O Ibovespa encerrou em alta nesta segunda-feira, enquanto vértices da curva de juros recuaram, com investidores favorecendo viés de encerramento do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, após falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo – revertendo viés altista para os contratos após aceleração inesperada do IBC-BR em março.
O Índice Bovespa fechou com ganhos de 0,39%, aos 139.636 pontos, revertendo as perdas iniciais e renovando máxima histórica, aos 140.203 pontos, no melhor momento da sessão. O volume de negociação foi de R$ 20,9 bilhões, acima da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$18,1 bilhões.
Os vértices da curva de juros encerraram em queda de até 14 pontos-base, com o mercado projetando que o Banco Central tenha interrompido o ciclo de aperto monetário na decisão deste mês, o que favoreceu apetite ao risco na sessão.
A descompressão dos DIs ocorreu após Galípolo afirmar em conferência do Goldman Sachs que o BC precisa que juros fiquem mais altos por mais tempo e que deixará Selic em nível restritivo, o que foi entendido como sinal de que a autarquia prefere manter o juro no nível atual, interrompendo assim o ciclo de aperto monetário.
Galípolo também afirmou que o BC já havia feito um “frontloading”, colocando-o na posição de analisar e avaliar a dinâmica. Ele reconheceu, em diferentes momentos, alta de 425 pontos-base que o Comitê de Política Monetária implementou desde o terceiro trimestre de 2024.
“O jogo de repetição é demonstrar que a gente entende efetivamente que, dado o que aconteceu no passado recente, dado o nível de desancoragem que a gente tem das expectativas, nós temos consciência de que, desta vez, precisamos permanecer com essa taxa de juros por mais tempo em um patamar restritivo. O cenário prescreve uma política monetária em patamar contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou.
Ao fim do dia, o dólar futuro operava em queda de 0,33%, cotado a R$5,670, enquanto o índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas, operava em queda de 0,58%, aos 100,38 pontos. O diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou ser “difícil imaginar” que o dólar não tenha de ter correção para baixo em razão do impasse tarifário liderado por Trump.
Em live promovida pelo BC, David também afirmou que o tarifaço dos EUA “não é bom para ninguém, e especialmente mau para quem faz”. Ainda assim, David minimizou viés de de que o dólar poderia perder status de reserva global de valor. “Não consigo enxergar o dólar deixar de ser moeda de referência em dez anos”, disse, ainda que tenha reconhecido que o mercado já dá sinais de demanda por ativos alternativos.
O movimento de alta do Ibovespa segue firme por conta do fluxo comprador do investidor estrangeiro, que ganhou força na sessão de hoje na esteira de relatório do JPMorgan que elevou recomendação para ações de mercados emergentes para “compra”, impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e pela recente fraqueza do dólar.
Segundo os analistas do JPMorgan, a decisão pode beneficiar países como o Brasil, atraindo mais fluxo estrangeiro para a B3. Um dólar mais fraco tende a tornar os ativos de mercados emergentes mais atrativos, aumentando o apetite dos investidores por risco.
Entre os indicadores econômicos, investidores reagiram ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br)– considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB)– que avançou 0,8% em março, de acordo com o Banco Central, acima do consenso do mercado, de alta de 0,5% – provocando uma abertura da curva de juros no início da sessão.
Na comparação anual, a alta foi de 3,49%, indicando um ritmo sólido da economia brasileira, a despeito de uma política monetária contracionista. A expectativa do mercado é de perda de força da economia em 2025, conforme o aperto monetário realizado pelo BC passe a surtir efeito. Ainda assim, uma safra agrícola positiva pode ser favorável à atividade no início deste ano.
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Mais cedo, o mercado tambem avaliou as projeções para economia divulgadas pelo Boletim Focus, que teve poucas alterações, com uma elevação marginal do Produto Interno Bruto (PIB) e uma ligeira redução na projeção para IPCA este ano.
A mediana das projeções para o PIB em 2025, subiu de 2,0% para 2,02%. Já a mediana para a inflação de 2025 recuou de 5,51% a 5,50%, registrando o quinto declínio semanal consecutivo. Mesmo com as recentes reduções, a expectativa continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%.
Posteriormente, o Ministério da Fazenda elevou as estimativas do crescimento do PIB neste ano, a 2,4%, ante 2,3%. Para o IPCA, a estimativa foi revisada a 5,0%, ante 4,9%, de acordo com Boletim MacroFiscal, da Secretaria de Política Econômica. Para 2026, a SPE manteve a projeção de crescimento em 2,5% – enquanto a estimativa para o IPCA foi a 3,6%, ante 3,5%.
Entre as ações, as maiores contribuidoras do Índice Bovespa foram as PN do Itaú, as ON da Embraer e da JBS, avançaram 1,19%, 2,76% e 3,06%, respectivamente.
Entre destaques nas altas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON da JBS, da Embraer e da Lojas Renner, que subiram 3,06%, 2,76% e 2,62%, na sequência.
Na ponta negativa, destaque para as ON da Marfrig, do GPA e da Petz, que recuaram 6,42%, 3,90% e 3,57%, na mesma ordem.
Os futuros do petróleo Brent operavam em leve queda de 0,08%, aos US$65,36 por barril, em uma sessão de oscilações, após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que Rússia e Ucrânia iniciariam negociações “imediatamente” para encerrar o conflito, depois de um telefonema com sua contraparte russa, Vladimir Putin.
“Rússia e Ucrânia iniciarão imediatamente negociações para um cessar-fogo e, mais importante, para o FIM da Guerra”, disse Trump em uma publicação nas redes sociais. “As condições para isso serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque elas conhecem detalhes de uma negociação dos quais ninguém mais teria conhecimento.”
Os contratos futuros do minério de ferro caíram 0,89% na última madrugada na bolsa de Dalian, pressionados por dados econômicos da China mais fracos do que o esperado e pela demanda incerta de curto prazo pelo material de fabricação de aço.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/05/2025 | 0,05% | 135.133,88 | R$ 24,2 bilhões |
05/05/2025 | -1,22% | 133.491,23 | R$ 21,5 bilhões |
06/05/2025 | 0,02% | 133.515,82 | R$ 22,0 bilhões |
07/05/2025 | -0,09% | 133.397,52 | R$ 19,5 bilhões |
08/05/2025 | 2,12% | 136.231,90 | R$ 34,6 bilhões |
09/05/2025 | 0,21% | 136.511,88 | R$ 29,4 bilhões |
12/05/2025 | 0,04% | 136.563,18 | R$ 24,4 bilhões |
13/05/2025 | 1,76% | 138.963,11 | R$ 27,5 bilhões |
14/05/2025 | -0,39% | 138.422,84 | R$ 24,1 bilhões |
15/05/2025 | 0,66% | 139.334,38 | R$ 25,1 bilhões |
16/05/2025 | -0,11% | 139.187,39 | R$ 29,2 bilhões |
19/05/2025 | 0,32% | 139.636,41 | R$ 20,9 bilhões |
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Azul (AZUL4)
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Eletrobras (ELET3/ELET6)
A Moody’s elevou o rating de crédito básico (BCA) da Eletrobras de ba3 para ba2, seus Ratings Corporativos de Longo Prazo (CFR) e a classificação da dívida sênior sem garantia em moeda estrangeira de Ba2 para Ba1. A perspectiva permanece estável. Saiba mais…
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