A Brava Energia recebeu do acionista Yellowstone carta solicitando a exclusão de artigos que tratam da obrigatoriedade de realização de oferta pública de aquisição de ações (OPA) em caso de aquisição de participação relevante, presentes no estatuto da companhia.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:BRAV3) nesta terça-feira (27).
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O instrumento também é conhecido como “poison pill” e busca evitar ofertas hostis.
O Yellowstone Fundo de Investimento Financeiro em Ações possui 5,3% do capital social da Brava.
A Brava acrescentou que a proposta será avaliada por sua administração.
VISÃO DO MERCADO
Às 10h34, a ação da petrolífera subia 5,55%, a R$ 19,98.
A XP Investimentos acredita que as ações podem reagir positivamente ao anúncio devido às expectativas de possíveis fluxos de compra para as ações. O limite da “poison pill” está fixado em 25% nos estatutos da Brava, o que implica que uma parte interessada que possua cerca de 5% das ações poderia adquirir 20% adicionais antes de acionar essas disposições.
O time da XP não prevê mudanças significativas nos fundamentos da empresa neste momento. Em abril, o jornal Valor Econômico informou que a Ebrasil também possui uma participação na Ocyan (operadora das plataformas no campo Papa-Terra da Brava), que o grupo vendeu anteriormente uma participação na usina termelétrica de Celse para a Eneva (valor total da transação de R$ 6,7 bilhões) e que o fundo Yellowstone é administrado pelo BTG Pactual.
Na avaliação do BBI, o movimento da Yellowstone sinaliza que o fundo não acredita em um modelo de corporação de capital aberto para a Brava. “A reação do mercado a essa sinalização deverá ser observada nos próximos dias, refletida no comportamento do preço das ações”, ressaltam analistas.
No longo prazo, segundo BBI, o risco associado à possível mudança dependerá de qual comprador estratégico vier a construir posição na companhia. “Já no curto prazo, a entrada de um comprador estratégico adquirindo ações dos atuais acionistas de referência poderia reduzir um eventual excesso de oferta no mercado, o que tende a ser interpretado como um fator positivo.”
Do lado positivo, a Genial Investimentos avalia que mudança pode facilitar movimentos estratégicos, como combinações societárias ou entrada de investidores relevantes, ao remover barreiras legais que exigem OPA obrigatória — além de demonstrar um eventual apetite pelo case.
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Por outro lado, a Genial destaca que a retirada dessas proteções pode ser percebida como enfraquecimento das defesas dos minoritários, o que tende a elevar a percepção de risco de governança para alguns investidores. “O impacto será determinado pelo desfecho da votação e pela reação dos principais acionistas institucionais.”