da Braskem (BRKM5), que chegaram a liderar as altas do Ibovespa na abertura, subindo até 5,59%, reduziram a alta e agora avançam 2,38% (R$ 28,36). Analistas lembram que há muita especulação a respeito da venda da participação da Novonor na petroquímica.
Na ponta negativa, pesam sobre o Ibovespa as ON da B3, da Ambev e da Eletrobras, que caíam 1,97%, 1,04% e 0,81%, respectivamente. Entre as maiores quedas percentuais figuravam as ON da Cielo, da Arezzo e da Multiplan, que perdiam 1,97%, 1,63% e 1,62%, respectivamente.
Os papéis da Oi recuam nesta quinta-feira, um dia depois de a tele ter apresentado, de forma bastante atrasada, seus resultados do 1TRI, que foram considerados fracos pelo mercado. A Ativa Investimentos reduziu o preço-alvo da ação ON de R$ 1,40 para R$ 1, mantendo recomendação de venda.
“A companhia apresentou mais um resultado fraco, abaixo das nossas expectativas. A companhia não mostra sinais de melhoras e se encontra em uma situação extremamente complicada, com uma dívida líquida de R$ 20,9 bilhões e sem geração de caixa”, disse a corretora em relatório.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o setor de Serviços teve contração em abril, no comparativo mensal, pressionado pelas atividades ligadas a transportes. No comparativo anual, o setor ainda mostra crescimento, completando 26 meses consecutivos de expansão.
EXTERIOR
Em Wall Street, os principais índices acionários operavam em alta, com o S&P500 e o Nasdaq caminhando para registrar o sexto pregão consecutivo de alta. Investidores repercutem a decisão de ontem do Federal Reserve de pausar o aperto monetário nos Estados Unidos e o aumento de 0,25 pontos-base nos juros da Zona do Euro promovido pelo Banco Central Europeu nesta manhã.
Perto das 12h30, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 avançavam 1,04%, 0,76% e 0,59%, respectivamente. O S&P500 caminha para registrar a maior sequência de ganhos consecutivos desde novembro de 2021.
No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez anos recuavam 4,8 pbs, a 3,744%, e os de dois anos – mais sensíveis à política monetária – caíam 1,6 pbs, a 4,671%.
Ontem, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) manteve a taxa de juros americana inalterada no patamar entre 5,0% e 5,25%, em linha com o consenso. Em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão, no entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central dos EUA estará atento a todos os dados econômicos das seis semanas até a próxima reunião do FOMC, em julho.
Os principais mercados europeus fecharam majoritariamente em queda depois que o BCE elevou as taxas de juros em 25 pb e sinalizou mais aperto à frente, já que as pressões inflacionárias persistem. Saiba mais…
Investidores também digerem dados mistos de atividade econômica dos EUA divulgados nesta manhã.
A produção industrial americana permaneceu lenta em maio, caindo -0,20% sobre abril, ante consenso de avanço de 0,10%. Já as vendas no varejo de maio nos EUA aumentaram 0,3% na base mensal, ante consenso de -0,10%, sinalizando uma demanda resiliente do consumidor diante de crescentes desafios econômicos. Já os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego atingiram 262 mil, acima do consenso de 249 mil.
JUROS
As taxas dos contratos de juros futuros no Brasil operavam majoritariamente em alta, em ajuste após recuarem acentuadamente ontem. Investidores digerem a possibilidade de altas futuras na taxa de juros americana, após sinalizações do Fed, apesar de a autarquia ter paralisado ontem o aperto monetário nos EUA.
Por volta das 12h30, os DIs com vencimentos em Jan/25 e Jan/27 avançavam, respectivamente, 3,0 pontos-base e 4,5 pbs, a 11,10% e 10,57%. A exceção era o contrato para Jan/24, que recuava 1,5 ponto-base, a 13,00%.
Na outra ponta, os vértices para Jan/29 e Jan/31 subiam 6,0 pbs e 7,0 pbs, a 10,91% e 11,13%, respectivamente.
A hipótese de novas altas residuais nos juros americanos ocorreria em caso de projeções mais pessimistas para a inflação e para a atividade econômica americana, conforme sinalizou o presidente do Fed ontem. Caso este cenário se concretize, o carry em relação ao Brasil diminuiria, o que poderia levar a uma migração de investimentos para os EUA.
A abertura da curva dos DIs passou a operar perto da estabilidade por volta das 10h40, depois do anúncio da oferta reduzida de títulos públicos prefixados em leilão do Tesouro. Com a oferta menor, a hipótese de corte da Selic em breve é reforçada, o que levou à desaceleração da alta dos vértices. No entanto, as taxas recuperaram o fôlego e voltaram a subir na mesma medida que na abertura.
CÂMBIO
O dólar oscilava e renovava as mínimas em mais de um ano frente ao real. A moeda americana perdia força perante a maior parte de seus pares na sessão de hoje. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar se depreciava diante de 16.
Por volta das 12h30, o dólar caía 0,22% ante o real, a R$4,8058. Já o dólar futuro tinha queda de 0,26%, negociado a R$4,820.
A moeda americana caiu mais de 1% ontem, encerrando em R$4,8180, no menor patamar desde 1 de junho de 2022. A queda acentuada do dólar ocorreu após a agência de classificação de risco S&P revisar de “estável” para “positiva” sua perspectiva para a economia brasileira, atraindo investidores e, consequentemente, o fluxo de capitais.
Na sessão de hoje, o real chegou a se valorizar mais de 20% ao longo da manhã e a taxa de câmbio foi para R$4,80, renovando as mínimas.
Também perto das 12h30, o Índice DXY – que mede a variação do dólar americano diante de seus pares fortes e líquidos – caía 0,64%, aos 102.341 pontos, refletindo o sentimento de menor aversão ao risco que ocorre no mercado nesta quinta-feira.
Com informações do TC e BDM