Em setembro de 2023, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,6%, frente a agosto, na série com ajuste sazonal. No mês passado, a variação havia sido de -0,1%. A média móvel trimestral variou 0,4% no trimestre encerrado em setembro.
Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista subiu 3,3% frente a setembro de 2022, quarto avanço seguido. O acumulado no ano chegou a 1,8% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,7%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas variou 0,2% na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral ficou estável (0,0%). Na série sem ajuste sazonal, o varejo ampliado cresceu 2,9%, acumulando no ano alta de 2,4% e de 1,6% em 12 meses.
Em setembro, o comércio varejista brasileiro cresceu 0,6% na comparação com o mês anterior, após a variação negativa registrada em agosto (-0,1%). A alta de setembro repete o padrão de variação de baixa amplitude nessa comparação ao longo de 2023: desde fevereiro o indicador tem registrado variação na faixa de -0,6% (maio) até 0,7% (março e julho). Com isso, a diferença do nível de vendas em setembro de 2023 para o pico da série histórica (outubro de 2020) é de -1,5%.
Cinco das oito atividades recuaram, na série com ajuste sazonal
Em setembro de 2023, na série com ajuste sazonal, houve taxas negativas em cinco das oito atividades: Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,1%).
Por outro lado, em setembro, houve altas em três dos oito grupamentos pesquisados: Móveis e Eletrodomésticos (2,1%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,6%), e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria (0,4%).
No comércio varejista ampliado, o setor de Veículo e motos, partes e peças recuou 0,9% e o de Material de construção caiu 2,0%.
Quatro atividades do varejo avançaram frente a setembro de 2022
Em relação a setembro de 2022, quatro dos oito setores investigados avançaram: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (5,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e Móveis e eletrodomésticos (2,0%).
Outras quatro recuaram na mesma comparação: Livros, jornais, revistas e papelaria (-18,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,1%), Combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e Tecidos, vestuário e calçados (-2,6%).
No comércio varejista ampliado, o setor de Veículos e motos, partes e peças cresceu 8,9%, enquanto o de Atacado especializado de produtos alimentícios bebidas e fumo avançou 7,0% e o de Material de construção caiu 5,6%.
A atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 7,5% na comparação de setembro de 2023 com o mesmo mês do ano anterior. Esse foi o 14º mês consecutivo em que o setor apresenta crescimento (o último mês a apresentar taxa negativa foi julho de 2022: -0,3%). No ano até setembro, o acúmulo é positivo em 3,6%, acima do resultado anterior (3,1% até agosto). Nos últimos 12 meses, o resultado também é de ganhos e em crescimento: 3,0% até agosto contra 3,3% até setembro.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registrou crescimento pelo sétimo mês consecutivo, na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior (o último mês a apresentar variação no campo negativo foi fevereiro de 2022: -0,5%). Para o indicador acumulado do ano, o resultado em setembro de 2023 foi de 3,7% no mesmo patamar que os ganhos acumulados até agosto (3,5%). Nos últimos 12 meses, o resultado até setembro de 2023 foi de 3,8%, indicando ritmo similar de crescimento desde fevereiro de 2023, variando na faixa de 3,7% (fevereiro) até 4,0% (março e abril).
O setor de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação registrou, em setembro, aumento de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2022, terceiro consecutivo no campo positivo após variação no campo negativo em junho: -8,8% em junho, 6,8% em julho e 6,3% em agosto. O acumulado do ano soma 1,2% até setembro, acima do 0,9% até agosto. Nos últimos 12 meses, o resultado foi de 1,5%, sendo o de menor amplitude, no campo positivo, desde junho de 2023: 0,8% em junho, 1,4% em julho e 1,5% em agosto.
Para o setor de Móveis e eletrodomésticos, a comparação mês contra mesmo mês do ano anterior indica crescimento em setembro de 2023 (2,0%) após queda de 1,2% em agosto. No ano, a atividade registra ganhos e 1,1% até setembro, mesmo patamar apresentado até agosto (1,0%) e abaixo do acumulado até julho (1,4%). Nos últimos 12 meses, o resultado é positivo na leitura até setembro (1,0%) e até agosto (0,4%), invertendo trajetória de perdas acumuladas, nesse indicador, que vinha sendo observada por 22 meses consecutivos
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria recuou -18,3% ante setembro de 2022. Com isso, o setor contabiliza oito meses consecutivos de queda em termos interanuais. A última alta foi em janeiro de 2023 com 18,3% abaixo de janeiro de 2022). No ano, até setembro, o setor acumula perdas de 4,1%, contra -2,5% até agosto, indicando intensificação de ritmo de queda. Nos últimos 12 meses, as perdas ficaram em 2,2% até setembro, invertendo resultado até agosto: ganhos de 1,0% em relação aos doze meses anteriores.
Já o segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico registra, em setembro de 2023, seu 17º mês consecutivo de queda, na comparação interanual: -9,1%. Os 17 meses ininterruptos de resultados negativos, até setembro, representam a maior série de quedas dentre todos os oito setores do varejo e os onze do varejo ampliado. Tais resultados evidenciam o fechamento de lojas físicas que vem acontecendo desde o fim de 2022, por conta da crise contábil de grandes empresas do setor. Resultado é de queda também tanto para o acumulado do ano (-11,6%) quanto para o acumulado dos últimos 12 meses (-10,9%).
