A produção industrial do Brasil variou 0,3% em maio frente a abril, na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2022, na série sem ajuste, a indústria avançou 1,9%. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, houve redução de 0,4% e, em 12 meses, variação nula (0,0%). A média móvel trimestral foi de 0,3%.

Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (04).

A produção industrial, ao assinalar variação de 0,3% em maio de 2023, volta a crescer após recuar 0,6% em abril. Houve disseminação de taxas positivas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 ramos industriais pesquisados. Com isso, o setor industrial se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Entre as atividades, as influências positivas mais importantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%) e máquinas e equipamentos (12,3%), com a primeira marcando o quarto mês consecutivo de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 15,0%; a segunda voltando a crescer após acumular perda de 2,6% nos meses de abril e março últimos; e a terceira eliminando parte do recuo de 11,7% registrado no mês anterior. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de indústrias extrativas (1,2%), de produtos de metal (6,1%), de outros equipamentos de transporte (10,2%), de metalurgia (2,1%), de produtos diversos (6,6%) e de couro, artigos para viagem e calçados (4,9%).

Por outro lado, entre as seis atividades que apontaram redução na produção, produtos alimentícios (-2,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%) exerceram os principais impactos em maio de 2023, com a primeira marcando o quinto mês consecutivo de queda na produção, período em que acumulou perda de 9,7%; e a segunda intensificando o recuo de 0,4% assinalado em abril último.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (9,8%) e bens de capital (4,2%) assinalaram os avanços mais intensos em maio de 2023, com ambas voltando a crescer após recuarem no mês anterior: -4,5% e -11,8%, respectivamente. O segmento de bens intermediários (0,1%) também mostrou resultado positivo nesse mês e marcou o quarto mês seguido de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 1,9%.

Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%) teve o único recuo em maio de 2023, eliminando o crescimento de 0,9% registrado no mês anterior.

Média móvel trimestral teve variação de 0,3% no trimestre encerrado em maio

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da indústria mostrou variação positiva de 0,3% no trimestre encerrado em maio de 2023 frente ao nível do mês anterior, após também avançar em abril (0,1%) e em março (0,2%) últimos.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os bens de consumo duráveis (2,5%) assinalaram a taxa positiva mais acentuada em maio de 2023 e interromperam três meses consecutivos de queda, período em que acumularam perda de 1,3%. O setor produtor de bens intermediários (0,5%) também apontou crescimento nesse mês e manteve a trajetória ascendente iniciada em fevereiro deste ano.

Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) mostrou o único resultado negativo em maio de 2023 e eliminou a variação positiva de 0,1% registrada em abril último. O setor produtor de bens de capital assinalou variação nula (0,0%) nesse mês, após recuar 1,5% em abril e avançar 1,2% em março, quando interrompeu a trajetória descendente iniciada em maio de 2022.

Frente a maio de 2022, a indústria avança 1,9%

Na comparação com maio do ano passado, a indústria avançou 1,9% em maio de 2023, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 9 dos 25 ramos, 38 dos 80 grupos e 43,9% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que maio de 2023 (22 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (22).

Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de indústrias extrativas (12,0%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,1%) e produtos alimentícios (5,8%), impulsionadas, principalmente, pela maior produção dos itens óleos brutos de petróleo e minérios de ferro, de manganês e de cobre, na primeira; álcool etílico, óleo diesel, gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo (GLP) e óleos combustíveis, na segunda; e açúcar VHP e cristal, carnes de suínos e de bovinos frescas ou refrigeradas, sucos concentrados de laranja, leite condensado, filés e outras carnes de peixes frescos, refrigerados ou congelados, carnes e miudezas de aves congeladas, rações e café torrado e moído, na terceira.

Vale destacar também as contribuições positivas de outros equipamentos de transporte (23,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,8%) e impressão e reprodução de gravações (18,8%).

Por outro lado, ainda na comparação com maio de 2022, entre as 16 atividades com redução na produção, produtos químicos (-6,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-16,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,6%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria. Outros impactos negativos importantes foram assinalados por confecção de artigos do vestuário e acessórios (-9,6%), produtos de madeira (-15,3%), produtos de minerais não metálicos (-6,2%), produtos de metal (-4,4%), máquinas e equipamentos (-3,0%) e bebidas (-3,3%).

Segmento de bens de consumo duráveis avança 11,1% frente a maio de 2022 

Entre as grandes categorias econômicas, ainda ante igual mês de 2022, o setor de bens de consumo duráveis (11,1%) assinalou, em maio de 2023, a expansão mais acentuada. Os segmentos de bens intermediários (3,1%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) também mostraram resultados positivos nesse mês, com o primeiro apontando avanço mais intenso do que o observado na média da indústria (1,9%); e o segundo registrando o crescimento mais moderado entre as categorias econômicas. Por outro lado, o setor produtor de bens de capital, ao recuar 11,6%, assinalou a única taxa negativa nesse mês.

O setor produtor de bens de consumo duráveis cresceu 11,1% em maio de 2023 frente a igual período do ano anterior, quinta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. Nesse mês, o setor foi impulsionado, em grande medida, pela expansão na fabricação de automóveis (16,6%). Vale citar também os avanços registrados pelos grupamentos de eletrodomésticos da “linha marrom” (13,0%) e da “linha branca” (3,4%), de outros eletrodomésticos (25,8%) e por motocicletas (21,0%). Por outro lado, o grupamento de móveis (-5,6%) assinalou o principal impacto negativo.

A produção de bens intermediários subiu 3,1% no índice mensal de maio de 2023, interrompendo, dessa forma, cinco meses consecutivos de queda nesse tipo de comparação.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis mostrou avanço de 0,9% em maio de 2023, após recuar 0,2% em abril, quando interrompeu quatro meses consecutivos de crescimento na produção.

O setor produtor de bens de capital mostrou queda de 11,6% em maio de 2023 frente a igual período do ano anterior, nona taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação.

Acumulado do ano tem redução de 0,4%

No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou redução de 0,4%, com resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 45 dos 80 grupos e 54,8% dos 789 produtos pesquisados.

Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por produtos químicos (-7,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,4%), produtos de minerais não metálicos (-9,1%), produtos de madeira (-18,6%), máquinas e equipamentos (-5,5%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,4%).

Vale destacar também as contribuições negativas de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-9,7%), de metalurgia (-3,7%), de produtos de metal (-3,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,5%) e de produtos diversos (-6,9%).

Por outro lado, ainda na comparação com maio de 2022, entre as 11 atividades que apontaram expansão na produção, indústrias extrativas (4,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (15,2%) e produtos alimentícios (2,0%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os cinco primeiros meses de 2023 mostrou menor dinamismo para bens de capital (-9,6%), pressionada, em grande parte, pelas reduções observadas na fabricação de bens de capital para energia elétrica (-27,0%), para fins industriais (-8,4%) e para equipamentos de transporte (-5,3%). O setor produtor de bens intermediários (-1,0%) também assinalou resultado negativo e com perda mais intensa do que a verificada na média da indústria (-0,4%).

Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis (7,8%) apontou a maior alta nos cinco primeiros meses de 2023, impulsionado pela maior produção de automóveis (8,3%), de eletrodomésticos (13,7%) e motocicletas (18,5%). O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (2,2%) também mostrou crescimento no indicador acumulado no ano.