O Ibovespa subiu 0,80%, aos 129.890,37 pontos, um ganho de mais de 1 mil pontos, e viu Wall Street oscilar constantemente nos seus principais índices, à espera tanto do CPI (inflação ao consumidor, que sai amanhã) e do PPI (inflação ao produtor, na quinta), quanto da ata da última reunião do Federal Reserve, que sai amanhã, com os investidores em busca de pistas sobre quando de fato a autoridade monetária vai começar a cortar as taxas de juros.

O Índice Bovespa (Ibovespa), que reflete o desempenho médio das cotações das principais ações de empresas negociadas na BM&FBOVESPA, é formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.

“O mercado tem patinado durante a última semana, preocupado com o Fed e o seu compromisso de reduzir as taxas de juros”, disse à CNBC Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.

“Uma leitura do CPI mais forte do que o esperado, tanto na manchete quanto no núcleo, pode acabar desencadeando um catalisador para a correção”. Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group, observou que a liquidação de terça-feira também pode ser uma reação sazonal uma semana antes do Dia do Imposto (Tax Day, dia 15 de abril). “Há muita gente vendendo ativos para pagar impostos. Isso acontece todos os anos. Portanto, há uma espécie de confluência desses múltiplos fatores”, disse Cox.

No cenário local, pela manhã, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que trouxe poucas novidades, com os economistas elevando mais uma vez a perspectiva para a inflação neste e no próximo ano, e aumentando um pouco mais a projeção de crescimento em 2024. O que chama atenção do mercado é a manutenção da mediana de projeções de Selic terminal, que ainda não mostrou alterações, com a Selic estimada em 9,0% ao fim de 2024.

A cautela predominou entre os investidores que aguardam a divulgação amanhã do Índice de Inflação ao Consumidor (IPCA), que deve ter desacelerado em março, com a dissipação da alta sazonal dos preços de educação, e após a volta da cobrança do ICMS sobre combustíveis. O núcleo de serviços, por outro lado, deve seguir pressionado, de acordo com analistas.

No âmbito corporativo, a Petrobras continua dominando o noticiário político e econômico do Brasil, em meio a especulações sobre a distribuição de dividendos e possíveis mudanças em sua liderança. Ontem, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não fez declarações à imprensa, embora tenha comentado durante a tarde que as decisões sobre dividendos da Petrobras são prerrogativas da própria empresa.

O dólar recuou 0,49%, a R$ 5,00, após a queda do dia anterior, mas não encontrou forças para ficar abaixo da faixa dos R$ 5. “O preço do minério de ferro trouxe impacto positivo para a Vale, que se valorizou mais de 5% e empurrou o Ibovespa como um todo (na véspera)”, explicou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos. Segundo ele, “essa maior atratividade do mercado de capitais beneficia nosso fluxo estrangeiro”, apoiando o real.

Mas hoje, no caso da Vale (VALE3), a história foi diferente. O minério de ferro até subiu do outro lado do mundo, mas as ações da mineradora caíram 0,67%, em movimento de realização com a forte valorização de ontem. Os movimentos fortes do minério de ferro fizeram também analistas do Bank Of America rebaixarem a Vale de “compra” para “neutra”, o que impactou na cotação, além de outras ações expostas à commodity, como a CSN (CSNA3), que acabou recuando 1,56%.

No campo das recomendações, analistas do JPMorgan cortaram a recomendação das ações da MRV (MRVE3) para “neutra” ante “overweight” (equivalente a “compra”) e reduziram o preço-alvo dos papéis de R$ 16 para R$ 9, o que fez as ações caírem 1,33%, enquanto elevaram a classificação de Tenda (TEND3) para “overweight” ante “neutra”, mas cortaram o preço-alvo de R$ 17 para R$ 16 – as ações dispararam 4,76%, em dia também de prévias operacionais. No relatório enviado a clientes hoje, reiteraram Cyrela (CYRE3) como sua ação preferida entre as construtoras, como “overweight” e elevando o preço-alvo de R$ 30 para R$ 32 – ações subiram 2,39%.