O agrupamento de Combustíveis e lubrificantes, na comparação interanual, teve, em setembro de 2023, resultado 8,7% inferior ao de setembro de 2022, a maior amplitude no campo negativo dos três meses consecutivos de queda: -2,3% em julho e -3,4% em agosto. No ano, no entanto, o acúmulo é positivo, ainda que em desaceleração: 11,4% até julho, 9,2% até agosto e 6,8% até setembro. Cenário similar se dá nos últimos 12 meses: 21,0% até junho, 18,9% até julho, 15,6% até agosto e 11,7% até setembro.
No caso de Tecidos, vestuário e calçados, a taxa interanual para o mês de setembro de 2023 foi de -2,6%, segunda no campo negativo: 1,3% em julho e -6,9% em agosto. Ainda na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, dos últimos 15 meses, apenas dois registraram crescimento (1,3% em julho e 2,4% em agosto), sendo que todos os demais indicaram queda no volume de vendas. No ano, o setor acumula perdas de 7,0% até setembro e no acumulado dos últimos 12 meses o resultado também é negativo: -9,3%.
No varejo ampliado, a atividade de Veículos e motos, partes e peças fechou setembro de 2023 com alta de 8,9%ante setembro de 2022. Na série histórica, esse é o quinto mês a apresentar alta (-2,0% em abril, 1,5% em maio, 17,8% em junho, 9,8% em julho e 11,0% em agosto). Em termos do acumulado no ano, o resultado foi de 6,9% até setembro, no mesmo ritmo até o mês anterior (6,7%). Nos últimos 12 meses, o acúmulo é positivo e crescente pelo quarto mês consecutivo: 0,6% até junho, 2,2% até julho, 3,6% até agosto e 4,4 até setembro.
O setor de Material de construção teve queda de 5,6% em setembro de 2023 em relação a setembro de 2022, oitavo mês consecutivo com resultados negativos (1,0% em janeiro, -5,7% em fevereiro, -5,0% em março, -7,7% em abril, -2,0% em maio, -2,4% em junho, -0,3% em julho e -0,1% em agosto). O acumulado do ano fechou em -3,0% e está negativo desde fevereiro de 2023. O acumulado nos últimos 12 meses (-5,0%) foi o 19º seguido negativo.
Fechando o varejo ampliado, em setembro de 2023, a atividade de Atacado especializado de produtos alimentícios bebidas e fumo registrou alta de 7,0% em relação a setembro de 2022. Esse é o segundo resultado positivo para a atividade após -6,3% em julho. No ano, o cenário é de perdas decrescentes: -3,1% até julho, -1,7% até agosto e -0,8% até setembro.
Varejo cresce 2,7% no trimestre encerrado em setembro
O terceiro trimestre de 2023 teve variação de 2,7% com relação ao mesmo trimestre de 2022 no comércio varejista. Com isso, o terceiro trimestre adiciona um ponto à sequência de resultados no campo positivo, em volume, para este indicador (1,4% no 4º Tri de 2022, 2,4% no 1º Tri de 2023 e 0,2% no 2º Tri de 2023. No caso do varejo ampliado, a alta de 4,0% no terceiro tri é a terceira consecutiva, já que o segundo (4,6%) e primeiro (3,3%) trimestres apresentaram crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior.
Quatro setores do comércio varejista cresceram no terceiro trimestre: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,3%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,4%) e Móveis e eletrodomésticos (1,3%). Já os setores de Livros, jornais revistas e papelaria (-13,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,3%). Combustíveis e lubrificantes (-4,8%) e Tecidos, vestuário e calçados (-2,8%) fecharam o terceiro trimestre de 2023 abaixo do mesmo trimestre de 2022.
No varejo ampliado, Veículos e motos, parte e peças e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram no terceiro tri de 2022: 9,9% e 2,9%, respectivamente. No sentido contrário, Material de construção registrou queda de 2,0%, em volume, na comparação dos terceiros trimestres de 2023 e 2022.
Vendas crescem em 13 Unidades da Federação em relação a março
Em setembro, na série com ajuste sazonal, o comércio varejista avançou 0,6%, com resultados positivos em 13 Unidades da Federação, com destaque para: Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,9%) e Mato Grosso (2,0%). Por outro lado, pressionando negativamente, também figuram 13 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Roraima (-2,7%), Rio Grande do Sul (-2,8%) e Espírito Santo (-2,6%). Tocantins apresentou estabilidade (0,0%).
Na mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre agosto e setembro de 2023 foi de 0,2%, com resultados negativos em 17 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Rio Grande do Sul (-4,6%), Mato Grosso do Sul (-2,4%) e Roraima (-2,3%). Por outro lado, oito das 27 Unidades da Federação tiveram resultados positivos, com destaques para: Rio de Janeiro (2,5%), Maranhão (2,2%) e Ceará (2,1%). Houve estabilidade (0,0%) na passagem de agosto para setembro para Tocantins e São Paulo.
Na comparação anual, as vendas sobem em 18 das 27 Unidades da federação
Frente a setembro de 2022, o comércio varejista nacional avançou 3,3%, com resultados positivos em 18 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Ceará (12,1%), Tocantins (8,8%) e Maranhão (7,5%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram oito das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Paraíba (-26,4%), Roraima (-5,0%) e Amapá (-4,9%). Alagoas demonstrou estabilidade (0,0%) também para este indicador.
Já no comércio varejista ampliado, a variação em setembro de 2023 contra setembro de 2022 mostrou avanço de 2,9% com resultados positivos em 14 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Maranhão (20,9%), Ceará (13,2%) e Espírito Santo (11,2%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram 13 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Paraíba (-16,3%), Roraima (-10,3%) e Mato Grosso do Sul (-8,8%).