O índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE recuou 1,6 ponto em setembro para 92,2 pontos. Em médias móveis trimestrais também houve queda de 0,7 ponto, sendo a primeira depois de cinco altas consecutivas.
“A confiança do comércio voltou a cair em setembro, mantendo a volatilidade dos últimos meses. A piora ocorreu tanto nas avaliações sobre o momento atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses, mas chama a atenção a terceira queda consecutiva na percepção sobre a demanda atual. A dificuldade de manter a trajetória positiva dos últimos meses parece estar relacionada a desaceleração da confiança dos consumidores e também pelo tempo que o efeito da melhora das variáveis macroeconômicas, como a redução de juros, vai levar para refletir na atividade do setor”, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
A queda do ICOM em setembro foi disseminada em 4 dos 6 principais segmentos do setor e nos dois horizontes temporais. O índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,4 ponto, para 94,2 pontos, o menor patamar desde maio desse ano (90,1 pontos). Entre os indicadores que compõem o ISA-COM, a queda foi influenciada pelo que mede o volume de demanda no momento presente, que caiu 1,1 ponto.
No mesmo sentido, o indice de Expectativas (IE-COM) cedeu 2,7 pontos, para 90,5 pontos, influenciado pela queda de 5,1 pontos do indicador que mede a Tendência dos Negócios para os próximos seis meses, que havia subido 8,0 pontos no mês anterior.
Evolução trimestral da confiança do comércio
Mesmo com a oscilação da confiança do comércio dos últimos meses, o ICOM médio do terceiro trimestre ficou 4,2 pontos acima da média do trimestre imediatamente anterior. Pelo lado do ISA-COM, esse foi o segundo trimestre consecutivo de alta, mas já se observa uma desaceleração no ritmo de crescimento. E pelo lado das expectativas, houve avanço de 4,7 pontos nessa métrica trimestral, o primeiro resultado positivo desde o terceiro trimestre de 2022. “Essa primeira alta do IE-COM trimestral parece estar muito ligada aos primeiros sinais positivos do ambiente macroeconômico, como início do ciclo de redução de juros e inflação desacelerando, mas ainda é preciso cautela dado o patamar baixo do índice”, completa Tobler.