O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, interrompendo uma sequência de seis altas consecutivas, e em linha com os índices acionários de Wall Street, que também recuaram no dia, com mercado voltando a favorecer tese de incerteza pós-decisão do Federal Reserve.
A nível local, investidores reagiram à decisão de juros do Banco Central, e também a leilão robusto de pré-fixados pelo Tesouro, que pressionou vértices da curva de juros.
O Índice Bovespa encerrou com queda de 0,38%, aos 132.007 pontos. O volume de negociação da sessão foi de R$ 23,9 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$16 bilhões.
Os vértices da curva de juros encerraram em alta de até 31 pontos-base, com o mercado reagindo a mais um leilão robusto de pré-fixados (NTN-F e LTN) do Tesouro Nacional, com oferta de NTN-F registrando o maior volume desde 2016.
O contribuidor do TC, Alex Martins, atrelou a forte demanda vista no leilão ao grande volume de vencimentos de pré-fixados no trimestre e semestre. Também citou a participação de instituições por gestão de carteira, como forma de diluição de riscos em razão dos impactos de marcação a mercado.
“Nos últimos anos, a colocação de títulos pré-fixados foi reduzida, com uma maior ênfase nos pós-fixados. No entanto, Daniel Leal, representante do Tesouro, alterou essa estratégia, direcionando os leilões para um maior foco nos pré-fixados. Esse aumento na demanda também está atrelado à expectativa de queda nos juros, o que torna esses papéis mais atrativos para os investidores”, explicou Martins em participação na TC News.
Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em alta de 0,46%, cotado a R$5,689. O índice Dólar DXY avançava 0,33%, aos 103,80 pontos, em meio a um fortalecimento do dólar em âmbito global, diante de narrativa de incertezas prevalecendo por investidores na sessão desta quinta.
Além disso, mercado reagiu à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros, Selic, em 100 pontos-base na noite de ontem, a 14,25%, de forma unânime e sem surpresas, projetando ajuste de menor magnitude em maio e passando a citar sinais incipientes de desaceleração da economia.
Na visão do Goldman Sachs, liderado por Alberto Ramos, o comunicado do Copom inclina-se para viés “hawkish”, com a autoridade monetária “ainda longe” de vencer a batalha contra a inflação. “Ainda há cenário para inflação muito desafiador. O Copom minimizou, de certa forma, sinais incipientes de recuo da atividade”, escreveu em relatório que se seguiu à decisão.
O Goldman antevê juro alcançando pico de 15% em junho deste ano, com “espaço limitado” para corte de juros ao fim de 2025. “Copom seguiu focado em inflação, expectativas desancoradas em decisão. Convergência da inflação à meta não ocorrerá em 2026.”
Investidores tambem reagiram aos resultados de Petroreconcavo, Hapvida, Mater Dei, Positivo, Minerva e outras, que reportam balanços trimestrais na noite de ontem.
Ao fim da sessão, as principais detratoras da sessão foram as ON da Embraer, as PN do Itaú e as ON da Vale, que cederam 6,72%, 0,93% e 0,31%, respectivamente.
Os papéis ON da Embraer, as ON da Petz e da LWSA, lideraram entre as quedas percentuais, recuando 6,72%, 4,54% e 3,99%, na mesma ordem.
Na ponta positiva, destaque para as ON da Minerva, da Marfrig e da JBS, que avançaram 8,41%, 6,70% e 4,27%, nesta ordem.
Nos mercados de commodities, os futuros do petróleo Brent para entrega em maio avançavam ao fim do dia 1,94%, a US$72,15 por barril, depois que os Estados Unidos emitiram novas sanções relacionadas ao Irã, incluindo a uma refinaria chinesa, e novas tensões no Oriente Médio que neutralizaram a força do dólar sobre a commodity.
Operadores tambem avaliaram a notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) emitiu um novo cronograma que sete países-membros, incluindo Rússia, Cazaquistão e Iraque, façam mais cortes na produção de petróleo para compensar o bombeamento acima dos níveis acordados em meses anteriores.
