A decisão de Trump de impor tarifas de 20% às importações da União Europeia provocou reações imediatas. O presidente da França, Emmanuel Macron, incentivou empresas europeias a suspenderem novos investimentos nos EUA, alegando incoerência diante do “ataque econômico” norte-americano.

Empresas francesas como Airbus SE (EU:AIR) e Pernod-Ricard (EU:RI) já analisam alternativas para contornar a crise e minimizar danos financeiros. O governo francês também sugere retaliação europeia, especialmente no setor de tecnologia e serviços digitais americanos.

Em Portugal, o ministro Pedro Reis convocou reuniões para a próxima quarta-feira com indústrias-chave, como a têxtil e metalúrgica, para criar medidas paliativas contra os impactos dessas tarifas, previstas para entrar em vigor em 5 de abril.

A Suíça, por sua vez, foi surpreendentemente afetada: viu suas exportações aos EUA sofrerem tarifa de 31%, o triplo do Reino Unido ou muito maior que da UE.

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Empresas suíças de peso, como as empresas de relógios de luxo Rolex e Swatch, enfrentam queda acentuada na demanda americana, potencialmente resultando em reduções de preço e margens menores, segundo a Bloomberg. O índice SMI (Swiss Market Index) recuou 1,5% com essas inquietações profundas do mercado.

A medida provisória de isentar produtos farmacêuticos e químicos, faz com que o setor farmacêutico suíço, cujas exportações para os EUA representaram mais da metade do total em 2024, escape temporariamente das tarifas.

Porém, Roche e Novartis já revisam seus planos de investimento nos EUA. Ambas ressaltaram a necessidade urgente de se adaptarem para proteger suas operações, considerando investimentos adicionais nos EUA.

Para o principal parceiro comercial dos EUA, Canadá, as tarifas anteriores já causaram redução expressiva nas exportações. O país registrou inesperadamente déficit comercial de C$ 1,5 bilhão em fevereiro, decepcionando expectativas anteriores de superávit.

Produtos canadenses, especialmente energia e veículos automotores, sofreram quedas nas exportações para os EUA, decorrente da antecipação de tarifas setoriais específicas que prejudicam diretamente o fluxo comercial entre os dois países.

Apesar de poupado temporariamente das novas tarifas, o Canadá tem desafios contínuos com a incerteza comercial. Analistas indicam que essa instabilidade impactará negativamente o PIB canadense em médio prazo, com volatilidade comercial crescente.

A montadora Stellantis NV (NYSE:STLA), por exemplo, suspendeu temporariamente suas fábricas no Canadá e México devido às tarifas automotivas norte-americanas, afetando diretamente a produção das marcas Jeep e Ram.