O Ibovespa fechou em firme alta nesta quinta-feira, seguindo o bom desempenho de Wall Street, em sessão amplamente positiva no cenário local, refletindo reação de investidores a declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, que geraram expressiva descompressão na curva de juros e impulsionaram ações de empresas alavancadas ou cíclicas, como as do setor de varejo.

O Índice Bovespa encerrou com avanço de 1,79%, aos 134.580 pontos. O volume de negociação foi de R$19,9 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$17,5 bilhões. O índice renovou máximas do ano e está operando apenas a cerca de 2% abaixo da máxima histórica registrada em agosto de 2024.

Os vértices ao longo da curva de juros encerraram em queda de até 30 pontos-base, após comentários de Guillen, na esteira das falas do diretor de Política Monetária, Nilton David, na véspera, que alimentaram narrativa de possível aperto de menor magnitude na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio.

Apesar de não refletir nos preços durante a sessão de hoje, o mercado também acompanhou o leilão de títulos pré-fixados (NTN-F e LTN) pelo Tesouro, que vendeu integralmente as 23 milhões de LTN e as três milhões de NTN-F ofertadas.

Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em queda de 0,26%, cotado a R$5,695 caminhando para registrar a quinta sessão de queda consecutiva. O índice Dólar DXY recuava 0,46%, aos 99,32 pontos.

Durante evento promovido pela XP em Washington, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que o atual cenário internacional, marcado por elevada incerteza, exige “cautela e flexibilidade” da autoridade monetária. Ele descartou a utilidade de divulgar projeções sobre os próximos passos da política monetária nesse contexto.

Guillen argumentou que, embora outros bancos centrais e instituições como o próprio FMI divulguem cenários múltiplos com possíveis respostas de política monetária, essa estratégia não traria benefícios relevantes no momento atual. “O choque de incerteza é mais difícil de medir e tem impactos variados. Por isso, em períodos assim, a recomendação da teoria e da prática é agir com gradualismo, ser transparente e evitar movimentos bruscos”, afirmou Guillen.

O economista-chefe da Exploritas, Sidnei Spacov, avaliou que há uma “chance alta” do Copom optar por um aperto de 25 pontos-base na próxima reunião, em maio. Em publicação na rede social X, Spacov destacou que Guillen adotou um tom de “bastante cautela”, citando a necessidade de “cautela e flexibilidade” diante do cenário internacional incerto.

Segundo o economista, a comunicação de Guillen repete o tom da mensagem já expressa por Nilton David, em declarações feitas na véspera.

No final do dia, foi a vez do diretor do BC, Paulo Picchetti, afirmar que o atual nível da taxa de juros no Brasil é bastante restritivo, mas que ainda não está claro se é suficiente para conter a inflação.

Picchetti ressaltou que a inflação segue elevada e dispersa, o que segue sendo uma grande preocupação para a autarquia e que o cenário exige cautela, uma vez que a autoridade monetária precisa ponderar diversos riscos em suas decisões. No campo fiscal, o diretor afirmou que não há dominância fiscal no Brasil, mas alertou que o mercado já não espera uma consolidação das contas públicas no curto prazo.

Segundo Picchetti, as expectativas para o fiscal se deterioraram recentemente, ao mesmo tempo em que surgem sinais de desaceleração na atividade econômica. Esses elementos, combinados, tornam o ambiente mais desafiador para a definição da taxa de juros nos próximos meses.

Após as declarações dos membros do BC, aumentaram as apostas para uma alta de 25 pontos-base na Selic na reunião de maio, embora a maioria do mercado ainda projete aumento de 50 pontos-base. Segundo as opções negociadas na BM&F, as chances de elevação de 25 pbs subiram para 34%, enquanto apostas em elevação de 50 pbs recuaram a 58%.

De olho no ciclo de juros, o mercado praticamente ignorou afirmação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, no meio da tarde, de que em 2027 país terá “grande problema com o fiscal”, uma vez que não é previsto ajuste estrutural em 2026.

No noticiário corporativo, mercado repercutiu balanços de resultados do primeiro trimestre de Usiminas e da Hypera — esta última trouxe números fracos, mas com prejuízo abaixo do previsto e melhora relevante no capital de giro, segundo BTG.

Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as ON da Vale, as PN do Itaú e as ON da B3, que avançavam 1,56%, 1,94% e 4,90%, respectivamente.

