A saída do Dr. Peter Marks, chefe do setor de vacinas da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, provocou reação negativa imediata no mercado de biotecnologia.

As ações da Moderna (NYSE:MRNA) caíam quase 10% no início da tarde de segunda-feira, 31 de março de 2025. Perdas também são vistas entre outras empresas ligadas a vacinas e terapias genéticas, como na BioNTech (NASDAQ:BNTX), com baixa de 6,4%, e na Vaxcyte (NASDAQ:PCVX), que desabava 52,2%.

A Moderna e a BioNTech também são negociadas na B3 através das BDRs (BOV:M1RN34) e (BOV:B1NT34), que caíam 11,7% e 5,0%, respectivamente.

Dr. Marks renunciou após divergências com o novo Secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas. Segundo a carta de demissão, Marks não pôde continuar diante da disseminação de desinformação, o que representa um choque entre ciência e política dentro do alto escalão da saúde americana.

A liderança de Marks no Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica (CBER) desde 2016 foi decisiva para aprovações rápidas durante a pandemia e no avanço de terapias para doenças raras. Sua saída, prevista para 5 de abril, abre uma lacuna importante no FDA.

Analistas acreditam que, embora o impacto em empresas focadas em doenças genéticas seja limitado no curto prazo, a incerteza regulatória pode frear inovações. A falta de clareza sobre quem sucederá Marks agrava o cenário, sobretudo para setores que dependem de caminhos de aprovação ágeis.

O temor é que o sucessor não compartilhe da visão pró-inovação de Marks, o que pode prejudicar desenvolvedores de vacinas e terapias celulares. A renúncia também reacende preocupações sobre cortes no Departamento de Saúde, afetando milhares de cargos, e possíveis novas saídas de altos funcionários.