No sábado, 03 de maio de 2025, a Berkshire Hathaway (NYSE:BRK.B) anunciou o registro de uma redução de 14% em seu lucro operacional no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 9,6 bilhões, influenciada principalmente pela queda de quase 50% nos ganhos com subscrição de seguros, impactados em US$ 860 milhões por perdas relacionadas a incêndios na Califórnia.

O conglomerado viu seu caixa atingir um patamar recorde, alcançando US$ 347,7 bilhões até o final de março, indicando dificuldade em encontrar boas oportunidades de investimento em meio ao cenário incerto provocado pelas tarifas comerciais. No final de 2024, o caixa era de US$ 334 bilhões.

Warren Buffett, CEO da Berkshire, criticou durante a reunião anual de acionistas, realizada em Omaha, Nebraska, as políticas tarifárias impostas pelo governo dos EUA, destacando que utilizar tarifas como arma política ou econômica é prejudicial tanto para o país quanto globalmente.

Buffett enfatizou a necessidade dos EUA negociarem mais abertamente com outros países, alertando que práticas protecionistas poderiam ter sérias implicações econômicas de longo prazo. Ele afirmou ainda que o comércio equilibrado é bom para o mundo, ressaltando os benefícios da cooperação internacional.


A receita da Berkshire se manteve praticamente estável no primeiro trimestre, em US$ 89,73 bilhões, apresentando apenas uma leve queda de 0,2%.

O lucro líquido caiu 64%, atingindo US$ 4,6 bilhões, impactado por perdas de investimentos e efeitos cambiais negativos de US$ 713 milhões. O lucro por ação classe B ficou em US$ 2,13, em comparação com a estimativa de consenso de US$ 4,72.

O conglomerado optou por não recomprar ações próprias pelo terceiro trimestre consecutivo, indicando, segundo analistas como Cathy Seifert da CFRA Research, que o preço atual das ações pode estar acima do que a empresa considera atraente para novas aquisições.

A seguradora de automóveis Geico, uma das principais subsidiárias da Berkshire, apresentou um aumento de 13% nos lucros de subscrição antes dos impostos, totalizando US$ 2,2 bilhões. A empresa continua em recuperação após cortar sua força de trabalho de aproximadamente 50.000 para cerca de 20.000 funcionários.

De acordo com o relatório Berkshire 10-Q, a empresa comprou US$ 3,2 bilhões e vendeu US$ 4,7 bilhões, revelando que a Berkshire vendeu US$ 1,5 bilhão líquido em ações durante o trimestre, vendendo mais do que comprou pelo décimo trimestre consecutivo.

A Berkshire mantém posições na American Express (NYSE:AXP), Apple (NASDAQ:AAPL), Bank of America (NYSE:BAC), Coca-Cola (NYSE:KO) e Chevron (NYSE:CVX), que representam cerca de 69% do valor total de sua carteira.

Embora as incertezas relacionadas às tarifas continuem preocupando o conglomerado, Buffett destacou que a Berkshire permanece cautelosa e seletiva em suas estratégias, alertando investidores a considerarem o lucro operacional como indicador mais relevante do desempenho da empresa.