Joesley e Wesley Batista estão de volta ao conselho de administração da JBS. A companhia confirmou que os irmãos, filhos do fundador José Batista Sobrinho, terão assentos em um conselho agora ampliado, com 11 membros.
À frente da forte expansão que, a partir da década de 2000, transformou a JBS (BOV:JBSS3) em líder global em proteínas animais, com uma receita líquida de quase R$ 364 bilhões em 2023, eles estão fora do dia a dia da companhia desde 2017, na esteira de uma delação de Joesley, no âmbito da Operação Lava Jato, que sacudiu o governo do presidente Michel Temer. Na época, Wesley era CEO da JBS.
A delação veio à tona em 17 de maio, e no dia seguinte o Ibovespa registrou sua maior queda desde 2008 e o dólar disparou. Os irmãos foram acusados de terem orientado a J&F, holding que controlam – e que controla a JBS, entre outras em presas -, a vender ações da companhia antes da forte queda dos papéis registrada naquele 18 de maio, e chegaram a ficar presos por seis meses.
Essa suposta manipulação de mercado rendeu multa bilionária e processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por insider trading, ganhos indevidos com juros futuros e reflexos do vazamento da delação em operações de hedge, mas Joesley e Wesley foram inocentados. das acusações.
No mês passado, os irmãos, que estão hoje com pouco mais de 50 anos, voltaram ao conselho de administração da americana Pilgrim’s Pride, uma das muitas empresas adquiridas pela JBS em seu processo de expansão. Era o prenúncio do anúncio feito nesta terça-feira, poucas horas depois de a JBS anunciar seus resultados de 2023.
O anúncio de que Wesley e Joesley estão de volta ao conselho da JBS também acontece no dia em que a companhia protocolou na SEC, o xerife do mercado de capitais dos EUA, um novo pedido para realizar a dupla listagem de suas ações nas bolsas de Nova York e na B3, naquela que é uma das mais importantes tacadas da companhia nos últimos anos.
Com a dupla listagem, a JBS espera, entre outras vantagens, “destravar” seu valor de mercado, considerado muito baixo pela direção da empresa diante da envergadura das operações. Os irmãos também terão pela frente o desafio de enfrentar um mercado adverso nos EUA, onde está grande parte de seus negócios. A operação americana pressionou os resultados da companhia em 2023.