A BrasilAgro encerrou o terceiro trimestre de seu atual exercício, em março, com prejuízo líquido de R$ 30,1 milhões, nove vezes maior que a perda registrada em igual período do ciclo passado. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 87%, para R$ 5,6 milhões, e a receita líquida diminuiu 36%, para R$ 121,8 milhões.

Em boa medida, os resultados foram piores do que poderiam ter sido em razão da estratégia da companhia de adiar vendas da soja colhida nesta safra 2023/24, à espera de melhores preços. As cotações até deram sinais de reação na bolsa de Chicago nos últimos dias, mas o movimento da BrasilAgro parece ter funcionado sobretudo por causa dos prêmios praticados no mercado brasileiro. Durante quase todo o primeiro trimestre deste ano, os prêmios permaneceram negativos, mas voltaram ao campo positivo no fim de março.

Assim, foram faturadas pela empresa entre janeiro e março 48 mil toneladas de seu carro-chefe agrícola, 24% menos que no terceiro trimestre do exercício anterior. Com a queda de preços, a receita caiu mais – 43%, para R$ 86,5 milhões. Ocorre que, para este quarto trimestre, restam cerca de 150 mil toneladas de soja a serem vendidas, e com os preços mais elevados os resultados certamente serão melhores, como realçou André Guillaumon, CEO da BrasilAgro.

Como não houve faturamento na divisão imobiliária nos terceiros trimestres do atual exercício e do anterior, os negócios operacionais representaram 100% da receita líquida da companhia nos períodos. A BrasilAgro vendeu, em março, 12,3 mil hectares de sua Fazenda Chaparral, localizada em Correntina, na Bahia, e já recebeu a primeira parcela do pagamento pela área (R$ 53,3 milhões), mas o valor ainda não entrou nos livros porque a transferência só será efetivada depois que a colheita da safra atual (soja, milho e algodão) for concluída.

A BrasilAgro vendeu a área na Bahia por R$ 364,5 milhões no total, e essa receita deverá aparecer no balanço do quarto trimestre do exercício, que vai terminar em junho. Segundo Gustavo Lopez, CFO da companhia, esse é outro ponto que fortalecerá os resultados trimestrais e anuais. Também em março, a empresa assinou em contrato de arrendamento de pouco mais de 7 mil hectares para a produção de cana em Brotas, no interior paulista.

Nos nove primeiros meses do exercício atual, diante da queda dos preços dos grãos, a receita líquida da BrasilAgro caiu 18% ante igual intervalo do ano-fiscal passado, para R$ 545,5 milhões (R$ 540,8 milhões no front operacional e R$ 4,7 milhões no imobiliário), o Ebitda ajustado total registrou queda de 90%, para R$ 16,4 milhões, e a empresa teve prejuízo de R$ 6 milhões.

Os resultados da BrasilAgro (BOV:AGRO3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 08/05/2024.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão