A Nike Inc. enfrentou um terceiro trimestre fiscal desafiador, com suas vendas durante a temporada de festas não alcançando o impulso esperado. A gigante do esporte divulgou uma receita de 12,4 bilhões de dólares para o trimestre encerrado em fevereiro, uma cifra que, apesar de superar ligeiramente as estimativas dos analistas de 12,3 bilhões de dólares, manteve-se estável em comparação ao ano anterior. A companhia manteve sua previsão para o restante do ano fiscal de 2024, projetando um modesto crescimento de receita de cerca de 1% ano a ano.
A reação do mercado foi imediata, com as ações da Nike (NYSE:NKE) negociadas em Nova Iorque experimentando uma queda de 6,2% nas negociações pré-mercado de sexta-feira (22), após a divulgação de uma perspectiva cautelosa para o ano fiscal de 2025.
A Nike também é negociada na B3 através da BDR (BOV:NIKE34).
A administração antecipa um primeiro semestre desafiador com vendas ligeiramente inferiores, atribuindo isso a “ventos contrários de curto prazo no gerenciamento do ciclo de vida de nossas principais franquias de produtos” e a um ambiente macroeconômico global moderado, conforme explicado pelo diretor financeiro Matthew Friend.
Este cenário também afetou negativamente outras marcas do setor, como a Adidas e a Puma, que viram suas ações sofrerem retrações nas bolsas europeias. Por outro lado, a Foot Locker, um varejista parceiro, viu suas ações nos EUA crescerem 1,4% nas negociações pré-mercado.
No entanto, um ponto positivo foi o desempenho acima do esperado dos lucros por ação da Nike, atingindo 98 centavos contra o consenso de 75 centavos. Isso não considera um encargo de reestruturação relacionado ao corte de cerca de 1.600 empregos anunciado pela empresa em fevereiro.
Apesar dos desafios, o negócio de atacado da Nike mostrou sinais de recuperação, com um aumento de 3% na receita, enquanto as vendas digitais e a receita direta ao consumidor permaneceram relativamente estáveis.
A perspectiva futura da Nike contrasta com o desempenho robusto de outras empresas do setor, como Crocs e Deckers, levantando questionamentos sobre a possibilidade de a Nike estar perdendo participação de mercado para esses concorrentes.
Contudo, cerca de 60% dos analistas ainda mantêm uma visão otimista sobre a Nike, com um preço-alvo médio que sugere um potencial de valorização de quase 20%. A queda recente nas ações da Nike, que acumulam uma desvalorização de cerca de 7% em 2024, é vista por alguns analistas como uma oportunidade de compra.
Paul Lejuez, do Citi, e Jim Duffy, da Stifel, expressaram confiança na capacidade da Nike de se recuperar, ajustando suas estratégias de mercado e mantendo sua posição de liderança no setor. Duffy, em particular, destacou a expectativa de que a Nike apresente um plano convincente para o crescimento sustentável dos lucros durante um evento para investidores ainda este ano, reforçando a visão de que as ações da empresa continuam a representar um investimento valioso no longo prazo.