A United Parcel Service (NYSE:UPS) anunciou uma redução em seu volume de entregas para a Amazon, diminuindo em mais de 50% os serviços prestados à gigante do e-commerce até 2026. A decisão impactou Wall Street, resultando na maior queda percentual das ações da UPS desde 2008, chegando a atingir uma queda de cerca de 17% na quinta-feira, 30 de janeiro de 2025.
As ações negociadas em Nova Iorque terminaram em baixa de 14,11%, a US$ 114,90. A UPS também é negociada na B3 através da BDR (BOV:UPSS34). As BDRs caíram 15,45%, cotadas em R$ 41,92 reais.
A UPS justificou a decisão afirmando que a Amazon (NASDAQ:AMZN) (BOV:AMZO34), embora seja o maior cliente da empresa, não é o mais lucrativo. Em 2024, a varejista foi responsável por 11,8% da receita total da UPS, o equivalente a US$ 10,7 bilhões. No entanto, a margem desse negócio era considerada diluidora para as operações domésticas nos Estados Unidos.
Com a reavaliação do contrato, a UPS espera reduzir custos e melhorar sua margem de lucro por entrega. Paralelamente, a empresa eliminou 11 centros operacionais e prevê economizar cerca de US$ 1 bilhão com cortes adicionais de custos.
Paralelamente, a UPS internalizou seu serviço SurePost, que antes dependia do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS). A mudança foi motivada pelo aumento de custos operacionais e atrasos nas entregas, que comprometiam a qualidade do serviço. A UPS também planeja reduzir sua frota, fechar até 10% de seus prédios e otimizar sua estrutura logística.
Os números financeiros divulgados pela UPS reforçaram as preocupações do mercado. No quarto trimestre de 2024, a receita da empresa foi de US$ 25,3 bilhões, abaixo dos US$ 25,41 bilhões projetados. A receita anual caiu para US$ 91,1 bilhões, e a previsão para 2025 é ainda menor, estimada em US$ 89 bilhões, enquanto analistas esperavam um crescimento para US$ 95 bilhões. Apesar disso, o lucro ajustado por ação no trimestre foi de US$ 2,75, superando as expectativas de US$ 2,53.
A UPS está apostando em um redesenho operacional para enfrentar os desafios do setor de entregas, incluindo a queda na demanda por encomendas e o alto custo trabalhista, que continuam sendo obstáculos. Para tanto, a empresa está investindo em automação e expansão de segmentos mais lucrativos, como logística para o setor de saúde, com a meta de atingir US$ 20 bilhões nesse segmento até 2026.