O dólar à vista encerrou a sessão em leve baixa frente ao real, em linha com sua desvalorização frente a outras divisas emergentes, como os pesos mexicano (-0,14%) e colombiano (-0,06%).

Operadores relataram ingressos de dólares tanto pelo canal comercial como pelo financeiro, com investidores estrangeiros aproveitando ações baratas na bolsa e taxas atraentes na renda fixa.

A entrevista de Fernando Haddad à GloboNews não trouxe maiores impactos sobre o câmbio. O ministro informou que o déficit primário de 2024 ficou na casa de 0,1% do PIB e evitou comentar reportagem do Valor, de que o governo prepara um decreto para conter despesas neste início de ano, pelo menos até a aprovação do Orçamento pelo Congresso.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,14%, a R$ 6,1042, após oscilar entre R$ 6,0551 e R$ 6,1192. Às 17h10, o dólar futuro para fevereiro caía 0,16%, a R$ 6,1315.

Lá fora, o índice DXY subia 0,30%, para108,578 pontos. O euro caía 0,37%, a US$ 1,0350. E a libra perdia 0,28%, a US$ 1,2483.

O que acontece com dólar hoje?

Pela manhã a moeda norte-americana ainda repercutiu notícia, publicada na véspera pelo Washington Post, de que o governo de Donald Trump pode adotar tarifas de importação não tão elevadas nos Estados Unidos. Se confirmado, isso pode se traduzir em inflação não tão pressionada nos EUA, juros não tão altos e um dólar mais fraco ante divisas de exportadores de commodities.

Além do fator externo, no Brasil os mercados de câmbio e de juros futuros seguiram passando por um processo de redução de prêmios nesta terça-feira, após a pressão vista no fim de 2024.

“O fechamento de 2024 acabou pressionando mais a moeda, porque tem muita empresa fechando balanço, fechando hedge (proteção) para 2025”, comentou Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, ao avaliar o avanço firme do dólar nas últimas semanas do ano passado. “Mas 2025 é um novo ano, e somado a isso temos uma mudança de posicionamento do governo sobre o fiscal.”

Na avaliação de Gonçalves, desde o fim de 2024 o governo Lula tem procurado reforçar o compromisso com a redução de gastos.

Haddad afirmou ainda que houve uma reação exagerada do mercado com a alta recente do dólar, acrescentando que espera uma acomodação do câmbio.

“Hoje o dólar está valorizado no mundo inteiro, e nós vamos sentir os efeitos disso aqui no Brasil, embora eu considere que tenha havido um exagero (do mercado) em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior”, disse o ministro.

Para Gonçalves, da CMS Invest, não houve qualquer mudança conjuntural neste início de 2025, “mas a perspectiva começa a ficar um pouco mais positiva”. “Não à toa a curva de juros tem caído e a bolsa tem apresentado crescimento”, pontuou, ao justificar o recuo do dólar ante o real até o meio da tarde.

Na reta final, porém, o dólar recuperou força no Brasil e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) migraram para o positivo, com alguns agentes realizando lucros após a queda recente das cotações.

Assim, o dólar à vista marcou a máxima de 6,1197 reais (+0,09%) às 9h01, logo após a abertura, e atingiu a mínima de 6,0538 reais (-0,99%) às 13h06. No fim da tarde, às 16h25, ficou novamente muito próximo do pico, aos 6,1190 reais (+0,08%).

No exterior, às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,25%, a 108,580.

No fim da manhã o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.

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Data Compra Venda Variação Variação
02/01/2025 6,1618 6,1624 -0,28% -0,0173
3/01/2025 6,1805 6,1811 0,3% 0,0187
4/01/2025 6,1103 6,1109 -1,14% -0,0702
5/01/2025 6,103 6,1036 -,012% -0,0073

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🇧🇷 – US$ 1 = R$ 6,11

🇪🇺 – US$ 1 = €$ 0,96

🇬🇧 – US$ 1 = £$ 0,80

(Com informações da Reuters, BDM Online e Uol)