O Ibovespa encerrou em leve alta nesta segunda-feira, em um pregão sem referência dos Estados Unidos, pelo feriado de Memorial Day, com vértices da curva de juros fechando em queda, sob efeito da elevação da alíquota do IOF sobre operações de crédito de companhias locais, que o mercado entende como equivalente a um aperto adicional da Selic, consolidando apostas de interrupção do ciclo de alta dos juros.
O Índice Bovespa fechou com ganhos de 0,23%, aos 138.136 pontos. O volume de negociação foi de R$7,9 bilhões, muito abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,9 bilhões. Foi a menor liquidez diária desde 02 de fevereiro de 2021, devido ao feriado americano — o fluxo estrangeiro da B3 geralmente representa pouco mais de 55% do volume de negócios.
Os vértices da curva de juros encerraram em queda de até 3,0 pontos-base, em meio à percepção do mercado de que o BC encerrou o ciclo de alta de juros e começará a cortar a Selic ao fim do ano, apoiada no impacto do encarecimento do custo de capital pelas companhias, na esteira do aumento do IOF.
Ao fim do dia, o dólar futuro operava em alta de 0,39%, cotado a R$5,681, enquanto o índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas, operava em queda de 0,11%, aos 98,99 pontos. Na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que concordou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em adiar o prazo final para negociação antes da imposição de tarifas de 50% à União Europeia, para 9 de julho.
Na visão da XP, as medidas do IOF anunciadas pelo Ministério da Fazenda, no final da semana passada, podem reduzir a necessidade de novos aumentos na taxa Selic, devido aos maiores custos financeiros gerados para as companhias, que equivaleriam na prática a uma elevação adicional dos juros.
O estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, disse à TC News que o encarecimento do custo de capital via IOF equivale a uma elevação de 25 a 50 pontos-base na taxa básica de juros, o que poderia aliviar a pressão sobre a autoridade monetária.
Ferreira também disse que a bolsa brasileira segue com preços atrativos após o rali recente, vendo oportunidades no médio prazo para valorização, com empresas mostrando “fundamentos sólidos e valuations atrativos”.
Entre os indicadores econômicos, operadores avaliaram o Índice de Confiança do Consumidor do FGV IBRE, que avançou 1,9 ponto em maio, a 86,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,1 ponto, para 85,3 pontos, marcando a terceira alta consecutiva e apontando para possível recuperação gradual após as perdas do fim de 2024 e início de 2025.
Ainda nesta manhã, operadores acompanharam Boletim Focus, que apresentou poucas alterações em relação à semana passada. Para 2025, as medianas das projeções dos economistas para a inflação e para a Selic ficaram inalteradas em 5,50% e 14,75%, respectivamente.
Já a mediana para o PIB para o ano de 2025 subiu de 2,02% para 2,14%, na esteira de leitura acima do consenso do IBC-BR em março. A mediana de projeção para o dólar caiu de R$5,82 para R$5,80. Projeções para inflação, câmbio, Selic e dólar para 2026 e 2027 permaneceram inalteradas.
No âmbito corporativo, destaque para a forte alta das ações da Braskem, que reagiram à proposta do investidor Nelson Tanure para adquirir a participação da Novonor na petroquímica. De acordo com Lauro Jardim, de O Globo, a proposta de Tanure pela Braskem inclui um aporte de US$100 milhões em uma empresa da ex-Odebrecht.
A viabilidade do acordo ainda é incerta, já que depende do aval dos principais bancos credores da Braskem e da Petrobras, acionista minoritária. Segundo a coluna, mercado vê com “muito ceticismo” chances de o negócio avançar.
Mais tarde, Valor publicou que a proposta de Tanure não contempla oferta pública (OPA) pela participação dos minoritários da Braskem.
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Fora do Ibovespa, as ações da Zamp cederam 6,96%, após informar no domingo que seu acionista controlador, Mubadala Capital, avalia uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para fechamento de capital, estimando que oferta pode variar entre R$3,30 e R$3,50 por ação. O Mubadala Capital detém 71,5% do capital da operadora as marcas Burger King, Starbucks, Popeyes e Subway.
“Ritmo de um a cada quinze dias agora (OPAs)… onde iremos parar, chegar, pessoal? É matemático, e se vier junto com mudança política, não haverá float suficiente para suportar o fluxo de entrada”, afirmou o founding parner da Alpha Key, Christian Keleti, em publicação no “X”, em referência à proposta de fechamento de capital da Zamp na B3.
Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as ON da Sabesp, do Assaí e do Banco do Brasil, que avançavam 1,20%, 5,97% e 1,02%, respectivamente.
Os papéis ON do Assaí, as PN da Azul e as PNA da Braskem, lideraram entre as altas percentuais, avançando 5,97%, 4,81% e 4,15%, na mesma ordem.
Na ponta negativa, destaque para as PN da Raízen, as ON da JBS e da Petz, que recuaram 7,94%, 3,63% e 3,13%, nesta ordem.
Os futuros do petróleo Brent operavam no final de dia em queda de 0,05%, aos US$64,18 por barril. Eem sessão sem grandes oscilações, mercado monitorava notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) antecipou em um dia, para 31 de maio, reunião que definirá os níveis de produção para julho, segundo Reuters.
