O Morgan Stanley retomou a cobertura das ações da CSN, com recomendação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 9,10, o que representa um potencial de valorização de apenas 3,3% frente a cotação de fechamento da última terça-feira (27) de R$ 8,81.
Por volta das 10h52, o papel da companhia recuava 5,78%, a R$ 8,48.
Na visão do banco, a combinação de um negócio cíclico, o apetite da siderúrgica por investimentos e seu elevado nível de alavancagem — em torno de 3,5 vezes dívida líquida/EBITDA — configura um perfil de risco-retorno desafiador. O banco destaca que preocupações com o balanço patrimonial e a alocação de capital já têm pressionado as ações. Desde janeiro de 2024, os papéis da CSN (BOV:CSNA3) acumulam queda de 61% em dólar, desempenho inferior ao do MSCI América Latina (-15%) e ao do Ibovespa (-11%).
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Apesar da desvalorização, o Morgan aponta que, com múltiplo de 6,3 vezes sobre o EBITDA estimado para 2026, a CSN ainda é negociada acima de sua média histórica de cinco anos, de 4,6 vezes. O banco também ressalta que os investimentos em capital — com média de quase R$ 5 bilhões por ano até 2030 —, aliados às entregas de contratos pré-pagos de minério de ferro, devem manter o fluxo de caixa livre negativo até 2028, o que indica ausência de pagamento de dividendos nos próximos anos.
O Morgan também enxerga riscos de execução relevantes no principal projeto de crescimento da CSN, a mina de minério de ferro P15, com capacidade de 16,5 milhões de toneladas por ano. O início das operações, originalmente previsto para 2023, foi adiado para o quarto trimestre de 2027 — o que pode ter impacto negativo nas estimativas do banco, que já estão acima do consenso de mercado.
Por fim, segundo relatório, a unidade siderúrgica da companhia enfrenta dificuldades diante do aumento das importações de aço para o Brasil, que cresceram 18% em 2024. O Morgan destaca que esse avanço é impulsionado pelas exportações chinesas e pela ineficácia da política atual de cotas tarifárias em proteger o mercado doméstico.