A Ford Motor Co. (NYSE:F) recuava mais de 2% no pré-mercado de terça-feira, 6 de maio de 2025, depois que retirou sua projeção para 2025 em meio ao impacto das tarifas comerciais impostas pelo governo Trump. A Ford Motor também é negociada na B3 através da BDR (BOV:FDMO34).

A montadora estima um impacto bruto de US$ 2,5 bilhões neste ano, dos quais espera mitigar US$ 1 bilhão com medidas operacionais e logísticas.

O lucro ajustado por ação da Ford no trimestre foi de US$ 0,14, superando a média esperada de US$ 0,02. O lucro líquido foi de US$ 471 milhões.

A receita total caiu 5% em relação ao ano anterior, para US$ 40,7 bilhões. O EBIT ajustado foi de US$ 1,02 bilhão, ante US$ 2,76 bilhões no mesmo período de 2024, uma diminuição causada por custos mais altos e paralisações na produção.

O impacto tarifário afeta principalmente veículos importados e peças automotivas, com tarifas de 25% aplicadas desde abril. Medidas retaliatórias de outros países e mudanças políticas nas regras comerciais levou a empresa a suspender a previsão de EBIT de US$ 7 bilhões a US$ 8,5 bilhões para 2025.

A divisão tradicional Ford Blue, que fabrica veículos a combustão, teve EBIT de apenas US$ 96 milhões no trimestre, uma queda de quase 90% ante o ano anterior. A Ford Pro, voltada ao setor comercial, entregou US$ 1,3 bilhão em EBIT, alinhada com as projeções.

O negócio de veículos elétricos da Ford aumentou 11,5% no primeiro trimestre. O Modelo E reduziu o prejuízo para US$ 849 milhões, um resultado melhor do que o previsto pelos analistas.

A montadora também informou queda de 5% nas vendas do primeiro trimestre e de 1,3% no mercado dos EUA, com destaque negativo para a interrupção da fábrica de picapes no Kentucky. Ainda assim, a receita automotiva de US$ 37,4 bilhões superou a previsão de US$ 36,2 bilhões, segundo a LSEG.

A Ford mantém o foco de recuperação via o plano Ford+, que reforça a eficiência operacional e maior participação no segmento comercial. A empresa também anunciou corte de US$ 1 bilhão em custos em 2025, sem considerar o efeito das tarifas, e segue negociando ajustes com o governo para reduzir o impacto futuro.

A Ford planeja revisar o guidance para 2025 durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre. Para efeito de comparação, a concorrente General Motors anunciou que a exposição às tarifas pode custar de 4 bilhões 5 bilhões de dólares.