Delegados da Opep+ tiveram conversas preliminares na semana passada sobre a possibilidade de um novo aumento significativo de produção – cerca de 411 mil barris por dia – pelo terceiro mês consecutivo.
Investidores também repercutiam notícia de que Hamas teria aceito um cessar-fogo de 70 dias proposto pelos EUA, de acordo com Reuters.
No começo da sessão, o petróleo teve ligeira alta, após Trump ter prorrogado o prazo para negociações comerciais com a União Europeia, aliviando preocupações sobre tarifas dos EUA sobre o bloco que podem afetar a demanda por combustível.
No minério de ferro, os preços dos contratos futuros na bolsa chinesa de Dalian caíram 2,21% na última madrugada, devido ao consumo moderado de aço na China, enquanto a fraqueza persistente no setor imobiliário do país também prejudicou o sentimento do mercado.
| Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
| 02/05/2025 | 0,05% | 135.133,88 | R$ 24,2 bilhões |
| 05/05/2025 | -1,22% | 133.491,23 | R$ 21,5 bilhões |
| 06/05/2025 | 0,02% | 133.515,82 | R$ 22,0 bilhões |
| 07/05/2025 | -0,09% | 133.397,52 | R$ 19,5 bilhões |
| 08/05/2025 | 2,12% | 136.231,90 | R$ 34,6 bilhões |
| 09/05/2025 | 0,21% | 136.511,88 | R$ 29,4 bilhões |
| 12/05/2025 | 0,04% | 136.563,18 | R$ 24,4 bilhões |
| 13/05/2025 | 1,76% | 138.963,11 | R$ 27,5 bilhões |
| 14/05/2025 | -0,39% | 138.422,84 | R$ 24,1 bilhões |
| 15/05/2025 | 0,66% | 139.334,38 | R$ 25,1 bilhões |
| 16/05/2025 | -0,11% | 139.187,39 | R$ 29,2 bilhões |
| 19/05/2025 | 0,32% | 139.636,41 | R$ 20,9 bilhões |
| 20/05/2025 | 0,34% | 140.109,63 | R$ 21,7 bilhões |
| 21/05/2025 | -1,59% | 137.881,27 | R$ 22,7 bilhões |
| 22/05/2025 | -0,44% | 137.272,59 | R$ 24,7 bilhões |
| 23/05/2025 | 0,40% | 137.824,29 | R$ 20,7 bilhões |
| 26/05/2025 | 0,23% | 138.136,14 | R$ 10,7 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Azul (AZUL4)
Em resposta a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem publicada pelo Valor Econômico, que citava uma possível negociação de financiamento de US$ 600 milhões com credores, a companhia aérea Azul afirmou que, até o momento, não houve formalização de qualquer instrumento vinculante, tampouco deliberação por parte dos órgãos de administração que configure fato relevante. Saiba mais…
Braskem (BRKM5)
A Novonor recebeu proposta não vinculante de fundo detido pelo empresário Nelson Tanure para aquisição do controle da Braskem, informou a petroquímica. Saiba mais…
EDP Brasil (ENBR3)
A portuguesa EDP fechou a venda de sua fatia de 20% na usina termelétrica Pecém Geração de Energia S.A., conhecida como Energia Pecém, para a Diamante Geração de Energia, por R$ 200 milhões. Saiba mais…
Infracommerce (IFCM3)
A Infracommerce implementou o plano de reestruturação e assumiu o controle das operações na América Latina. Saiba mais…
JBS (JBSS3)
Os irmãos Joesley e Wesley Batista celebraram, a aprovação do plano de dupla listagem da JBS, que permitirá à empresa brasileira ter suas ações negociadas também na Bolsa de Nova York. O movimento, aguardado há mais de uma década, segundo eles, foi classificado pelos executivos como um marco histórico para a companhia. Saiba mais…
Klabin (KLBN11)
A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, o ato de concentração envolvendo a Klabin e a Maracanã Geração de Energia e Participações. Saiba mais…
Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)
A Marfrig Global Foods e a BRF informam que, dando continuidade ao processo de fusão, celebraram um aditamento ao protocolo e justificação que estabelece os termos e condições da operação de incorporação das ações emitidas pela BRF pela Marfrig. Saiba mais…
Motiva (MOTV3)
O Conselho de Administração da Motiva aprovou a 18ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 1,32 bilhão. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras informou que o FPSO Alexandre de Gusmão entrou em produção no campo de Mero, do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Isso ocorre mais de dois meses antes do previsto no plano de negócios, segundo a estatal. Saiba mais…
A Petrobras confirmou a saída do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim. Saiba mais…
Santos Brasil (STBP3)
A Santos Brasil Participações informou que sua acionista controladora, a CMA Terminals Atlantic, protocolou, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pedido de registro de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para compra de até 100% das ações ordinárias da companhia, ao preço de R$ 13,60 por ação — mesmo valor pago na aquisição do controle da Santos Brasil. Saiba mais…
Zamp (ZAMP3)
A Zamp informou que seu acionista controlador, o Mubadala Capital, está avaliando a possibilidade de realizar uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) com o objetivo de fechar o capital da companhia. Saiba mais…