A JSL, empresa de logística do grupo Simpar, registrou lucro líquido de R$ 22,7 milhões no quarto trimestre de 2024, uma redução de 68,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“A exclusão desse benefício impactou diretamente a comparação dos resultados, mas reforça a solidez operacional da companhia, que conseguiu crescer mesmo sem essa vantagem tributária“, explicou Guilherme Sampaio, CFO da JSL, em entrevista ao InfoMoney.

Enquanto isso, o Ebitda ajustado da companhia alcançou R$ 434 milhões no 4T24, um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No consolidado do ano, o indicador ficou em R$ 1,7 bilhão, avanço de 15,8%. A margem Ebitda ajustada, no entanto, recuou 0,7 ponto percentual, fechando o ano em 19,4%, reflexo do aumento de custos operacionais.

A receita bruta da JSL atingiu R$ 2,94 bilhões no quarto trimestre, um avanço de 15% na comparação anual. No acumulado de 2024, somou R$ 10,7 bilhões, um crescimento de 19,7% frente ao ano anterior. A receita líquida de serviços, que exclui a venda de ativos, subiu 16,4% no 4T24 e 20% no consolidado do ano, impulsionada pelo crescimento orgânico e pela incorporação das aquisições recentes.

“Esse crescimento reflete a estratégia da JSL em buscar expansão tanto de forma orgânica quanto por aquisições. Tivemos uma performance sólida nas empresas adquiridas, além de um foco constante em eficiência e qualidade nos serviços, o que contribuiu para esse avanço da receita líquida”, destacou o CFO.


Alavancagem e capital de giro da JSL

A relação dívida líquida/Ebitda ajustado da JSL encerrou o ano em 3,04x, mas a empresa enxerga espaço para reduzi-la ainda mais — com estratégias focadas na melhoria do capital de giro. Entre as medidas estão a redução no prazo de recebimento e a desalavancagem natural via crescimento da receita.

“Nós terminamos o ano com uma alavancagem dentro do nosso plano e seguimos atentos à eficiência do capital de giro. Continuamos com boa liquidez, com R$ 1,9 bilhão em caixa e um total de R$ 2,6 bilhões disponíveis, o que nos permite ter tranquilidade para honrar obrigações e seguir crescendo de forma sustentável”, destaca Sampaio.

Vale dizer que a JSL reduziu os investimentos em capex no segundo semestre, o que se deve à concentração de grandes aportes no início do ano. Um dos principais projetos foi na indústria de papel e celulose, em Mato Grosso. O movimento também reflete o aumento da participação do modelo asset light, que cresceu para 54% da receita, contra um patamar de 49% a 51% anteriormente.

Além disso, Sampaio frisa que a JSL fechou R$ 5,4 bilhões em novos contratos em 2024, com diversificação setorial ao longo dos trimestres. No primeiro trimestre, 41% dos contratos foram voltados ao setor de papel e celulose, enquanto no segundo, alimentos e bebidas representaram 71% dos novos negócios. Nos dois últimos trimestres, os destaques foram os setores químico e de varejo/e-commerce.

5 anos de IPO (de olho em 2030)

Completando 5 anos desde o IPO (Oferta Pública Inicial, em português), a JSL tem buscado se posicionar para um crescimento sustentável nos próximos anos — tanto no mercado doméstico quanto no exterior.

Embora o foco das operações continue sendo o Brasil, a empresa adota dois modelos de atuação internacional: transporte entre países da América do Sul e operações locais independentes, como no Paraguai, África do Sul e Gana.

Junto a isso, o executivo frisa que a empresa tem investido fortemente na digitalização das operações. Em 2024, a JSL lançou uma plataforma digital e avançou em automação nos armazéns, utilizando drones e equipamentos autônomos para otimizar a logística. “Esses investimentos são essenciais para alcançarmos nossos objetivos até 2030”, explica Sampaio.

Os resultados da JSL (BOV:JSLG3) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2024 foram divulgados no dia 24/03/2025.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão