O Ibovespa fechou em ligeira alta o pregão desta quinta-feira, com os vértices da curva de juros e o dólar registrando firme queda, em meio ao alívio pós-leilão do Tesouro da manhã, com boa colocação de prefixados, e sem referência de Wall Street, que teve mercados fechados em razão de luto nacional pelo falecimento do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter.
O Ibovespa encerrou em alta de 0,13%, aos 119.780 pontos. O volume da sessão foi de R$ 13 bilhões, bem abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,0 bilhões, e fortemente prejudicado pela ausência de liquidez oriunda dos EUA.
O dólar futuro operava ao fim do dia em firme queda de 1,13%, cotado a R$6,063. Caso se confirme neste patamar, será o menor nível de fechamento desde 12 de dezembro. Mais cedo, o Bank of America recomendou posição tática de compra do real ante o peso colombiano, notando que a divisa se encontra subvalorizada, em meio aos maiores juros reais praticados ante pares do Brasil.
Os vértices da curva de juros encerraram em queda de até 11,0 pontos-base na sessão regular, com alívio visto após leilão de prefixados pelo Tesouro, que teve volume robusto e colocação da maior parte dos lotes, com taxa de corte saindo abaixo do consenso do mercado.
Nos mercados acionários, Genoa Capital considerou que o nível de reservas atuais do Banco Central não apresenta “elevada conforto”, com as reservas líquidas – descontando-se leilão e linha e swap – recuando a US$230 bilhões ao fim de dezembro.
“É preciso relembrar que a venda de reservas de maneira continuada em um ambiente de grande desconfiança fiscal e balanço de pagamentos deficitário nos parece uma estratégica arriscada.” A gestora também disse chamar atenção o “não apreço” da equipe econômica do governo pela evolução da dívida pública como proporção do PIB, métrica esta que é acompanhada por locais e estrangeiros.
Mais cedo, a Kapitalo disse ter zerado posição vendida no real, de acordo com carta a cotistas de dezembro. Fundos Kappa e Zeta também reduziram posições aplicadas em juros no Brasil – que se beneficiam da queda das taxas – bem como diminuíram alocação comprada e de valor relativo no mercado acionário local.
“O momento agora não é tão óbvio (de dolarizar a carteira). Você devia ter dolarizado quando tinha gente falando que o dólar ia bater R$4,20. Agora pode ser meio que fim de festa, não? O dólar (olhando a taxa de câmbio real efetiva) está historicamente caro”, afirmou o gestor Rafael Ihara em post no “X”.
No noticiário corporativo, o mercado reagia à notícia de avanço em negociações para potencial fusão entre Azul e Gol, publicada pelo Valor ontem à noite. Ao fim da sessão, as PN de Gol dispararam 9,03%, e as PN de Azul subiram 0,95%.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores contribuidoras do índice foram as ON de WEG, as units de BTG e as ON de Eletrobras, que subiram 2,03%, 2,44% e 1,14%, respectivamente.
Já entre as maiores altas percentuais do Ibovespa, destaque para as ON de Minerva, units de BTG Pactual e ON de Carrefour, que subiram 5,79%, 2,44% e 2,41%, respectivamente.
Em um mercado sem referência pelo fechamento das bolsas em Wall Street, as Treasuries yields arrefeceram trajetória de queda na sessão, com os yields de dez anos encerrando perto da estabilidade, após a dirigente do Federal Reserve Michelle Bowman, com viés hawkish, afirmar que o corte de juro em dezembro “deve ter sido o último”.
As Treasuries yields de dois anos perderam 2,1 pontos-base, a 4,266%. Já as Treasuries yields de dez anos encerraram perto da estabilidade a 4,689%. Os rendimentos arrefeceram queda após a fala de Bowman diminuir apostas em cortes adicionais pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) neste ano.
Na visão dela, que foi voto dissidente na decisão de corte de 50 pontos-base em setembro, a inflação encontra-se “elevada”, com riscos “altistas”, em meio a uma interrupção do progresso. “Preocupações com a inflação talvez possam explicar, parcialmente, o avanço dos yields de dez anos”, afirmou.
No mercado de commodities, futuros do petróleo Brent para março operavam em alta de 1,37%, cotados a US$77,20 por barril, apoiados pelo tempo frio em partes dos EUA e Europa, que aumenta a demanda por energia. Um frio extremo também poderia interromper produção temporariamente em algumas áreas.
Os futuros do Brent tiveram início de ano forte, acumulando valorização de 2,31%, em meio a quedas de estoques semanais nos Estados Unidos, baixa oferta da commodity pela China e temores envolvendo a posse de Donald Trump.
Já os futuros do minério de ferro para entrega em maio avançaram 0,53%, a US$102,9 a tonelada, interrompendo uma sequência de quatro perdas consecutivas, com aceleração das compras da commodity pelas usinas siderúrgicas chinesas antes do feriado de Ano Novo Lunar.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/01/2025 | -0,13% | 120.125,39 | R$ 19,2 bilhões |
03/01/2025 | -1,33% | 118.532,68 | R$ 20,3 bilhões |
06/01/2025 | 1,26% | 120.021,52 | R$ 19,0 bilhões |
07/01/2025 | 0,95% | 121.162,66 | R$ 21,0 bilhões |
08/01/2025 | 1,27% | 119.624,51 | R$ 19,4 bilhões |
09/01/2025 | 0,13% | 119.780,56 | R$ 13 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
A Azul e a Abra, controladora da Gol, estão estruturando a assinatura de um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) nas próximas semanas, com o objetivo de iniciar as negociações sobre uma possível fusão entre as duas companhias aéreas brasileiras, conforme apuração do jornal Valor. Saiba mais…
B3 (B3SA3)
A B3 comunicou o início do período de distribuição pública de sua 9ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 1,7 bilhão. Saiba mais…
Banco Bmg (BMGB4)
O Banco Bmg informou que foi concluída a operação de venda, para a Dayprev Vida e Previdência, da totalidade das ações ordinárias detidas pela Bmg Participações em Negócios, sociedade controlada pelo Banco, na Bmg Seguros. Saiba mais…
Brava Energia (BRAV3)
A Brava Energia espera concluir até meados do ano a perfuração e interligação dos poços do campo de Atlanta ao navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) do mesmo nome. Saiba mais…
CVC (CVCB3)
Os acionistas da CVC Brasil aprovaram durante Assembleia Geral Extraordinária, uma importante mudança no estatuto social da companhia. Saiba mais…
Engie Brasil (EGIE3)
A Engie Brasil Energia informou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a entrada em operação comercial da primeira usina do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, com 40,5 MW, representando 5,4% da capacidade instalada total do projeto. Saiba mais…
Hypera (HYPE3)
O Conselho de Administração da Hypera aprovou a 19ª emissão de debêntures não conversíveis em ações, em série única, no montante total de R$ 530 milhões, com prazo de vencimento de 5 anos. Saiba mais…
Iochpe-Maxion (MYPK3)
A Iochpe-Maxion divulgou que suas ações foram incluídas na carteira do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da B3. Saiba mais…
Kepler Weber (KEPL3)
A Kepler Weber encerrou o ano de 2024 com 306 obras simultâneas em execução, um recorde histórico da companhia, que é líder na América Latina em soluções de pós-colheita para armazenagem de grãos, movimentação de granéis em portos e termometria digital. Saiba mais…
Vibra (VBBR3)
A Vibra Energia foi incluída pelo quarto ano consecutivo na carteira do Índice Carbono Eficiente (iCO2 B3), que terá vigência até 31/12/2025.
(Com informações da TCMover e Momento B3)