Em alta também ficaram Sabesp (SBSP3), com 0,54%, com anúncio de reajuste de tarifas; B3 (B3SA3), com mais 2,14%, mesmo com perda bilionária no Carf; e, claro, os bancos, que ajudaram a salvar o dia, com Bradesco (BBDC4) subindo 0,62% e Itaú Unibanco (ITUB4) ganhando 1,05%.

Mas o investidor segue com preocupações em torno de Petrobras (PETR4), que mais uma vez oscilou, trocou de sinais e se definiu nos leilões – dessa vez, com mais 0,26%. As incertezas em relação à distribuição de dividendos extraordinários derrubaram as ações no mês passado, levando o papel a perder boa parte dos ganhos que vinha acumulando em 2024. Além disso, a possibilidade de troca de CEO, que eclodiu na semana passada, foi mais um fator de pressão negativa sobre as ações da companhia. Mas a tendência segue de alta.

Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram sem direção definida, enquanto os rendimentos do Tesouro americano recuaram ante máximas de mais de quatro meses, com os investidores aguardando com cautela os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos referentes a março, que serão reportados na manhã de quarta-feira.

Os índices S&P500 e o Nasdaq 100 avançaram 0,14% e 0,32%, respectivamente, já o Dow Jones recuou 0,02%. Ao fim do dia, os rendimentos das Treasuries de dez anos cediam 6,8 pontos-base, a 4,356%, e as de dois anos recuavam 5,3 pbs, a 4,736%.

Em mais um dia sem grandes oscilações no mercado, investidores optaram por ajustar suas posições antes da divulgação dos dados do CPI, liquidando parte de suas posições em bolsa e buscando ativos de proteção como títulos públicos, que com a maior demanda, registrou uma valorização em seus preços e, por consequência, queda nos rendimentos.

Ao fim da tarde, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou não ser possível descartar a possibilidade de não haver cortes de juros neste ano, caso o progresso na inflação seja interrompido, e a atividade econômica continuar a performar de forma resiliente.

 

 

 

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
01/04/2024 -0,87%  126.990,45 R$ 19,8 bilhões
02/04/2024 0,44% 127.548,52 R$ 21,2 bilhões
03/04/2024 -0,18%  127.318,39 R$ 21,9 bilhões
04/04/2024 0,09% 127.427,53  R$ 31,1 bilhões
05/04/2024 -0,50%  126.795,41  R$ 20,7 bilhões
06/04/2024 1,63%  128.857,16  R$ 19,2 bilhões
 09/04/2024 0,80%  129.890,37 R$ 20 bilhões

DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)

  • ALTAS IBOVESPA

JBSS3: +4,05% a R$ 22,35
COGN3: +3,95% a R$ 2,37
VAMO3: +3,88% a R$ 8,57
BRFS3: +3,75% a R$ 17,42
RENT3: +3,02% a R$ 55,62

  • BAIXAS IBOVESPA

CVCB3: -2,25% a R$ 2,61
TOTS3: −1,58% a R$ 27,97
CSNA3: −1,56% a R$ 15,15
EMBR3: −1,20% a R$ 32,22
EMBR3: −1,07% a R$ 7,39

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    B3 (B3SA3)

    A B3 informou que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) proferiu decisão desfavorável em caso de ágio no valor de R$ 5,4 bilhões. Saiba mais…

    CVC (CVCB3)

    A CVC Brasil comunica que foi iniciado o processo de transição do Sr. José Carlos Wollenweber Filho com relação aos cargos de Diretor de Finanças, de Relação com Investidores da Companhia e de Governança Corporativa e Compliance, de modo que esse será substituído: pelo Sr. Felipe Pinto Gomes para os cargos de Diretor Financeiro (CFO) e de Diretor de Relação com Investidores (DRI) da Companhia, o qual tomará posse dos respectivos cargos no dia 01 de maio de 2024; e pela Sra. Karin Regina da Rocha Demarques Cruz, para o cargo de Diretora de Governança Corporativa e Compliance, a qual toma posse do respectivo cargo na data de hoje. Saiba mais…

