O Méliuz divulgou que o banco BV decidiu de forma “irrevogável e irretratável” não exercer a opção de compra das ações da companhia, bem como anunciou que foram feitos ajustes no acordo comercial entre ambos para oferta de produtos e serviços financeiros. Com isso, às 15h36 (horário de Brasília), os ativos CASH3 caíam 10,69%, a R$ 3,51.

Tal opção fazia parte do acordo anunciado no final de 2022, quando o banco comprou uma participação de 3,85% do capital da empresa e fez o primeiro movimento relacionado à aquisição do Bankly – empresa de serviços de “banking as a service” do Méliuz (BOV:CASH3), que teve a aquisição pelo BV concluída em novembro de 2023.

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A opção de compra envolvia a totalidade das ações do Méliuz em poder dos acionistas Israel Fernandes Salmen, Ofli Campos Guimarães, André Amaral Ribeiro, Lucas Marques Peloso Figueiredo, Davi de Holanda Rocha e Org Investments.

A data final do exercício da opção seria 31 de março de 2025. “Portanto, a opção de compra deixou de ser válida e não poderá ser mais exercida pelo banco BV”, afirmou a companhia no fato relevante enviado ao mercado.

O Méliuz também afirmou que assinou com o veículo de investimento do banco BV (FIP BV) distrato do acordo de votos assinado em março de 2023, com a consequente rescisão dos direitos do FIP BV ali previstos, inclusive o de indicar um membro para o conselho de administração do Méliuz.

Assim, o conselheiro indicado pelo FIP BV, Júlio Cezar Tozzo Mendes Pereira, renunicou ao cargo.

Em relatório, a XP Investimentos ressaltou que os anúncios de hoje levam a equipe de análise a acreditar que o BV pode estar enfrentando dificuldades para monetizar adequadamente os clientes provenientes da parceria com a Méliuz.

“Nesse sentido, vemos a renegociação programada para o final de 2025 como um evento relevante. Acreditamos que, se 2025 for um ano positivo, ambas as partes terão interesse em manter o contrato até 2033. Caso o desempenho seja inferior ao esperado, as duas empresas precisarão decidir se continuam juntas ou não”, avalia.

ACORDO COMERCIAL

O acordo comercial para a oferta de produtos e serviços financeiros entre os grupos também foi objeto de ajustes de determinadas condições, “com Méliuz e banco BV reafirmando sua parceria de longo prazo”, afirmou a companhia no fato relevante, que não detalhou quais foram essas mudanças.

O Méliuz acrescentou que foram negociadas novas diretrizes para 2025 envolvendo o acordo, sem especificar quais, mas citando que, se o ajuste tivesse sido aplicado no seu resultado do terceiro trimestre de 2024, teria um impacto negativo de aproximadamente R$ 7 milhões na receita líquida consolidada.

“A administração do Méliuz reafirma seu compromisso em minimizar potenciais impactos, destacando as oportunidades de crescimento que a parceria com o banco BV pode gerar para a companhia a longo prazo”, afirmou.

A XP colocou a ação em revisão após os anúncios, destacando o impacto financeiro relevante. “Precisamos revisar nossas projeções considerando esse novo cenário”, apontou a casa de análise.

Informações Reuters