A KuCoin, uma das principais exchanges de criptomoedas, chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) em 27 de janeiro, assumindo culpa por operar um negócio de transmissão de dinheiro sem licença.
Como parte do acordo, a empresa deixará de atender clientes nos Estados Unidos por dois anos e arcará com multas e perdas financeiras que totalizam quase US$ 300 milhões.
Os promotores alegam que a KuCoin não cumpriu exigências fundamentais, como registro na Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN) e implementação de salvaguardas contra lavagem de dinheiro.
Documentos judiciais mostram que a KuCoin atendeu cerca de 1,5 milhão de usuários americanos, movimentando bilhões de dólares em negociações suspeitas que poderiam incluir receitas de atividades ilícitas, tais como golpes e mercados na darknet. A exchange não exigia procedimentos obrigatórios de know-your-customer (KYC) antes de agosto de 2023, o que permitiu transações anônimas e contribuiu para a falta de relatórios de atividades suspeitas.
Pelo acordo, a KuCoin reconhece graves falhas de conformidade e aceitou abrir mão de US$ 184,5 milhões em ativos, além de pagar uma multa criminal de aproximadamente US$ 112,9 milhões.
Cada um de seus fundadores, Chun Gan (Michael) e Ke Tang (Eric), perderá US$ 2,7 milhões em lucros pessoais, comprometendo-se a não administrar a plataforma durante o período de suspensão de atividades nos EUA.
Segundo o DOJ, a resolução serve de alerta para outras empresas que deixarem de cumprir as rígidas normas financeiras americanas. Apesar das acusações, a KuCoin manteve um tom relativamente otimista, agora com o desafio de reconstruir sua reputação global.
BC Wong, recém-nomeado CEO, afirmou nas redes sociais que a exchange buscará inovação ao mesmo tempo em que se adequa às regulamentações, prometendo uma reestruturação capaz de devolver credibilidade à plataforma.
Após a confirmação do acordo, o token nativo KCS (COIN:KCSUSD) avança 8,4% enquanto o Bitcoin (COIN:BTCUSD) subiu cerca 0,6% e o Ethereum subiu 0,3%.