O Morgan Stanley elevou a recomendação para ações da São Martinho de underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente a neutro), uma vez que as perspectivas para o etanol estão se tornando mais positivas, melhorando o risco-recompensa para o papel.
As ações da companhia, aponta o banco, tiveram desempenho inferior ao do mercado do petróleo e do açúcar, à medida que os preços do etanol caíram e agora analistas acreditam que o fundo poço do etanol ficou para trás e, com a ação sendo negociado abaixo dos níveis históricos.
Os papéis da São Martinho (BOV:SMTO3) estão agora sendo negociados a 8,5 vezes Valor da Firma (EV)/EBIT e 10 vezes Preço (P)/Lucro (L), abaixo das médias históricas de 10,5 vezes e 11,3 vezes, respectivamente. Nos níveis atuais, o banco estima um rendimento do fluxo de caixa (FCF) de 8% para 2024 e 2025.
Os analistas pontuam que desconto do preço do etanol em relação à gasolina está em máximos históricos, o que está atraindo demanda e reduzindo os níveis de estoque. Além disso, o governo está considerando aumentar a mistura de etanol na composição do combustível de gasolina de 27 para 30%. “Ao mesmo tempo, os riscos de abastecimento aumentaram devido às condições climáticas secas que podem afetar a disponibilidade de cana”, completam.
O Morgan também atualizou para cima a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2024 e 2025 para R$ 3,7 bilhões, um aumento de 5% em relação à estimativa anterior, devido a menores custos caixa.
Segundo o relatório, as novas estimativas assumem uma moagem de cana-de-açúcar de 23,2 milhões de toneladas, com teor de açúcar (ATR ou açúcar total recuperável) ligeiramente superior, produção de 3,2 bilhões de toneladas (+2% na base anual) e um mix máximo de açúcar de 51% (+2 pontos percentuais na base anual). Além disso, assume preços de etanol de R$ 2.571/m3 (+5% na base anual) e preço de açúcar de R$ 2.668 a tonelada (+3% na base anual) em 2024/25 levando em consideração a atual posição de hedge de R$ 2.600/tonelada para aproximadamente 60% de produção de cana própria da empresa.