Carlos Tavares, CEO da Stellantis NV (NYSE:STLA), renunciou abruptamente no último domingo, citando divergências sobre a visão da montadora. A saída ocorreu antes do previsto, pois Tavares inicialmente planejava se aposentar ao fim de seu contrato em 2026.

A decisão levou a quedas significativas nas ações da Stellantis (BIT:STLAM), que despencaram 7% na bolsa de Milão e 7,2% no pré-mercado da NYSE, no momento da escrita.

Henri de Castries, Diretor Sênior Independente, afirmou que o sucesso inicial da Stellantis foi impulsionado pelo alinhamento entre acionistas, conselho e CEO, mas recentes divergências tornaram insustentável a continuidade de Tavares.

John Elkann, presidente do Conselho de Administração, liderará um comitê executivo interino enquanto a busca por um novo CEO avança, com previsão de anúncio para o primeiro semestre de 2025.

A empresa, responsável por marcas como Chrysler, Peugeot e Opel, enfrenta desafios após quedas expressivas no terceiro trimestre. As receitas líquidas caíram 27%, totalizando 33 bilhões de euros, enquanto as remessas consolidadas diminuíram 20%, atingindo 1,15 milhão de unidades. Na América do Norte, a receita caiu 42%, refletindo uma redução de 36% nas remessas.

Apesar do cenário desafiador, a Stellantis manteve sua projeção financeira para 2024, com expectativa de margens operacionais ajustadas entre 5,5% e 7%. Doug Ostermann, CFO, destacou avanços na redução de estoques nos EUA e estabilização da participação de mercado, mas admitiu desempenho aquém do esperado no trimestre.