Os papéis ON da Hypera, da Magazine Luiza e da Petz, lideraram entre as altas percentuais, avançando 12,27%, 10,80% e 9,65%, na mesma ordem.

Na ponta negativa, destaque para as PN da Azul, as ON da Minerva e as PNA da Usiminas, que recuaram 24,84%, 5,30% e 4,28%, nesta ordem.

Investidores tambem aguardam a divulgação dos balanços de Vale e Multiplan na noite de hoje.


Data Variação Pontuação Volume Financeiro
01/04/2025 0,68% 131.147,29  R$ 24,7 bilhões
02/04/2025  0,03%   131.190 R$ 17,0 bilhões
03/04/2025 -0,04% 131.140,65 R$ 28 bilhões
04/04/2025 -2,96% 127.256,00 R$ 31,6 bilhões
07/04/2025 -1,31%  125.588,09 R$ 43,7 bilhões
08/04/2025  -1,49% 123.950 R$  bilhões
09/04/2025 3,12% 127.795,93 R$ 40,6 bilhões
10/04/2025 -1,13% 126.354,75 R$ 25,9 bilhões
11/04/2025 1,05%  127.682,40 R$ 22,4 bilhões
14/04/2025 1,39% 129.454 R$ 21,5 bilhões
15/04/2025  0,16%  129.245,39  R$ 20,4 bilhões
16/04/2025 -0,72% 128.316,89 R$ 25,1 bilhões
17/04/2025 1,04% 129.650,03 R$ 22,4 bilhões
22/04/2025 0,63% 130.464,38 R$ 18,3 bilhões
23/04/2025 1,34%  132.216,07 R$ 24,2 bilhões
24/04/2024 1,79% 134.580,43 R$ 26,7 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Auren (AURE3)

    A Auren Energia realizou uma amortização facultativa parcial de sua emissão de debêntures no valor de R$ 3,2 bilhões, o equivalente a 59% do total da emissão, que soma R$ 5,4 bilhões. Saiba mais…

    Azul (AZUL4) 

    O Conselho de Administração da Azul aprovou o efetivo aumento do capital social da companhia, bem como a sua homologação, mediante a emissão de 464.089.849 novas ações, ao preço de R$ 3,58 por ação, perfazendo, o montante total de R$ 1,661 bilhão. Saiba mais…

    BRF (BRFS3)

    O frigorífico BRF captou R$ 1,25 bilhão com sua 6ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em 4 séries. Saiba mais…

    CCR (CCRO3)

    A Motiva, antiga CCR, informou que sua ação ordinária (ON) passará a ser negociada na B3 sob ticker “MOTV3” a partir de 2 de maio. Mudança faz parte da reestruturação do maior grupo de concessão de infraestrutura de transporte do Brasil. Saiba mais…

    GPS (GGPS3)

    A GPS concluiu a aquisição, pela sua controlada LC Administração de Restaurantes, de 60% das ações de emissão da sociedade Nutricar Brasil Comércio de Produtos Alimentícios.

    Hypera (HYPE3) 

    A Hypera Pharma registrou prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 138,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro líquido de R$ 391,5 milhões visto no mesmo período do ano anterior. Saiba mais…

    Petrobras (PETR3/PETR4)

    A Petrobras informou que o conselho de administração autorizou acordo com a subsidiária da Unigel, Proquigel, para a retomada de operações em fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe. Saiba mais…

    A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicou que a Petrobras descumpriu sua ordem e não desocupou completamente a plataforma da companhia que pegou fogo na segunda-feira no campo de Cherne, na Bacia de Campos, deixando diversos feridos. Saiba mais…

    Petrobras (PETR3/PETR4) e Vale (VALE3)

    A Petrobras fechou parceria com a Vale para testar óleo combustível marítimo com 24% de volume renovável em um navio afretado pela mineradora. A estatal informou que a parceria comercial foi fechada pela subsidiária Petrobras Singapore e envolve uma carga de bunker “very low sulfur” (VLS) B24 com 24% de biodiesel de segunda geração, que abasteceu o navio graneleiro Luise Oldendorff, de propriedade da Oldendorff Carriers, em 22 de abril. Saiba mais…

    Usiminas (USIM5)

    A Usiminas reportou lucro líquido de R$ 337 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), montante 845% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2024, impulsionado por maiores resultados operacionais e financeiros. O resultado veio acima da projeção de R$ 225 milhões da pesquisa LSEG. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)