Os contratos futuros do minério de ferro de Dalian caíram 0,46%, na última madrugada pela quarta sessão consecutiva, pressionados por preocupações persistentes sobre a demanda da China pelo principal ingrediente da fabricação de aço com a escalada da guerra comercial global.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
05/03/2025 | 0,20% | 123.046,85 | R$ 19,8 bilhões |
06/03/2025 | 0,25% | 123.357,55 | R$ 21,6 bilhões |
07/03/2025 | 1,36% | 125.034,63 | R$ 20,4 bilhões |
10/03/2025 | – 0,41% | 124.519,38 | R$ 20,2 bilhões |
11/03/2025 | -0,81% | 123.507,35 | R$ 19,3 bilhões |
12/03/2025 | 0,29% | 123.866,39 | R$ 18,1 bilhões |
13/03/2025 | 1,43% | 125.637,11 | R$ 20,6 bilhões |
14/03/2025 | 2,64% | 128.957,09 | R$ 27,2 bilhões |
17/03/2025 | 1,46% | 130.833,96 | R$ 22,9 bilhões |
18/03/2025 | 0,49% | 131.474,73 | R$ 21,3 bilhões |
19/03/2025 | 0,79% | 132.508,45 | R$ 24,3 bilhões |
20/03/2025 | -0,38% | 132.007,88 | R$ 23,9 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Caixa Seguridade (CXSE3)
A oferta secundária de ações da Caixa Seguridade foi precificada em R$ 14,75 por ação. Saiba mais…
Cosan (CSAN3)
De acordo com apuração do Valor, a Cosan está avaliando novas alternativas para seus ativos para reduzir alavancagem. Em uma delas, a Raízen, joint-venture entre Cosan e Shell, está avaliando um aumento de capital. Saiba mais…
Eletrobras (ELET3/ELET6)
A Triunfo disse que a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a transferência das ações da Tijoá, empresa que opera a usina hidrelétrica de Três Irmãos, para a Eletrobras, após pedido da controlada Juno. Saiba mais…
Gol (GOLL4)
O juiz da corte de falências de Nova York marcou para o dia 20 de maio a audiência de confirmação do plano de reestruturação financeira proposto pela Gol, conforme documento assinado na terça-feira, 18. Na ocasião, o magistrado vai dizer se concorda ou não com a proposta da companhia aérea para sair do Chapter 11 o equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos, em que a empresa entrou em janeiro do ano passado. Saiba mais…
GPA (PCAR3)
O GPA contratou, junto ao Rabobank, um empréstimo em moeda estrangeira, cuja liquidação foi concluída nesta data. Saiba mais…
Guararapes (GUAR3)
O Grupo Guararapes, responsável pela rede de lojas Riachuelo, reportou lucro líquido de R$ 249,9 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 8,8% ante o mesmo período de 2023. No acumulado de 2024, o lucro líquido totalizou R$ 235 milhões e reverteu prejuízo de R$ 34,3 milhões apurado um ano antes. Saiba mais…
Hapvida (HAPV3)
A Hapvida apresentou lucro líquido ajustado de R$ 514,7 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 98,8% ante o mesmo período de 2023. No critério sem ajuste, a companhia teve lucro de R$ 167,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 82 milhões visto no quatro trimestre de 2023. Saiba mais…
A operadora de saúde Hapvida informou que retificou seus saldos contábeis relativos aos exercícios de 2016 a 2023. Saiba mais…
Lavvi (LAVV3)
A construtora e incorporadora Lavvi registrou lucro líquido de R$ 119,9 milhões no quarto trimestre de 2024, 36% superior ao anotado no mesmo período um ano antes. Saiba mais…
Mater Dei (MATD3)
O Hospital Mater Dei registrou um lucro líquido de R$ 8,1 milhões no quarto trimestre de 2024. No entanto, excluindo o resultado do Hospital Porto Dias, houve uma queda de 59%. No acumulado do ano, a empresa teve prejuízo de R$ 323,9 milhões, revertendo o lucro de R$ 141,2 milhões registrado em 2023. Saiba mais…
O Mater Dei aprovou o cancelamento do saldo das ações mantidas em sua tesouraria no momento presente, no montante total 5.729.500 ações ordinárias, sem valor nominal, de emissão da Companhia, sem redução do valor do Capital Social. Saiba mais…
Minerva (BEEF3)
A Minerva Foods registrou prejuízo líquido de R$ 1,567 bilhão no quarto trimestre de 2024, uma reversão do lucro de R$ 19,8 milhões em igual período de 2023, informou a companhia. Saiba mais…
Oncoclínicas (ONCO3)
A Oncoclínicas está sendo questionada por um grupo de acionistas minoritários representados pela Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo (Abraicc) por ausência de convocação de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) após o Fundo Centaurus, veículo de investimento detido indiretamente pela gestora de Private Equity Centaurus, passar a deter uma fatia de 16,05% no grupo em novembro do ano passado, informa o Broadcast. Saiba mais…
PetroReconcavo (RECV3)
A PetroReconcavo reportou lucro líquido de R$ 32,4 milhões no quarto trimestre de 2024, queda de 83% ante igual período de 2023. Já no ano de 2024, o lucro líquido alcançou R$ 437,5 milhões, recuo de 38% na comparação ano contra ano. Saiba mais…
Positivo (POSI3)
A Positivo Tecnologia reportou lucro líquido de R$ 14 milhões no quarto trimestre de 2024, queda de 92,7% em relação ao mesmo período de 2023. No consolidado do ano, o indicador totalizou R$ 85 milhões, redução de 66,1% frente ao ano anterior. Saiba mais…
Randoncorp (RAPT4)
A Randoncorp teve lucro líquido de R$ 117,7 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 112,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (4T23).
(Com informações da TCMover e Momento B3)