Em uma jornada histórica nesta quinta-feira (29), uma equipe composta por três homens da Itália voou mais de 80 quilômetros acima do deserto do Novo México a bordo de um foguete da Virgin Galactic (NYSE:SPCE). Esse marco representa o primeiro voo comercial da empresa para clientes pagantes desde sua fundação em 2004 pelo bilionário britânico Richard Branson.

Os três membros da tripulação, que incluíam dois oficiais da força aérea italiana e um engenheiro aeroespacial do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, embarcaram em uma curta jornada suborbital junto com três tripulantes da Virgin Galactic. Dois dos tripulantes pilotaram o veículo VSS Unity, que foi lançado a uma grande altitude a partir da barriga de seu avião transportador de fuselagem dupla.

Após cerca de 75 minutos desde a decolagem, a nave espacial Unity retornou com segurança ao ponto de partida no Spaceport America, um complexo estatal próximo à cidade apropriadamente chamada Truth or Consequences, no Novo México, onde a Virgin Galactic aluga parte das instalações.

Esse voo marca um avanço significativo para a Virgin Galactic Holding Inc, inaugurando finalmente o serviço comercial após quase 20 anos de contratempos no desenvolvimento. A empresa foi fundada por Branson e pelo renomado magnata aeroespacial Burt Rutan, como resultado da competição Ansari X Prize de 2004, vencida pelo avião espacial experimental de Rutan, precursor do projeto SpaceShipTwo da Unity.

Com o lançamento comercial da Virgin Galactic, a empresa se junta a outras empresas, como a Blue Origin de Jeff Bezos e a SpaceX do bilionário Elon Musk, atendendo a clientes ricos que estão dispostos a pagar grandes quantias para vivenciar a velocidade supersônica de foguetes, a microgravidade e a visão da curvatura da Terra do espaço.

Os três homens planejaram coletar dados biométricos, medir o desempenho cognitivo e estudar como certos líquidos e sólidos se comportam em condições de microgravidade.

Além do aspecto científico, o voo também fazia parte do treinamento de astronauta do coronel da Força Aérea italiana Walter Villadei, que busca se preparar para uma futura missão na Estação Espacial Internacional. A equipe italiana foi composta pelo tenente-coronel Angelo Landolfi, médico e cirurgião de voo, e Pantaleone Carlucci, membro do conselho de pesquisa e especialista em carga útil.

Completando a tripulação estavam o instrutor de astronautas da Virgin Galactic, Colin Bennett, e os dois pilotos da Unity, Michael Masucci e Nicola Pecile.

Durante o voo, a nave espacial Unity foi lançada de seu avião transportador e atingiu uma altitude de quase 52,9 milhas (85,1 km), proporcionando à tripulação alguns minutos de ausência de peso antes de iniciar sua descida de volta à Terra.

Esse voo representa um marco significativo para a Virgin Galactic, que busca estabelecer-se no setor emergente do turismo espacial. Com uma carteira de pedidos já reservada para cerca de 800 clientes, a empresa planeja construir uma frota maior para acomodar até 400 voos anualmente.

No entanto, à medida que as empresas de turismo espacial avançam, a definição de um verdadeiro voo espacial e as altitudes alcançadas também se tornam um fator importante na comparação entre elas. Enquanto a Virgin Galactic alcançou cerca de 52,9 milhas, a Blue Origin de Jeff Bezos superou a marca de 62 milhas (100 km), considerada a linha de Karman, que define a fronteira entre a atmosfera e o espaço da Terra.