    Ecorodovias (ECOR3)

    A EcoRodovias teve uma alta anual de 21,8% no tráfego de veículos em suas vias no mês de março, com um total 50.464 automóveis. Saiba mais…

    Eletrobras (ELET3/ELET5/ELET6)

    Em comunicado aos acionistas, a Eletrobras informou que o Ministério da Fazenda enviou um ofício com nomes de candidatos indicados ao conselho fiscal para eleição em assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE), a ser realizada em 26 de abril. Saiba mais…

    Natura & Co. (NTCO3)

    Apesar dos desafios que enfrentou em nível global para reequilibrar seu negócio no ano passado, a Natura segue líder em beleza e cuidados pessoais no Brasil e na América Latina, de acordo com o mais recente relatório da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, divulgado nesta segunda-feira, 8. A empresa cresceu mais que o setor e continua à frente de nomes como LOréal e Boticário. Saiba mais…

    Oi (OIBR3/OIBR4)

    A Oi informou que a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro autorizou o adiamento da Assembleia Geral de Credores (AGC), que seria retomada nesta quarta-feira (10), passando para o dia 17 de abril, bem como a prorrogando o ‘stay period’. Saiba mais…

    Petrobras (PETR3/PETR4)

    A Petrobras, em relação à notícia divulgada na mídia sobre possível transação tributária, esclareceu que avalia tecnicamente a minuta do edital colocada em consulta pública, como é a prática regular sempre que são oferecidas alternativas em relação ao contencioso tributário. Saiba mais…

    A decisão sobre o pagamento integral ou parcial dos dividendos extraordinários da Petrobras está atrelada ao plano de investimentos da estatal. Saiba mais…

    Em reunião no fim de março, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou duas indicações recebidas pelos acionistas minoritários: do atual conselheiro Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis e do novato Aristóteles Nogueira Filho como membros independentes. Ambos já haviam sido aprovados pelo Comitê de Pessoas (Cope) da estatal. Saiba mais…

    A Petrobras vai tentar derrubar, no TRF-2, a suspensão do ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, do conselho de administração da estatal, apurou o Valor. Saiba mais…

    A Petrobras divulgou comunicado reiterando que não há tolueno a partir de suas atividades no estado do Rio de Janeiro e que nenhuma empresa prestadora de serviços que atua dentro das instalações do Gaslub (antigo Comperj) utiliza o produto. Saiba mais…

    Em meio à alta do preço do petróleo, vem aumentando a defasagem entre os valores cobrado pela gasolina da Petrobras em relação às concorrentes privatizadas no Brasil, bem como na comparação às cotações no mercado internacional. Saiba mais…

    Petrorecôncavo (RECV3)

    A Petroreconcavo divulgou uma nova certificação de reservas e recursos, elaborada pela consultoria independente Netherland, Sewell & Associates (NSAI), com data de referência de 31 de dezembro de 2023, e que inclui as reservas dos campos que compõem os Ativos Potiguar e Bahia, a exceção do Campo de Tartaruga. Saiba mais…

    Sabesp (SBSP3)

    A Sabesp informou que a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP) autorizou a companhia a aplicar o índice de reajuste tarifário de 6,4469%, em relação às tarifas vigentes. Saiba mais…

    Tenda (TEND3)

    A construtora Tenda registrou vendas líquidas de R$ 884,1 milhões no 1º trimestre de 2024 (1T24), aumento de 47,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Saiba mais…

    Viver (VIVR3)

    A VIVER encerrou-se o prazo para o exercício do direito de preferência para subscrição do Bônus de Subscrição da Companhia. Saiba mais…

    Yduqs (YDUQ3)

    A Yduqs informa aos titulares das debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, da 6ª emissão da companhia, que, foi enviado comunicado à Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, que informava sobre a realização, pela companhia, de evento de resgate antecipado facultativo total das debêntures de 6ª emissão, a ser liquidado em 24 de abril de 2024. Saiba mais…

    (Com informações da Forbes Money, TC Mover e Momento B3)