A Gafisa reportou um lucro líquido de R$ 21,1 milhões no primeiro trimestre do ano (1T25), resultado 6,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O desempenho positivo foi alcançado mesmo com uma retração de 10,6% na receita líquida, que totalizou R$ 226,8 milhões entre janeiro e março.

O avanço no lucro foi impulsionado principalmente por um ganho de R$ 77,2 milhões na linha de imposto de renda e contribuição social. Segundo a companhia, esse efeito decorre do reconhecimento de maiores direitos fiscais e de créditos fiscais não constituídos anteriormente. Há um ano, a Gafisa havia registrado uma despesa de R$ 9,2 milhões com tributos.

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Apesar do lucro contábil, o desempenho operacional da incorporadora deteriorou-se. O resultado operacional foi negativo em R$ 19,5 milhões, revertendo o lucro operacional de R$ 5,6 milhões apurado no primeiro trimestre de 2024. O resultado financeiro líquido também recuou, passando de um ganho de R$ 32 milhões para uma perda de R$ 33,1 milhões no mesmo intervalo de comparação.

O Ebitda ajustado — lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — somou R$ 24,2 milhões, uma queda de 74,9% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada caiu de 38% para 10,6%.

No 1T25, A Gafisa apresentou um estoque de R$ 1,4 bilhão, uma redução de 16% em relação ao 4T24. Essa contração foi impulsionada pela eficiência na performance de vendas e reflete a capacidade da Companhia em retomar níveis de estoque compatíveis com um crescimento sustentável.

No trimestre, a companhia um VSO bruto de 16%, o maior dos últimos quatro anos, representando um crescimento de 2,4 p.p. em relação ao 1T24. Esse aumento na velocidade de vendas reflete a gestão eficiente de estoque e o reposicionamento da Companhia, especialmente impulsionado pelo lançamento do empreendimento Allard Oscar Freire.

A compnahia registrou um volume elevado de vendas brutas, registrando R$ 237 milhões, um aumento de 15% em relação ao 1T24. Esse crescimento também se refletiu nas vendas líquidas, que totalizaram R$ 202 milhões, 18% acima do registrado no 1T24. Esses resultados evidenciam a consistência e a solidez da performance operacional da Companhia.

No 1T25, os custos fixos somaram R$ 10 milhões, uma redução de 34% em relação ao mesmo período do ano passado, reflexo da diminuição do quadro de funcionários e da redução no número de escritórios. Esse movimento decorre da escolha estratégica de atuação no segmento de alto padrão, no qual o menor volume de unidades e empreendimentos permite uma estrutura operacional mais enxuta.*

As despesas com vendas também apresentaram queda, com redução de 12% em relação ao 4T24. Essa diminuição, combinada com o crescimento das vendas brutas no período, evidencia a eficiência operacional da Companhia e a eficácia na alocação de recursos.

No 1T25, registramos um consumo de caixa de R$ 51 milhões, uma redução de 31% em relação ao 4T24. A Companhia tem sido bem-sucedida em reduzir o consumo de caixa nos últimos trimestres, o que evidencia uma trajetória consistente de disciplina financeira.

Ao final de março, a dívida líquida da companhia era de R$ 1,17 bilhão, alta trimestral de 4,6%.

Os resultados da Gafisa  (BOV:GFSA3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 16/05/2025.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão