O volume financeiro médio negociado na B3 no segmento de ações subiu 2,4% em março de 2025 na comparação com o registrado em igual período de 2024, ficando em R$ 25,147 bilhões. Em relação a fevereiro, houve baixa de 2,2%.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:B3SA3) nesta segunda-feira (14).


O mercado de opções teve destaque, com alta de 26,1%, somando R$ 714 milhões por dia. No total, os volumes em ações subiram 2,4%, atingindo R$ 25,1 bilhões. O giro de mercado aumentou 1.114 pontos-base, alcançando 140,8%, enquanto a capitalização média das empresas caiu 6,6%, para R$ 4,28 trilhões.

Na renda fixa, as novas emissões somaram R$ 1,63 trilhão, crescimento de 17,6% frente a março de 2024. O estoque de instrumentos de crédito também avançou 26,5%, totalizando R$ 7,9 trilhões. No Tesouro Direto, o número de investidores alcançou 2,95 milhões, com um estoque de R$ 151 bilhões – alta de 16,1% em um ano, segundo a B3SA3.

Entre os derivativos, o volume médio diário negociado caiu 12,1% em relação a março do ano anterior, mas subiu 1,8% frente a fevereiro, atingindo 9,17 milhões de contratos. Destaque para o contrato futuro de criptoativos, que movimentou 241 mil contratos no mês. A receita por contrato médio (RPC) subiu 27,5% no comparativo anual.

Na frente corporativa, o número de empresas listadas na B3 recuou para 421, frente a 443 em março de 2024, refletindo um movimento de consolidação e cancelamentos de registro.

Entre as plataformas tecnológicas, o número de participantes em balcão cresceu 6,2% em um ano, enquanto o estoque de fundos administrados caiu 1% em relação a fevereiro, fechando o mês em R$ 4,63 trilhões.

VISÃO DO MERCADO

A operadora da bolsa brasileira B3 divulgou na segunda-feira (14) seus números operacionais do março de 2025, ainda impactados por incertezas macro domésticas e internacionais, na avaliação da XP Investimentos. Às 10h49, a ação da empresa subia 0,66%, a R$ 12,25.

No trimestre, o volume financeiro médio negociado (ADTV) de ações e Derivativos ficaram 5% e 13% abaixo das estimativas da XP, respectivamente. Como resultado, a corretora considera o trimestre ligeiramente abaixo das suas expectativas.

Para o ano de 2025, a XP reiterou uma perspectiva cautelosa, uma vez que o atual ciclo de aperto monetário deverá continuar a ser o principal obstáculo à retomada de uma atividade mais forte no mercado de capitais.

Do lado da renda fixa, no entanto, a XP ressalta que o momentum positivo permanece, com novas emissões totalizando R$ 4,770 trilhões no 1T25. Os derivativos de Balcão também melhoraram, atingindo R$ 3,982 trilhões.

Em síntese, apesar das melhorias apresentadas pela empresa nos últimos trimestres, a XP prevê que o momentum para as ações da B3 permaneça pressionado, uma vez que o ciclo de elevação da taxa de juros doméstica pode afetar negativamente os futuros de dinheiro e o apetite dos investidores. Dessa forma, a instituição financeira manteve sua visão conservadora para a B3, com recomendação neutra e preço-alvo de 14.

O JPMorgan, por sua vez, destaca que os volumes ficaram 2% abaixo das suas estimativas. A composição pode ajudar – houve uma leve queda no volume de co-location (serviço de hospedagem de servidores e hardwares em um data center, que permite a interligação com a plataforma de negociação da Bolsa) para 46,0% contra 46,4% no 4T24 e no exercício de opções para R$ 4,6 bilhões ante R$ 5,2 bilhões, o que pode oferecer um pequeno alívio nas margens de tarifas de ações.

Já o Goldman Sachs aponta que os dados operacionais de março mostraram um ADTV em ações modestamente menor, de R$ 25,1 bilhões. No entanto, o banco destaca que o ADTV de abril está significativamente mais alto, em R$ 27,6 bilhões. As receitas com ações e derivativos (excluindo ações) também caíram em março.

Por outro lado, segundo o Goldman Sachs, os volumes sob custódia e os registros melhoraram, enquanto a unidade de financiamento teve desempenho mais fraco no mês.

Ainda assim, o Goldman projeta que as receitas melhorem sequencialmente no 1T25 e que as despesas caiam após a pressão sazonal no 4T24. Com isso, o banco estima que a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) suba para 68,7%, ante 66,6% no 4T24 — mas abaixo dos 71,5% registrados no 1T24.

O JPMorgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de 14, enquanto o Goldman Sachs reiterou recomendação de compra e elevou preço-alvo de R$ 12 para R$ 13.

Informações EQI