(30/04/2025): A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 76,1% (dado revisado) em fevereiro para 75,9% em março, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 30. Em reais, a DBGG passou de R$ 9,045 trilhões para R$ 9,096 trilhões.
Pelo conceito do Fundo Monetário Internacional (FMI), a DBGG recuou de 88,6% (dado revisado) para 88,3% do PIB no período. O BC informou, no mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), que iria incorporar a metodologia do FMI às suas divulgações.
O pico da série da dívida bruta no critério do BC foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), devido às medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A DBGG – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o BC e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) – que leva em conta as reservas internacionais do Brasil – subiu de 61,4% do PIB em fevereiro para 61,6% em março. Em reais, atingiu R$ 7,380 trilhões.
Crédito:
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro aumentou 0,6% entre fevereiro e março informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 30. O estoque atingiu R$ 6,484 trilhões, uma alta de 9,9% no acumulado de 12 meses.
O saldo para pessoas físicas avançou 0,7% em março e 11,5% em 12 meses. Para empresas, aumentou 0,5% no mês e cresce 7,4% em 12 meses.
O estoque de crédito livre aumentou 0,6% em março. O do crédito direcionado, com recursos do BNDES e poupança, aumentou 0,7% na mesma comparação. Entre os recursos livres, o saldo para pessoas físicas subiu 0,6% e o estoque para as empresas cresceu 0,5%.
O total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 54,2% em fevereiro (dado revisado) para 54,1% em março.
Setor público consolidado
O setor público consolidado – formado por União, Estados, municípios e empresas estatais – registrou, um superávit primário de R$ 3,6 bilhões em março de 2025, informou hoje (30) o Banco Central (BC). O resultado representa uma melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o resultado foi superavitário em R$ 1,2 bilhão.
Segundo o BC, no mês de janeiro, o Governo Central – composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit de R$ 2,3 bilhões, enquanto os governos regionais registraram superávit de R$ 6,5 bilhões.
Os dados divulgados pela autoridade monetária mostram ainda que as empresas estatais também tiveram um superavit em março. O valor ficou em R$ 566 milhões.
No acumulado de 12 meses, o déficit primário do setor público foi R$ R$ 13,5 bilhões, o equivalente a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB) – indicador relacionado com a atividade econômica de um lugar durante um determinado período . O resultado mostra uma queda no índice na comparação de março com fevereiro, quando o valor deficitário ficou em R$ 15,9 bilhões, correspondendo a 0,13% do PIB.
O BC disse ainda que os juros nominais do setor público consolidado somaram R$ 75,2 bilhões em março, ante os R$ 64,2 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado.
Juros nominais
Em relação ao acumulado em 12 meses, os juros nominais alcançaram R$ 935,0 bilhões, o que equivale a 7,8% do PIB, em março deste ano.
Com isso, o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 71,6 bilhões em março.
“No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 948,5 bilhões (7,92% do PIB), ante déficit nominal de R$939,8 bilhões (7,91% do PIB) em fevereiro de 2025”, disse o BC.
Em relação à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – que compreende o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – o resultado atingiu 75,9% do PIB, ficando em R$ 9,1 trilhões em março, uma redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) do PIB em relação ao mês anterior.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 61,6% do PIB, ficando em R$ 7,4 trilhões em março. O resultado representa uma elevação de 0,2 p.p. do PIB no mês.
“No ano, a DLSP elevou-se 0,1 p.p. do PIB, refletindo, em especial, os impactos dos juros nominais (+1,6 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada de 7,3% (+0,9 p.p.), do superávit primário do período (-0,7 p.p.), da variação do PIB nominal (-1,2 p.p.) e dos demais ajustes da dívida externa líquida (-0,4 p.p.)”, disse o BC.
(bc)