A Birkenstock iniciou sua estreia no mercado acionário americano com uma queda de 11% em relação ao preço inicial de sua oferta pública, gerando especulações sobre a cautela dos investidores em relação à empresa. Na abertura na Bolsa de Valores de Nova York, as ações da tradicional fabricante alemã de sandálias, com 250 anos de história, foram negociadas a US$ 41, contrastando com o valor IPO de US$ 46 por ação. Esta abertura avalia a empresa em cerca de US$ 8,32 bilhões.
A L Catterton, grupo de investimentos privados apoiado pelo magnata Bernard Arnault e seu conglomerado de luxo, Louis Vuitton Moet Hennessy (LVMH), adquiriu uma participação majoritária na Birkenstock no ano passado, quase duplicando sua avaliação inicial.
Outras empresas, como o designer de chips Arm Holdings, o app de entregas Instacart e a plataforma Klaviyo, tiveram uma estreia robusta recentemente. Porém, desde então, suas ações têm experimentado certa retração, trazendo incertezas para o panorama dos IPOs.
Ao final da última terça-feira, as ações da Instacart estavam 10% abaixo do preço de IPO, enquanto Arm e Klaviyo mostraram-se mais estáveis, finalizando 9% e 16% acima dos preços de IPO, respectivamente.
Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, comenta: “Há uma aparente hesitação dos investidores sobre o futuro da marca.”
Apesar de ter arrecadado US$ 1,48 bilhão no IPO, a oferta foi precificada de forma cautelosa devido às incertezas do mercado, mesmo com a demanda potencialmente justificando um valor mais alto.
A Birkenstock, além de sua história secular, tem ganhado destaque na cultura popular. A atriz Margot Robbie, por exemplo, usou um modelo da marca no filme “Barbie”. No entanto, o apelo cultural pode não ser suficiente para atrair certos investidores, pelo menos por enquanto.
Tommy Tranfo, do fórum StockTwits, argumenta: “Muitos IPOs e SPACs recentes decepcionaram investidores, o que levou a um padrão de esperar para ver como as coisas se desenrolam.”
A Birkenstock, fundada em 1774, permaneceu sob gestão familiar por seis gerações antes da venda majoritária à L Catterton. Após o IPO, o grupo de investimento ainda detém cerca de 83% da empresa. Nos últimos tempos, a marca tem estabelecido parcerias com grifes de luxo como Dior e Manolo Blahnik. No entanto, apesar de um aumento de 21% nas receitas recentes, o lucro líquido da empresa viu uma redução de 20%.