A Stellantis (NYSE:STLA) anunciou a suspensão temporária de suas operações em fábricas no Canadá e México.

A medida é diretamente ligada às novas tarifas impostas pelo governo dos EUA. Como consequência, cerca de 900 trabalhadores americanos serão demitidos temporariamente, atingindo unidades de estampagem e transmissão em Michigan e Indiana.

As tarifas de 25% sobre automóveis importados, decretadas pelo presidente Donald Trump, têm gerado instabilidade no setor automotivo. A medida tem o objetivo de fortalecer a produção interna do país, mas também afeta uma cadeia altamente integrada entre os três países da América do Norte.

No Canadá, a fábrica de Windsor, responsável por modelos como o Chrysler Pacifica, ficará parada por duas semanas. No México, a planta de Toluca, onde são fabricados veículos Jeep, interromperá suas atividades durante todo o mês de abril, embora os funcionários sigam recebendo salário.

Sindicatos como o Unifor, no Canadá, e o United Auto Workers, nos EUA, criticaram duramente a Stellantis, com alegações de que as demissões são desnecessárias e refletem uma decisão corporativa, não uma obrigação. Para eles, os trabalhadores estão pagando o preço que desconsidera a interdependência da indústria automotiva na região.

A Stellantis afirmou estar comprometida em se adaptar rapidamente ao novo cenário e que suas marcas vêm apresentando bons resultados de mercado em vendas da Jeep e Ram em março, apesar do momento ser desafiador.

A indústria ainda enfrenta incertezas sobre os efeitos de longo prazo das tarifas no mercado norte-americano. Enquanto a Stallantis anunciou demissões e paralizações, concorrentes têm adotado outra abordagem.

A General Motors (NYSE:GM) (BOV:GMCO34) aumentará a produção de caminhões em Indiana, e a Ford Motor (NYSE:F) (BOV:FDMO34) lançou promoções para os consumidores.