A WEG registrou lucro líquido de R$ 1,694 bilhão no quarto trimestre de 2024 (4T24), o que representa uma diminuição de 2,9% na comparação com igual etapa de 2023. A pesquisa LSEG apontava para um lucro de R$ 1,6 bilhão.

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A receita operacional líquida (ROL) entre outubro e dezembro totalizou R$ 10,82 bilhões, que equivale a uma alta de 26,4% ante o registrado em igual etapa de 2023. Na comparação com o desempenho entre julho a agosto de 2024, a variação foi positiva em 9,8%. Já para 2024 inteiro, a linha ficou em R$ 37,99 bilhões, ampliação de 16,9% em relação ao observado em 2023.

A receita do mercado externo em reais foi impactada pela variação do dólar norte-americano médio, que passou de R$ 4,95 no 4T23 para R$ 5,84 no 4T24, uma valorização de 18,0% em relação ao real.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 2,388 bilhões, crescimento de 30,5% na comparação com o 4T23 e de 7,3% em relação ao 3T24, em linha com a pesquisa de LSEG R$ 2,38 bilhões.

A margem ebitda foi de 22,1%, representando um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao 4T23 e uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

As despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) consolidadas totalizaram R$ 1.259,3 milhões no 4T24, um aumento de 35,3% sobre o 4T23 e um aumento de 11,2% sobre o 3T24, principalmente devido a consolidação dos negócios adquiridos da Marathon, Rotor e Cemp e a desvalorização do câmbio no Brasil. Quando analisadas em relação à receita operacional líquida, elas representaram 11,6%, 0,7 ponto percentual maior em relação ao 4T23 e 0,1 ponto percentual acima do valor apresentado no 3T24.

As atividades operacionais apresentaram geração de caixa de R$ 7.252,3 milhões no ano de 2024, resultado do crescimento da receita e melhora das margens operacionais, apesar do aumento da necessidade de capital de giro no período.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) alcançou 34,2% no 4T24, uma queda de 5,0 pontos percentuais em relação ao 4T23 e de 2,9 pontos percentuais em relação ao 3T24.

No 4T24, a companhia investiu R$ 672,4 milhões em modernização e expansão de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso de softwares, sendo 64,7% destinados às unidades produtivas no Brasil e 35,3% destinados aos parques industriais e demais instalações no exterior.

Os resultados da WEG (BOV:WEGE3) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2024 foram divulgados no dia 26/02/2025.

VISÃO DO MERCADO

Por mais um trimestre, as ações da WEG caem forte após a divulgação dos resultados, desta vez do quarto trimestre de 2024 (4T24). Às 11h17 (horário de Brasília), os ativos caíam 7,19%, a R$ 48,68.

A fabricante de motores elétricos registrou lucro líquido de R$ 1,69 bilhão, queda de 2,9% sobre o desempenho de um ano antes, apesar de um avanço de quase 30% na receita do período.

A companhia apurou um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,39 bilhões para o período de outubro ao final de dezembro, expansão de 30,5%. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$ 1,6 bilhão com Ebitda de R$2,38 bilhões para a WEG no período, de acordo com dados da Lseg.

O Itaú BBA ressaltou os dados como um pouco negativos, com a margem Ebitda ligeiramente abaixo das expectativas (22,1% versus estimativas de 22,6% — deveria ter sido 22,4%, se excluído um ajuste contábil relacionado à aquisição da Regal, mas ainda marginalmente abaixo do consenso de mercado).

Antes da abertura do mercado, a equipe de análise do banco apontou que, no geral, o mercado deveria reagir negativamente a esse resultado, apontando ser “um resultado pouco excitante para uma história excitante”.

“Como gostamos de pensar, as ações da WEG se movem de acordo com as inflexões nas expectativas de crescimento e lucratividade e, embora vejamos risco de alta para nossos números vindo do crescimento maior do que o esperado (principalmente em GTD, ou Geração, Transmissão e Distribuição), acreditamos que o mercado se concentrará na decepção da lucratividade (que atribuímos em grande parte ao mix, já que GTD tem margens menores)”, avalia o BBA.

Dito isso, o BBA aponta gostar das ações e vê uma potencial liquidação como uma oportunidade de compra.

O JPMorgan ressalta o Ebitda em linha com o consenso, já que a forte alta de cerca de 26% do Ebitda foi compensada por uma margem Ebitda mais fraca.

Entre os principais pontos positivos, o JPMorgan ressalta: i) crescimento da receita líquida acelerando novamente, para +26% ano a ano (nível mais forte desde o 3T22), com receitas internacionais subindo 43%, ou +21% em termos de dólares americanos; ii) O GTD no exterior continua forte, +66%, atingindo R$ 2,4 bilhões; e iii) a taxa efetiva de imposto foi de 19,6% versus a estimativa do banco de 20,3%.

Entre os principais pontos negativos: i) as margens caíram no trimestre, com margem bruta de 33,4 pp (pontos percentuais), -1,0 pp no ​​trimestre e Ebitda de -0,5 pp no ​​trimestre para 22,1%, impactado pelo mix de produtos e alocação de preço de compra da Marathon, Rotor e Cemp – o que parece um evento único, na visão do banco; e ii) mais uma vez, o SG&A cresceu acima da linha superior em +35% na base anual.

O Goldman Sachs segue com classificação de Venda na WEG, pois vê uma combinação de crescimento abaixo da média histórica no lucro líquido para os próximos anos com múltiplo de preço sobre lucro (P/L) acima da média histórica para 2025 em 30 vezes.

“Com base em nossas interações recentes com clientes, acreditamos que o foco do mercado era precificar na melhoria das margens trimestre a trimestre, devido à forte demanda por transformadores na América do Norte e à depreciação do real anual e trimestralmente”, avalia, também ressaltando que o resultado de hoje poderia ser recebido negativamente pelo mercado.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão