O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalteradas as principais referências que balizam a política monetária no país, conforme decisão divulgada nesta terça-feira (23). As taxas de juros de curto prazo foram mantidas em -0,1%, como era esperado pelo mercado.

O banco central japonês continuará a definir 1% como ponto de referência para o limite superior do rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos.

Nenhuma alteração foi feita na redação da orientação política do banco central, que afirma que persistirá “pacientemente” com a flexibilização monetária até que a inflação de 2% seja alcançada.

À medida que os efeitos retardados dos custos mais elevados da energia e das matérias-primas diminuem, o Banco do Japão espera que os preços básicos ao consumidor (excluindo os voláteis produtos alimentícios frescos), aumentem 2,4% no ano fiscal de 2024, que começa em abril, abaixo da sua estimativa anterior de 2,8%.

Negociações salariais
No comunicado, o BoJ disse que espera atingir a meta de 2% para a inflação de forma “sustentável e estável, acompanhada pelo aumento de salários”.

O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, afirmou, no entanto, que ainda não está totalmente confiante de que o crescimento dos salários e dos preços possa ser sustentado em um nível saudável, após o Japão ter vivido décadas de preços estáveis ou em queda.

Com isso, a autoridade monetária pretende acompanhar de perto os resultados das negociações salariais anuais, previstas para março, para analisar se as companhias irão conceder aumentos maiores do que no ano passado.