A Petrobras está em negociações com instituições financeiras chinesas para financiar sua expansão em exploração de petróleo em águas profundas, ilustrando o aprofundamento das relações entre a estatal e a economia que é a segunda maior do mundo.
Localizada no Rio de Janeiro, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) tem realizado encontros com bancos da China para discutir possíveis empréstimos, não só para a empresa mas também para seus fornecedores de serviços e equipamentos, como informou o CFO Sergio Caetano Leite. O objetivo é assegurar capital suficiente para projetos de petróleo no Atlântico Sul do Brasil.
Essa iniciativa vem à luz quando Luiz Inácio Lula da Silva procura investimentos da China para realizar seus planos ambiciosos de revitalizar a economia brasileira. A China já é o maior comprador dos produtos brasileiros, absorvendo aproximadamente um terço de todas as exportações do país.
Conforme as palavras de Leite, a Petrobras está em um processo de expansão acelerada e pretende assegurar que seus fornecedores sejam capazes de acompanhar esse ritmo de crescimento. Muitos dos FPSOs (navios de produção, armazenamento e descarga flutuantes) da Petrobras são construídos em estaleiros chineses, o que facilita a obtenção de empréstimos chineses para essas embarcações, que podem chegar a custar até US$ 3,5 bilhões cada.
Os bancos da China já detêm mais de um quarto dos empréstimos da Petrobras, e essa porcentagem deve crescer, embora a empresa pretenda manter a dívida total abaixo de US$ 65 bilhões. Recentemente, acordos foram firmados com o Banco de Desenvolvimento da China e o Banco da China, e encontros com outras instituições, como Sinosure e ICBC, também foram realizados. Além disso, a Petrobras tem planos para abrir uma filial na China no próximo ano.
Leite enxerga os países do Oriente Médio como atores essenciais na transição energética e menciona que a Petrobras destinará até 15% de seus investimentos totais para projetos de energia renovável, procurando parceiros para dividir os custos.
Em resumo, a aproximação entre Petrobras e instituições financeiras chinesas reflete não só a crescente interdependência econômica entre Brasil e China, mas também sinaliza importantes mudanças estratégicas e alianças no cenário energético global.